Notem que eles têm esta visão porque a maior parte da informação à qual eles têm acesso está em inglês e, desse ponto de vista, os EUA têm muita influência porque são o país que produz mais dados no mundo, logo há um enviesamento de selecção na informação mundial. Para agravar o enviesamento, há muito poucos americanos que dominem outras línguas porque eles começam a aprender línguas tarde. Mas saber inglês não é suficiente.
O inglês é uma chave que abre muitas portas. Uma das portas que abre é a das traduções. O sucesso de uma pessoa não depende da chave que tem, depende das portas que decide abrir e pode abrir mais do que uma. E o mesmo se passa com um país. Se os governantes não conseguem ver muito além e abrem uma porta que não leva a muitas coisas, o país também não irá muito mais além.
Se olharem para a nossa história, Portugal era caracterizado consistentemente por ser um país que via mais além do que as outras nações: de um condado nasceu um país; de um país nasceu um império geográfico e cultural. Até o Marquês de Pombal quando reconstruiu Lisboa, fê-lo a pensar numa cidade do futuro; não reconstruiu apenas a cidade do passado que tinha sido destruída. Os planos dele tinham uma lógica, não eram uma coisa que resultava de caprichos do homem. Hoje em dia, parece que precisamos de óculos porque instalou-se uma miopia tremenda e passamos a vida a discutir caprichos.
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