Quando conversava com um amigo sobre o caso de Laura Ferreira, ele mencionou a falta de equidade no tratamento de tragédias. A esposa do Primeiro Ministro de um partido de direita aparecer em público sem uma peruca é aproveitamento eleitoral; a queda da esposa do fundador de um partido de esquerda e antigo Presidente da República, já é uma tragédia nacional. Agora vocês dizem-me que não são coisas comparáveis porque Maria Barroso infelizmente faleceu; a Laura Ferreira ainda está viva. E depois, não se escolhe cair, mas escolhe-se sair à rua sem peruca. E eu retorquirei com dois argumentos:
- O primeiro não é meu; é da minha mãe. Dizia-me ela: "o único requisito para morrer é estar vivo." E digo-vos eu: respeitem as vítimas de cancro; têm coisas muito mais importantes para tratar do que lidar com argumentos idiotas. Já não basta ter de ser envenenada para combater o cancro, também tem de sofrer o calor de usar peruca em pleno verão ou então não pode sair de casa.
- O segundo é que, entre a data da queda de Maria Barroso e a da sua morte, passaram alguns dias e ninguém sugeriu que a sua tragédia dava jeito ao PS em véspera de eleições.
E, já agora, quem se incomoda de ver mulheres sem cabelo durante tratamentos de quimioterapia devia ter o mesmo descontentamento para com os homens que perdem o cabelo quando fazem quimioterapia. Ou será que um homem careca já é sexy e não incomoda ninguém?
Muito bem.
ResponderEliminarQue eloquência Rita. Que resposta! Nada mais há a dizer sobre isto. espero que o tópico fique encerrado.
ResponderEliminarObrigada! :-)
EliminarO António Araújo é que não perdoa a essa gente:
ResponderEliminarhttp://malomil.blogspot.pt/2015/07/besta-quadrada.html
Pois é, eu até chorei a ver os tweets. É muita falta de humanidade...
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