terça-feira, 7 de julho de 2015

Faça-se uma guerra...

Num artigo de 2012 do The Economist lê-se:
German internal wartime statistics suggest that when calculated at more realistic rates, transfers from Europe on clearing account were actually closer to 90% of Germany's 1938 GDP. To this adds Germany's official public debt, which internal wartime statistics put at some 300% of German 1938 GDP.

What happened to this debt after World War II? Here is where the Marshall Plan comes in. Recipients of Marshall Aid were (politely) asked to sign a waiver that made U.S. Marshall Aid a first charge on Germany. No claims against Germany could be brought unless the Germans had fully repaid Marshall Aid. This meant that by 1947, all foreign claims on Germany were blocked, including the 90% of 1938 GDP in wartime clearing debt.

Quando eu lia uma outra op-ed sobre o assunto, surgiu-me a solução ideal. Parece que ser escavacado é razão para se ser salvo, de acordo com o Leonid Bershidsky, de quem eu gosto muito. A solução parece-me clara: a Grécia precisa de iniciar uma guerra mundial e de ser completamente escavacada. É uma tarefa monumental de fazer porque são 227 ilhas habitadas das 6000, ou lá o que é, logo é difícil para os europeus coordenar esforços para destruir tanta coisa para se defenderem. No entanto, tenho esperança que seja um plano muito viável.

Se os gregos, que são o cúmulo da preguiça e da incompetência, conseguem implementar um referendo em uma semana sem que ninguém questione os resultados e com uma taxa de participação de 2/3 dos eleitores, deve ser muito fácil iniciar uma guerra. Como resposta, no espaço de um mês, ou assim, os países do norte, que são muito eficientes, destroem as ilhas gregas habitadas para se defenderem. Isto seria uma oportunidade óptima para Portugal usar os submarinos. Os gregos, que são um povo mau, tornar-se-á um povo exemplar. Depois, todos na Europa vivem felizes para sempre e o mundo pode lidar com as diabruras da China.

P.S. Chamaram-me à atenção que não é claro da minha escrita se eu estou a falar a sério ou a gozar. Eu sou contra guerras. Só defendo o uso de força militar em caso de defesa de uma agressão. Não aprecio a forma como a UE tem gerido a crise; aliás, nem se pode falar de gestão porque o que tem acontecido é um agravamento do problema. Por mais pateta que pareça, de vez em quando penso em quantos do meus amigos na Europa eu poderia auxiliar caso houvesse uma nova guerra. Alguns de vós pensam que eu sou pró-Grécia ou contra a Alemanha, mas eu sou relativamente neutra no assunto. Acho que há culpas suficientes para distribuir por todos, mas eu ficaria feliz se uma solução pacífica e duradoura fosse encontrada. É lamentável que um projecto iniciado para promover a paz seja agora usado para cultivar animosidades e conflitos entre os povos. Bem sei que o conflito faz parte do tecido histórico europeu; mas, mesmo assim, eu quero acreditar que ao fim de milhões de anos de evolução, nós somos melhores do que isto. Quero acreditar...

6 comentários:

  1. Cara Rita,

    No essencial concordo consigo (discordo que a "culpa" seja principalmente ou só da Alemanha, mas isso é outra história). O que eu não percebo, ou não quero perceber, é que passados estes anos, com um programa que é assumido - ainda que de forma indirecta e à boca fechada - como um falhanço, as pessoas não são capazes de se sentar e discutir uma alternativa NOVA. Não é ressuscitar o zombie (económico, diria o Krugman), pôr-lhe um bocado de maquilhagem e seguir em frente.

    Neste processo todas as partes têm culpa, sejamos claros. A ter menos culpa, por rídiculo que parece, será o Syriza e o ANEL, actual Governo Grego, que não teve nada a ver com adesão ao Euro (provavelmente seriam contra até) ou com o resgate (eram contra). Obviamente que as ideias deles não eram melhores, mas não são responsáveis pelas opções tomadas até 2015. E só passaram a ser responsáveis pela condução da Grécia em 2015 porque os 19-1=18 membros do Euro tiraram o tapete ao -1.

    Não sou economista nem pretendo ser e já me chega para tal vir para aqui dizer certamente imensos disparates e pela correcção dos quais estou em dívida para com os membros residentes, especialmente o LA-C. Mas não sendo, parece-me que existem "n" opções que seriam aceitáveis, sendo uma saída controlada da Grécia do Euro (em que a zona Euro, via BCE, se comprometia a sustentar uma desvalorização controlada do novo Dracma ao longo de 3-4 anos) uma delas. Ou uma norma geral de equílibrio das balanças de transacções (que penalizasse tanto deficitários como excedentários em excesso). Ou a conversão de parte da dívida grega em títulos bonificados para investimento. Assim como está, é que não.

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    1. Carlos, qualquer das ideias que indicas seriam (são) afastadas pelos países que beneficiam das coisas como estão, e principalmente pelos politicos de todos os países, que não gostam de assumir os custos das decisões a tomar. Penso que a principal razão porque a saída da Grécia do Euro não se fez de forma ordeira quando podia/devia ser feita (2010) foi devido aos custos politicos para os Alemães e Franceses do default e do seu efeito no sistema bancário Francês e Alemão. Em troca arranjou-se uma situação que provavelmente vai acabar não apenas com o Euro mas também com a União Europeia.

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    1. Pois, o problema é se como acontece no filme, eles começam a ganhar a guerra ;-)

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  3. Se precisares de banda sonora para o post é só avisar!

    https://www.youtube.com/watch?v=WC5z4LV7dCY

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