Entretanto, nas sondagens das intenções de voto quem tem a liderança é o PS, aquele partido que estava ao volante quando Portugal, o pseudo-estóico, embateu contra a parede do endividamento público, exactamente a mesma parede que tem rendez-vous com a Grécia. Mais grave do que isto é o facto de o actual líder do PS ainda não ter feito nenhuma forma de ruptura nem com os métodos de governação, nem com os boys que (des)governavam Portugal, quando nós pedimos ajuda a uma tal de Troika--a mesma a quem a Grécia pediu ajuda. Não foi a Grécia aquele país de pessoas que elegiam repetidas vezes os partidos que os levaram à bancarrota até chegar os malucos do Syriza? Ah, compreendo! É por isso que nós não somos a Grécia: nós ainda estamos naquela parte da história da Grécia em que eles continuavam a assobiar para o lado enquanto se enterravam.
A nossa Ministra das Finanças tem razão: a Grécia é um problema da UE, não é um problema apenas da Grécia. É pena que o resto do nosso governo não consiga ver o elefante na sala: a Grécia, tal como Portugal, é um país que, ao contrário da Alemanha, não está rodeado de países ricos para lhe comprar bens e serviços. No entanto, é interessante pensar como muitas coisas alemãs conseguem chegar a Portugal e à Grécia, mas não há tanta coisa portuguesa e/ou grega que chegue às lojas alemãs. Será só porque nós não produzimos ou também tem a ver com o facto de os alemães não gostarem de comprar a estes países? Quando eu vou à loja, ninguém me obriga a comprar alemão ou chinês ou americano--eu é que decido.
E eu já decidi: vou boicotar as coisas alemãs. Se os alemães não querem comprar a Portugal e à Grécia, eu também não lhes quero comprar nada. Adeus sauerkraut, olá dolmadakias...
São os alemães que não querem comprar ou somos nós, os luso-gregos, que não sabemos vender?...
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