Tem de ser inteligente. Por exemplo, sabe discutir arte e, se lhe mostrarmos o poema do Frank O'Hara "Having a Coke with You", saberá dizer-nos que o Nu Descendo as Escadas é um quadro de Marcel Duchamp. Também sabe de economia, algumas coisas de matemática, especialmente aritmética básica, senão não o queremos para deputado. Sabe geografia, política, história, filosofia, direito, e, muito importante, gramática portuguesa -- sabe a diferença entre "ter de" e "ter que".
Preferencialmente, usa o antigo acordo ortográfico e não dá muitos erros. Sabe escrever um discurso, que respeita as regras mais básicas da lógica, e apresentar as ideias de forma persuasiva. Tem um gosto musical ecléctico e aprecia boa cozinha e bom vinho. O ideal seria que também gostasse muito de gin e tónica -- com lima--, que é apenas a minha bebida preferida. Normalmente, o meu critério para políticos é este: se eu fosse jantar com ele(a) teria uma noite interessante? Imagino que jantar com o Obama, a Hillary Clinton, ou o Justin Theroux, seriam boas experiências. Não me ocorre nenhum político português com quem me interesse jantar. Imagine-se tal coisa...
Quanto ao aspecto físico, admito que é uma coisa secundária; mas, se se vai despir para nos convencer da validade dos seus argumentos, então, no caso dos homens, será necessário que tenha um six-pack, como este primeiro moço aqui de baixo. Mas não é preciso exagerar, pode ter uma pequenina cicatriz, como o segundo moço de baixo, que nós não nos importaremos nada. Tem de ter pelinhos -- não queremos homens depilados! O Cristiano Ronaldo que nos desculpe, mas é necessário pêlos num bom português.
Já sabem o que deve acontecer nas próximas eleições: dispam-se, candidatos, para apreciarmos todo o vosso potencial. Ah, e mostrem as mãos que é para podermos avaliar o rácio dos dedos indicador e anelar.
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