quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Esqueletos no armário...

Na peça do Observador sobre o primeiro debate entre Hillary Clinton e Donald Trump, mencionei que o ponto fraco de Donald Trump era os esqueletos no armário. Até recentemente, notava-se que a imprensa não dedicava tanto tempo a discutir os "pecados" de Donald Trump como os de Bill ou Hillary Clinton. Havia os insultos que Trump lançava, mas coisas mesmo podres não tinham grande tracção.

Desde então tem havido notícia atrás de notícia acerca de comportamentos questionáveis. A questão dos impostos não está esclarecida, pois se, por um lado é razoável ele explorar as deduções a que tem direito perante a lei, por outro há indícios de algum abuso.

O Gabinete do Procurador Geral (Attorney General) de Nova Iorque investigou as finanças da Fundação Trump e concluiu que, legalmente, não tinha autorização para solicitar doações a terceiros. A campanha tem de entregar até 18/10/2016 os documentos comprovando que agiu legalmente em anos anteriores, para além dos documentos para se registar como um organização para fins de caridade que pode solicitar dinheiro a terceiros; se não o fizer, a sua actividade poderá ser classificada de fraude:

"In addition, Sheehan wrote, the Trump Foundation was ordered to supply the state with all the legal paperwork necessary to register as a charity that solicits money within 15 days.

Trump’s foundation must also look back and determine whether it violated state law in prior years by soliciting money without authorization, Sheehan wrote. If so, it must provide the financial audit reports it should have provided for those years. Those reports, Sheehan said, are also due within 15 days.

If Trump’s foundation does not comply, Sheehan wrote, it will be considered “a continuing fraud upon the people of New York.”


Fonte: The Washington Post, 3/10/2016

Depois do primeiro debate, parte dos impostos de 1995 de Donald Trump foram divulgados pelo NYT, Trump voltou a attacar Alicia Machado no Twitter a meio da noite, e surgiu a gravação da conversa de "mau gosto", que foi abordada no segundo debate, onde ele afirmou apenas falar, mas não agir daquela maneira. Ontem, o The New York Times e a revista People publicaram peças em que mulheres relatam ter sido assediadas sexualmente por Donald Trump.

Na Bloomberg, foi publicada hoje uma peça em que é dito que Donald Trump recusou sujeitar-se a uma investigação inicial de tudo o que poderia ser usado contra ele, logo a sua campanha não tem preparada nenhuma resposta formal às acusações, nem sequer sabem, os responsáveis pela gestão da campanha, que mais acusações ainda poderão vir a ver a luz do dia até à data da eleição.

Antes do segundo debate, havia quem dissesse que os filhos de Trump andavam preocupados com o efeito adverso que o comportamento errático do pai estaria a ter nos negócios da família. Há razão para preocupação: neste momento, a possibilidade de Trump destruir o seu activo mais valioso -- o seu nome -- parece ser perfeitamente razoável.

3 comentários:

  1. Trump’s Remorseful Ghostwriter (TONY SCHWARTZ, co-author of Donald Trump)
    about "THE ART OF THE DEAL"
    https://www.amazon.com/Trump-Art-Deal-Donald-J/dp/0399594493

    DONALD TRUMP THREATENS THE GHOSTWRITER OF “THE ART OF THE DEAL” By Jane Mayer , July 20, 2016
    http://www.newyorker.com/news/news-desk/donald-trump-threatens-the-ghostwriter-of-the-art-of-the-deal
    TONY SCHWARTZ, DONALD TRUMP’S GHOSTWRITER FOR HIS 1987 MEMOIR, “The Art of the Deal,” decided to tell the public about his concerns that Trump isn’t fit to serve as President, his main worry was that Trump, who is famously litigious, would threaten to take legal action against him. Schwartz’s premonition has proved correct.

    DONALD TRUMP’S GHOSTWRITER ADMITS ‘DEEP SENSE OF REMORSE’, by Maya Rhodan July 18, 2016
    http://time.com/4410207/donald-trump-ghostwriter-remorse/
    "I contributed to presenting Trump in a way that brought him wider attention and made him more appealing than he is”
    If Donald Trump needed his 1987 memoir written today, his ghostwriter Tony Schwartz would suggest a different title.
    “THE SOCIOPATH,” SCHWARTZ TOLD THE NEW YORKER IN A RECENT INTERVIEW.

    ResponderEliminar
  2. A sério que se consegue escrever que o ponto fraco de Trump são os "esqueletos" quando do outro lado está a Clinton Machine (e o Bill)?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Consegue-se porque há quem seja racional e há quem seja emocional. Os emocionais anti-Clinton não conseguem largar os Clinton: é a chamada "one-track mind", não dá para mais nada. É como os emocionais pró-Trump que não conseguem ver que o seu ídolo tem pés de barro.

      Eliminar

Não são permitidos comentários anónimos.