sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ainda sobre as Zonas Monetárias Óptimas

O detalhei na minha entrada sobre Zonas Monetárias Óptimas tem, essencialmente, a ver com a teoria económica nos anos 60 e inícios de 70 do século passado. Nos anos 80, a literatura económica esqueceu este assunto. Com os projectos de criação da moeda única europeia que culminou com o Tratado de Maastricht, o assunto reavivou-se na literatura científica. 

Não houve grandes contributos teóricos, apesar de haver alguns, naturalmente. Eu dividiria a evolução nos anos 90 em 3 fases:
  • primeiro, foi feita uma releitura da teoria das zonas monetárias óptimas para que as condições de optimalidade fossem empiricamente testáveis;
  • segundo, fizeram-se vários testes que concluíram, basicamente e sem grandes margens para outras interpretações, que os países da União Europeia não formavam uma zona monetária óptima;
  • terceiro, surgiram então novos contributos teóricos para a literatura. Esses contributos defendiam a endogeneidade das Zonas Monetárias Óptima. 
O argumento era mais ou menos este: mesmo que antes na união monetária não estejam reunidas as condições para ela poder ser óptima, uma vez formada essas condições serão facilitadas. Por exemplo, uma das condições para que dois países devam adoptar uma moeda comum é que o comércio entre eles deve ser intenso. Ora, a existência de uma moeda comum vai, precisamente, incentivar o comércio entre esses dois países. Assim, condições que não existem ab anteriori podem ser criadas a posteriori.

Serve esta entrada para dizer que o voluntarismo político identificado por Zé Carlos teve como boa companhia o voluntarismo de diversos académicos economistas.

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