quarta-feira, 19 de junho de 2013

Nuno Crato admite-se derrotado

Afinal o Ministério da educação não tem problemas em alterar a data de exames por causa de greves. Tudo para não prejudicar os alunos. Ou então teve medo que os exames tornassem a decorrer com toda a normalidade, tal como o exame de português.

O mais interessante é que desta vez estamos a falar de alunos de 6º e 9º anos. O que quer dizer que se por acaso parte dos alunos tivessem de fazer exame num outro dia os prejuízos seriam incomensuravelmente menores do que no caso dos exames do 12º ano. Afinal de contas, para estes as notas contam a valer e podem ser absolutamente decisivas no acesso ao ensino superior.

Fica assim demonstrado, para quem tivesse dúvidas, que a intransigência com a data dos exames de 2ª feira passada pouco ou nada tinha a ver com o supremo interesse dos alunos. Nuno Crato, simplesmente, quis fazer um braço-de-ferro com os professores. E perdeu.

11 comentários:

  1. O facto de dia 27 ser um dia de greve GERAL, com tudo o que isso implica para os transportes (ou ausência deles) dos alunos e falta de funcionários (a acrescer à falta dos professores) é, obviamente, irrelevante...

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    1. Bastante irrelevante, sim. Os alunos que não conseguissem fazer o exame fá-lo-iam numa segunda data. Não foi isso que Crato fez com os exames de português? Exames em que o custo desse tipo de solução eram muito, mas muito, maiores.

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    2. Hipótese alternativa: Crato ganhou o braço-de-ferro com os professores na 2.ª feira, já que a maioria dos alunos (mais de 500000) fez os exames apesar de a esmagadora maioria dos professores terem feito greve. Não foi uma vitória inequívoca (já que OS PROFESSORES conseguiram que 20000 alunos não fizessem o exame), mas foi uma vitória.
      Mas Crato sabe que a possibilidade de isso se repetir no dia 27 é muito menor: a greve é GERAL e os próprios professores podem ter dificuldade em chegar à escola. Os resultados seriam necessariamente piores do que os de 2.ª-feira. Por isso, nem sequer chega a fazer um braço-de-ferro, que sabe que pode perder. Recusa ir a jogo e mantém no palmarés a vitória (suada) de 2.ª feira.

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    3. Caríssimo, se pensa que o caos de 2ª feira entre os alunos que fizeram exame -- caos que envolveu polícias, exames feitos em cantinas, vigilantes que legalmente não podiam vigiar exames, etc -- e uma greve com adesão de pelo menos 90% é uma vitória do governo as nossas diferenças de opinião são demasiado grandes para continuarmos a discutir este assunto.
      Lamento, mas nem o consigo levar a sério.

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    4. alterar as datas é perigoso para quem mora fora de Portugal. Temos marcadas as ferias desde fevereiro em funçao desta data para irmos ter com os nossos familiares em Portugal e se alterassem para depois da data de 27 ficaria em jogo uma dificuldade imensa de remarcarmos as passagens visto que essas estao sempre esgotadas para estas datas de verao, por isso ter de marcar e comprar os bilhetes de aviao tao cedo.... sao grandes transtornos para quem passa uns anos sem ir de ferias...ser emigrante nao é opçao, muitas vezes imposta.

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  2. Parece-me que está a esquecer-se que o ministro disse que alteraria a data se os sindicatos dessem uma garantia de que não fariam greve a mais exames. Apenas alguns sindicatos, ao que parece, deram uma indicação "soft" sobre isso. Parece-me que o ministro fez bem em manter os exames - recuava nestes e teria que recuar sempre que os sindicatos ameaçassem uma greve a exames (não se esqueça que havia pré-avisos de greve para vários dias), o que tornaria a época de exames caótica.
    Num caso de greve geral de um dia, em que não há pré-avisos de greve geral para mais dias, uma situação em que não está em causa espcificamente o ministério, mas 'a política do governo' em geral, as coisas parecem-me bastante distintas.

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  3. A mim, modestamente, parece-me que perderam todos -o Crato,os professores, o sindicato, os alunos e a sociedade. As razões são diferentes para cada grupo, contudo óbvias. ´
    Em termos mais gerais, se é verdade que os professores têm sido maltratados e têm razões para se queixar, também é verdade que o Mário Nogueira e o PCP não podem continuar a deitar ministros abaixo só para manter viva a escola leninista.

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  4. Os professores ganham pois a greve esta a dar que falar e é isso que se quer na greve. Fazer notar de forma serem analisados os motivos da greve. Se a greve não se fizesse notar ninguem se lembrava que ia ser ou tinha sido greve, infelizmente é assim.

    O ministro da educação nem ganha nem perde. Não há melhorias do sistema de ensino resultantes da greve, nem da alteração de datas, por isso não vejo onde pode ganhar ou perder. Só se estiver a analisar a politiquice.

    Os alunos perdem por causa da instabilidade das datas.

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  5. Eu, Anónimo

    Escrevo apenas para deixar claro que não sou nenhum dos anónimos que aqui comentaram a posta de LA-C. Custa a crer que ainda haja alimárias deste calibre, mas parece que as há, donde a necessidade de delas me demarcar. Encorajo pois outros anónimos a fazer o que acabei de fazer, mesmo que anonimamente.

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    1. Vai chamar alimária à tua anónima, ó anónimo.

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  6. as desilusoes do matematico Crato sao enormes: 1-esperava-se finalmente um ministro da educaçao e sai mais um encarregado do pessoal do ministerio das escolas. 2-esperavamos uma politica da educaçao (bons programas,bom uso dos Tic para ajudar alunos.prof e reduzir custos,rentabilizaçao dos equipamentos das escolas por quem os pagou, liberdade e igualdade de escolha entre publico/privado) e sai um pessimo chefe de recursos humanos 3-O partido do governo esperava ganhar e sai uma estrategia suicida o encarregado de recursos humanos 4- a um cientista esperava que nao fizesse fretes destes e apesar eu não deixar de admirar fico muito desiludido.
    Esperemos que o proximo governo possa ter um ministro da educaçao alem do habitaual encarregado de negociar com os sindicatos. E deixem de bater nos sindicalistas nogueiras ou pereiras -fazem o papel deles = defender os socios ; umpouco demagogos quando clamam a defesa da escola publica mas a politica é isso: arte do paleio.

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