quarta-feira, 19 de junho de 2013

O grande salto em frente

Em posts abaixo, o Luís e o Manuel Cabral defendem, implícita ou explicitamente, o reforço do orçamento comunitário. Ambos gostariam que fosse transferido mais dinheiro para as regiões ou países com maior desemprego. O Manuel Cabral não se importaria se tal fosse feito à custa dos agricultores dos países mais ricos. O LAC relembra o conceito de Zonas Monetárias Óptimas, introduzido em 1961 por Robert Mundell, segundo o qual um “orçamento parcial comum” é uma das condições chave para uma integração monetária eficaz. Muito bem. O problema é a realidade. Os líderes europeus já mostraram não pretender aumentar as contribuições dos seus países para o "orçamento comunitário" e não pretendem tal coisa porque os povos que os elegeram não estão para aí virados, bem pelo contrário.
Pois é, a democracia às vezes é uma chatice, o povo nem sempre quer ver a luz. Há quem diga que nos fazem falta líderes do calibre de um Helmut Schmidt, um Valéry Giscard d'Estaing, um François Mitterrand ou um Helmut Kohl. Afinal de contas, foram eles que sonharam, idealizaram e puseram de pé a moeda única, contra todas as teorias e, mais importante, contra toda a evidência histórica – nunca em época alguma se tinha avançado para uma União Monetária sem a existência prévia de uma União Política. Em suma, foram eles, esses visionários, que nos empurraram para a beira do abismo. Agora, como dizia o outro, só falta dar o grande salto em frente.

1 comentário:

  1. "nunca em época alguma se tinha avançado para uma União Monetária sem a existência prévia de uma União Política."

    Houve o caso da União Latina (com moedas diferentes por país, mas com a mesma quantidade de metal, o que é mais ou menos o mesmo que uma moeda única), ou até mesmo do Franco CFA (bem, aí foi mais avançar para uma desunião política sem a existência de uma desunião monetária).

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