sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Que fiasco

Há um dia, o Ian Bremmer, Presidente do Eurasia Group e um dos cientistas políticos mais pragmáticos e informados do mundo, dizia que ainda não estava tudo perdido para o Biden, que esta situação podia ser o equivalente à linha vermelha do Obama no uso de armas químicas na Síria -- má, mas ultrapassável. Para o Biden, as coisas só piorariam se houvesse algo parecido com a crise de reféns no Irão que aconteceu ao Jimmy Carter em 1979-81, diz Bremmer.

Acho que dificilmente isto cai no esquecimento, dado o envolvimento da sociedade civil em tentar retirar refugiados do Afeganistão. Diz o New York Times que a equipa da Hillary Clinton orgaizou um vôo charter para tirar mulheres em risco. O Tommy Marcus já tem $6,2 milhões em menos de dois dias para vôos e apoio a refugiados e suspeito que, nos próximos dias, vamos descobrir muitas mais iniciativas privadas. Não me surpreenderia que mais inovações da sociedade civil estivessem a caminho, dado que quatro anos de Donald Trump treinaram bem o pessoal.

Entretanto, depois de evacuar cerca de 3500 militares, os EUA estão a enviar 6 mil para tentar estabilizar a situação. É uma completa humilhação, daquelas a que nos tínhamos habituado durante a presidência do Trump e convenhamos que muita gente que votou Biden argumentava veementemente que, ao menos com ele, não teríamos situações destas.

O que vale é que há sempre alguns americanos que não perdoam e são excelentes a criticar-se a si próprios: completo falhanço de planeamento, execução, e comunicação. Um fiasco completo. Vale a pena ver o Bremmer.

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