quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Muito Feio...

Diogo Feio, vice-Presidente do CDS, foi infectado pelo vírus que consome António Costa e decidiu que PSD e CDS não devem aprovar nada do PS na Assembleia da República.

É assim: se esta atitude de chumbar tudo, só porque sim, era feia em António Costa, continua a ser feia em vós. Sinceramente, onde é que os partidos desencantam estes iluminados para representar o povo? Ainda por cima alguém que vem de um partido que segue os valores cristãos e que deve ter andado em aulas de Religião e Moral.

Cresçam um bocadinho, se faz favor. António Costa tem comportamento de pirralho e vocês acham que a maneira de lidar com ele é ser ainda mais pirralho. Aproveitem esta crise para inovarem e demonstrarem ao povo que são pessoas razoáveis, que salvaguardam os interesses de Portugal, e que sabem comportar-se como adultos em situações de crise. Não nos demonstrem que são infantis, vingativos, e só querem saber do vosso partido. Isso já foi feito mais do que muitas vezes.

14 comentários:

  1. Não concordo. Acho que a partir daqui o PSD e o CDS não vão descansar enquanto o PS não cair e têm toda a razão. Cá se fazem, cá se pagam. Por alguma razão se diz que a política portuguesa nunca mais será a mesma. Pretender que os outros se ficassem depois da queda do governo é irrealista. Esta legislatura não é viável.

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  2. Se o PS precisar dos votos da PaF para aprovar:
    - um orçamento
    - uma política importante até agora consensual entre PS/PSD/CDS
    - uma proposta que se encontrasse entre as propostas do PS aceites peles coligação

    e a PaF votar favoravelmente, teremos uma situação em que os perdedores das eleições, alegando um apoio (inexistente) ao seu programa de governo por parte das bancadas mais à esquerda, efectivamente lideram um governo apoiado pelos vencedores. Isto parece-me verdadeiramente aberrante e desprovido de legitimidade democrática, pelo que a posição de Diogo Feio não me parece "uma birra que coloca os interesses partidários à frente dos interesses do país", mas uma apólice de seguro contra essa perversão da democracia.

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    1. A PaF ou o PSD e o CDS (não sei se serão uma coisa ou outra depois da queda do governo) tem toda a legitimidade para aprovarem ou não aprovarem qualquer legislação. E tem (como teve o PS) toda a legitimidade para tentarem substituir o governo por um que mais esteja de acordo com as suas politicas e tentar, dentro das regras constitucionais, influenciar a data em que existirão eleições.

      Isto dito, parece-me estranho se for "uma política importante até agora consensual entre PS/PSD/CDS" que o PSD e o CDS resolvam votar contra só... para ser do contra. Não por não terem legitimidade para fazê-lo, mas sim porque me parece contraproducente: se for uma politica que acham que deve ser efectuada, mas que sem os seus votos não será, poderão ser eles a apresentar uma proposta legislativa para a politica. De outra forma, estarão a votar contra os interesses dos seus eleitores.

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    2. Neste caso, também não concordo com a Rita. O Pedro Silva explicou bem a aberração que seria o PS estar a contar com os votos da direita para passar medidas, que seriam com certeza as "desagradáveis". Ou seja, o Bloco e o PCP só apoiavam as medidas simpáticas e os partidos da direita que apoiassem as medidas duras. Seria um suicídio político do PSD e CDS se caíssem nessa armadilha. Por isso, é mais honesto e politicamente mais inteligente se deixarem já bem claro que não contem com o apoio deles, até porque muitos eleitores do PSD e CDS estão demasiado indignados com o que se está a passar e não entenderiam sequer outro tipo de comportamento.

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    3. É uma gestão complicada de fazer, Quer dizer que se o PS levar a ratificação do ratado transatlântico (Transatlantic Trade and Investment Partnership) o PSD deve votar contra?

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    4. Penso que uma solução poderia ser a que é mencionada mais abaixo num comentário do Miguel Madeira: se não tem impacto orçamental (i.e. efeitos na capacidade de actuação do executivo) o sentido da votação deve ser independente do detentor do poder executivo, mas se estiver relacionada com o exercício imediato do poder executivo não faz sentido os defenestrados "darem uma mãozinha"

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    5. LAC,há a considerar três coisas. A primeira: quanto queres apostar que a maior parte dos deputados nem têm noção do que isso é? Segunda: na melhor das hipóteses, o Feio deve desejar que o Trump ganhe as eleições nos EUA e mande o tratado às urtigas, dado que ele já disse que não gostava do do Pacífico. E finalmente, há uma coisa que é endémica na política portuguesa: tomam-se posições sem ter noção das suas consequências. É lógico que ele vai ter de dar o dito pelo não dito a qualquer altura, mas como em Portugal recompensa-se quem dá o dito pelo não dito, talvez seja essa a estratégia ideal.

      O Zé Carlos não percebe de Constituições e a mim escapa-me os princípios de lógica portugueses. O blogue vai entrar em decadência. Estamos tramados!

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    6. Zé Carlos, o PS tem a PàF entalada: se votam contra coisas que interessam a Portugal irão ser considerados os responsáveis das consequências negativas e o PS irá usar isso para se apresentar como vítima da PàF ao eleitorado e dizer que merece maioria absoluta porque não pode confiar na Extrema Esquerda. Essa é claramente a estratégia de Costa. A única maneira da PàF se defender disso é votar salvaguardando os interesses do país, mesmo sacrificando os do partido no curto prazo, e mostrar ao eleitorado que é o adulto na sala.

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  3. Depois de o PS cuspir na cara do PSD, o PSD deveria dar a outra face?
    Não estou a ver que isso aconteça, nem me parece que devesse acontecer.

    Até porque PS+BE+PCP são maioria, não precisam do PSD para nada.

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  4. Concordo com o Pedro Silva. Isso seriam os perdedores a governar com apoio dos vencedores. Mas mais do que isso, criaria uma situação em que o Partido Socialista governa eternamente seja qual for o resultado das eleições (excepto com maioria absoluta à direita). Escolheram a extrema-esquerda para governar, agora governem com a extrema-esquerda, Não é revanchismo, é a vida.

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    1. E eu a pensar que o PSD governava eternamente seja qual for o resultado (excepto com uma maioria absoluta de esquerda)

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    2. E eu a pensar que o PSD governava eternamente seja qual for o resultado (excepto com uma maioria absoluta de esquerda)

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  5. Isso acaba por ter o efeito de dar ao PCP e ao BE mais força do que teriam, já que podem bloquear qualquer proposta que há partida tivesse o apoio natural do PSD, do PS e do CDS (dito isto, efetivamente faz sentido que um governo apoiado num conjunto de partidos só aprove medidas com que todos esses partidos concordem, logo talvez fosse um bocado bizarro um governo apoiado pelo PS, BE e PCP apresentar propostas para serem aprovadas com o voto a favor do PSD, PS e CDS e contra o BE e PCP; há uma espécie de precedente - tenho a ideia que a lei do aborto de 1984 foi aprovada com os votos a favor do PS e PCP e contra do PSD, com um governo PS/PSD, mas talvez faça sentido distinguir entre propostas que têm a ver diretamente com a governação - orçamentos, tratados e leis propostas pelo governo - versus propostas de lei apresentadas por partidos e que não tenham impacto orçamental relevante).

    Por outro lado, o PS ganhar sempre (exceto quando a direita tem maioria absoluta), como diz o Nuno Jerónimo, talvez não fosse tão escandaloso como parece - suspeito que em praticamente todos os assuntos a maioria do povo português (seja em versão PSD+PS+CDS ou PS+BE+PCP) concorda com a posição do PS, logo talvez isso seja mesmo o mais democrático; pondo as coisas de outra maneira - se não existisse parlamento nem governo e fosse tudo decidido em referendo, com o que parece ser a composição politica atual do eleitorado, era de esperar que a proposta apoiada pelo PS ganhasse sempre.

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    1. Por mim, acabava-se com isso tudo e escolhia-se um rei. Mas tinha de ganhar uma batalha campal a sério, daquelas medievais, não eram umas eleiçõezitas. Depois, para contentar o povo, nomeavam-se uns conselheiros de sensibilidade vagamente socialista.

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