segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Prudência

Adam Smith, o pai da economia, exaltava a prudência, considerando-a a maior das virtudes. Até aparecer a palavra risco (talvez no século XVII, associada aos navegadores portugueses ou ao surgimento da banca) os antigos falavam na fortuna. Maquiavel comparava-a a um rio em fúria que arrasa tudo o que lhe aparece pela frente. Os homens não podem controlar a fortuna, mas podem fazer diques e canais para escoar a fúria do rio. Estes são os homens prudentes, dizia Maquiavel. Não vale a pena ignorar ou omitir que o rio se pode enfurecer vezes sem conta, com o argumento que isso pode assustar e fazer as pessoas entrar em pânico. Se for essa a estratégia, as pessoas vão refazer as suas antigas casas com os mesmos materiais, em vez de fazerem os tais canais e diques, como aconselhavam os mestres. O resultado não é difícil de adivinhar.

1 comentário:

  1. Tendo em conta o "risco", segundo a definição de Séneca, ficaria um tudo-nada mais completo e, para mim, está muito bom.

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