sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Editoriais do Avante: descubra as diferenças

Podemos ver no editorial desta semana no Avante:
O Governo PSD/CDS agora empossado não tem, por si só, condições para se manter em funções;
No editorial de há duas semanas, tinham escrito:
Há uma base institucional para outras soluções governativas que impeçam PSD/CDS de formar governo e prosseguir a sua política de desastre, exploração e empobrecimento.
Esta semana:
Há no novo quadro parlamentar uma maioria de deputados que constituem condição bastante para a formação de um Governo de iniciativa do PS, que permita a apresentação do programa, a sua entrada em funções e para a adopção de uma política que assegure uma solução duradoura. Nenhuma razão política ou institucional pode ser invocada para questionar essa solução governativa.
Há duas semanas:
O PCP reafirma que há uma maioria de deputados que constituem condição bastante para a formação de um governo de iniciativa do PS, que permite a apresentação do programa, a sua entrada em funções e a adopção de uma política que assegure uma solução duradoura. PSD/CDS não têm à partida condições reunidas do ponto de vista de suporte parlamentar para que seja Passos Coelho a ser indigitado como primeiro-ministro e nenhuma razão institucional objectiva pode justificar essa indigitação.
Esta semana:
Os trabalhadores e o povo podem contar com o que dissemos: não faltaremos com o apoio a qualquer medida que corresponda aos seus interesses, à elevação dos seus rendimentos e à reposição dos seus direitos; assim como não caucionaremos as medidas e políticas que atentem contra os seus interesses e direitos.
Há duas semanas:
«O PCP não abdicou nem abdica – como referiu o camarada Jerónimo de Sousa no comício do Porto do sábado passado – de lutar por uma política que responda de facto aos direitos dos trabalhadores e do povo, à elevação das suas condições de vida, ao combate às injustiças e desigualdades sociais, ao necessário crescimento económico e a uma efectiva política de emprego».
Onde está então a diferença? Penso que nesta passagem que estava lá há duas semanas: 
Nunca escondemos que há significativas diferenças entre o PCP e o PS que, aliás, têm estado presentes nas reuniões que se têm realizado, num esforço de exame das possibilidades de soluções políticas, que prossegue. O que dizemos é que, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo (...)
No editorial desta semana, a hipótese de não ser possível uma convergência desapareceu. Nos próximos dias, veremos se esta diferença no tom do discurso é efectiva ou não.

Adenda: Não foi preciso esperar uns dias, bastou umas horas. A diferença é mesmo radical.

7 comentários:

  1. Esta última frase está muito mal escrita, acho que nem faz sentido. Mais um ponto contra o PCP no meu livro: não apreciam a língua portuguesa o suficiente para editar o que escrevem.

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    1. A última frase termina com "O que dizemos é que, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, nada obsta a que o PS tome a iniciativa de formar governo e entrar em funções." (negrito meu - com esta parte creio que a frase faz um pouco mais de sentido).

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    2. Caramba, agora vou ter de gostar do PCP...

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  2. A última frase está truncada: o Editorial diz "O que dizemos é que, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, nada obsta a que o PS tome a iniciativa de formar governo e entrar em funções."

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  3. Obrigado pela correcção. Tinha um ponto final errado.

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  4. A língua portuguesa nem sempre se adapta bem às acrobacias verbais do PC, especialmente quando não querem revelar nada.
    Maria Teresa Mónica

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  5. A língua portuguesa nem sempre se adapta bem às acrobacias verbais do PC, especialmente quando não querem revelar nada.
    Maria Teresa Mónica

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