domingo, 10 de janeiro de 2016

Perguntem à França

O Zé Carlos tocou num ponto importante: a França. Portugal teve colónias em muitos sítios e muitos cidadãos das nossas ex-colónias foram para Portugal e suspeito que também devem andar noutros sítios da UE. Mas não se vêem gangs de homens das ex-colónias portuguesas a atacar mulheres.

Já os cidadãos das ex-colónias francesas, especialmente argelinos e marroquinos, parece que estão representados anormalmente neste tipo de crimes na Europa. E note-se que os problemas antecedem o convite feito pela Europa aos refugiados, como é o caso de Colónia.

Nos EUA, em quase 20 anos, já tive oportunidade de conhecer muitos árabes e muçulmanos, e até vivi numa residência que tinha bastantes, e nunca me senti ameaçada por eles. A minha experiência pessoal não é representativa, mas também não vejo que estejam sobre-representados neste tipo de crimes nos EUA.

Pergunte-se exactamente à França, um país que é porta de entrada para árabes muçulmanos na Europa, o que é que exactamente andam a fazer quando lhes dão o visto de entrada na UE ou decidem como gerir as suas comunidades árabesmuçulmanas.

12 comentários:

  1. Os EUA têm muito menos árabes do que a França e existe/existiu um processo de filtragem e seleção muito mais restritivo para a migração. Claro que também existe o impacto da forma como a sociedade lida com essa migração, mas não me parece que seja um dos factores principais aqui.

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    1. Os EUA têm gente de todo o mundo e têm também muita gente de sítios onde as mulheres são vítimas de abusos. Parece-me que a forma como a França integra os árabes na sociedade é crítico para este resultado, eu até já escrevi sobre isso aqui antes. Os franceses ao querer que legalmente todos sejam iguais, quando na realidade a sociedade os trata de forma diferente e há efectivamente descriminação, acabam por incentivar conflitos entre diferentes etnias/backgrounds.

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    2. Só uma correcção: os argelinos, tunisinos e marroquinos não são arábes, são magrebinos (ou "mouros", se quiserem). O problema de integração não é - como em quase todo o lado - a geração que emigra, mas a dos filhos.

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  2. Que post estranhissimo.

    Porque arabes e nao muculmanos? A maioria dos marroquinos e berbere. https://en.wikipedia.org/wiki/Demographics_of_Morocco#Ethnic_groups

    Na Algeria sao 30%, mas o resto da populacao e arabe-berbere, nao arabe.

    Na Suecia e no UK a situaçao e igual a de Franca, nao? Porque nao perguntar a esses?

    Como sabe que nos EUA os muculmanos arabes, ou muculmanos, nao estao sobrerepresentados nesse tipo de crimes? Nao ha dados sobre isto.

    Se ha uma diferenca e entre EUA vs Europa, nao entre Franca vs resto do ocidente. E a diferenca e essencialmente no tipo de imigracao. A maioria dos arabes muculmaos nos EUA vieram estudar e ficaram. E como sao muito menos, vivem mais isolados, o que dificulta ghettotizacao. Mas em ondas migratorias de muculmanos mais recentes, como os refugiados somalis, a integracao nao esta a funcionar assim tao bem.

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    1. OK, são muçulmanos, mas os refugiados parece-me que são árabes. Quanto à estranheza do post, obrigada. Gosto muito que as pessoas pensem acerca do que eu escrevo.

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    2. Ó JP, porque é que não sabe dizer: "Rita, enganaste-te!"? É estranho...

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  3. Talvez os árabes nos EUA não sejam suficientes para criar bairros árabes, onde os adolescentes árabes se possam juntar a gangs árabes?

    [Ocorre-me agora que talvez o caso mais famoso nos EUA de uma violação em grupo entre uma comunidade imigrante tenha sido entre luso-americanos: https://en.wikipedia.org/wiki/Cheryl_Araujo]

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  4. Árabes são todos aqueles que falam (ou cujos antepassados falavam) árabe e se consideram árabes - isso inclui quase todos os tunisinos e provavelmente a maioria dos argelinos e dos marroquinos (até admito que a maioria dos marroquinos fale - ou falasse até há pouco tempo - dialetos berberes, mas acho que em Marrocos, ao contrário de na Argélia, nunca houve um "nacionalismo berbere" oposto à identidade árabe; um pouco o inverso de Malta, em que se fala uma língua que é tão árabe como os vários dialetos nacionais do árabe, mas cuja população não se considera árabe).

    Nos EUA, ocorre-me outra coisa: penso que grande parte dos árabes (ou descendentes de árabes) nos EUA são cristãos, não (veja-se Paul Anka, Ralph Nader, John Zogby, Justin Amash, John Sununu...)? Isso poderá fazer alguma diferença (ainda que há quem diga os bairros assírios - cristãos - na Suécia não sejam muito mais seguros que os bairros árabes)

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  5. Por acaso, acabei agora mesmo de ler isto, mesmo a seguir a este post, sobre a forma como os suecos reagiram em 2014 e 2015 num festival de música em Estocolmo:

    http://www.bbc.com/news/world-europe-35285086

    E esta manhã li uma coisa que, para mim, faz imenso sentido:

    http://www.levif.be/actualite/international/une-immense-frustration-sexuelle-a-la-base-des-violences-de-cologne/article-opinion-448753.html

    Ignorar a panela de pressão sexual de onde vem a maioria dos migrantes que chegam actualmente à Europa (naturalmente, machos e jovens na sua maioria) para tentar dizer que não há nada de fundamentalmente novo em relação ao machismo e violência contra as mulheres dos indígenas, só vai dar asneira.

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    1. Pois é, Isabel, até fizeram um filme com a Jodie Foster sobre essa violação.

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    2. Pois. Por aqui dá para fazer filmes.

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