sábado, 3 de dezembro de 2016

Um triste fim

Já poucos se lembram, mas em 2012 François Hollande apresentou-se ao eleitorado francês como o campeão anti-austeridade. Ele prometia um combate sem tréguas “à política cega da austeridade”, ele ia pôr os mais ricos a pagar a crise. A esquerda europeia rejubilou. Estava encontrado um novo herói. Afinal de contas, o homem era o líder da segunda maior potência europeia. Cinco anos depois, com níveis de impopularidade históricos, anunciou que não se recandidatava a um segundo mandato, facto inédito na V república francesa. A esquerda hoje renega o homem e trata-o quase como um traidor. Entretanto, do Tsípras, o tipo da Grécia, lembram-se?, é melhor nem falar. Desgraçadamente, com o tempo, o poder parece destruir os heróis e campeões anti-austeridade, transformando-os, de caminho, em traidores. É um triste fim.

1 comentário:

  1. JCA:
    O poder também parece destruir os heróis e campeões austeridade, Passos Coelho perdeu 700 mil votos e a maioria absoluta, depois do brilhante trabalho e de ter ido além da Troika.

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