Desde a semana passada que comecei a trabalhar em modo híbrido: três dias no escritório e dois em casa. Um dos prazeres de ir ao escritório é, durante a comuta, poder ouvir as notícias da NPR e esta semana houve duas histórias que achei interessantes; ambas têm a ver com a Califórnia, um dos estados mais progressivos aqui do burgo.
A primeira história é sobre as strip-teasers de Los Angeles que querem formar um sindicato. Não seriam as primeiras dado que a peça jornalística fala da tentativa de sindicalizar as stripteasers do Lusty Lady em 1996. E a história ainda é mais engraçada porque uma das strippers do Lusty Lady é agora professora universitária e faz investigação nesta área. Nada mau para um país "atrasado" socialmente, como são os EUA.
A segunda história é sobre S. Francisco, mais propriamente sobre a baía de S. Francisco, onde um número elevado de peixes morreu asfixiado devido ao crescimento de algas que causou uma maré vermelha. As algas cresceram porque a água tem nutrientes, especialmente nitrogénio e fósforo, e esses nutrientes chegaram lá por via das águas de saneamento urbano, pois as centrais de tratamento de água não retiram os nutrientes antes de as despejarem na Baía. Isto na Califórnia, que é o tal estado progressivo.
Ouvi a notícia na Quinta-feira e tenho andado a pensar nisto porque acho absolutamente idiótico. Quando vivi em Oklahoma, que é um estado muito regressivo, tive oportunidade de visitar a central de tratamento de água de saneamento de Stillwater há uns 20 anos e não é que tiravam os nutrientes à água com a ajuda de umas algas?
Mas a história ainda fica mais engraçada porque calhou, há umas semanas, eu comprar peixe congelado no super-mercado internacional e reparei ontem que o pacote tinha um aviso da Califórnia. Estavam preocupados com o meu consumo de peixe e dizem-me, num autocolante, que podia ficar doente por comer aquele peixe.