domingo, 31 de janeiro de 2021

Versão 2.271

Ontem foi um dia muito especial, pois recebi o meu primeiro correio do Brasil: um livro do Paulo Roberto Farias, que uma amiga me ofereceu. Já o tinha tentado comprar antes pela Internet, mas é preciso um número fiscal para fazer compras online no Brasil e eu não tenho. Há algumas semanas, o Paulo perguntou no Instagram se alguém estava interessado em comprar uma cópia e eu aproveitei para encomendar. Tentei transferir o dinheiro via Xoom, que é um serviço do Paypal, que até uso para transferir dinheiro para Portugal, mas não consegui porque alguém no Brasil não autenticou a informação da conta do destinatário.

Passei para o plano B, que foi perguntar a uma amiga brasileira que tinha morado nos EUA como é que ela transferia dinheiro para lá. Prontamente, ofereceu-se para me oferecer o livro e no espaço de minutos transferiu o dinheiro. Não é extraordinário as coisas que os nossos amigos fazem por nós? Fico sempre com a sensação que não mereço estas pessoas, apesar de eu tentar ser uma boa amiga. Para mim, sempre foi muito mais fácil dar do que receber.

Depois do pagamento realizado, tive receio que o livro se perdesse pelo caminho, pois os correios andam péssimos por aqui, logo imaginei que no Brasil também andasse confusão. Para minha grande surpresa, o livro que foi enviado no dia 22 de Janeiro surgiu na minha caixa do correio ontem, oito dias depois. Nunca pensei possível.

A modos que fiquei muito emocionada por a primeira coisa que recebi do Brasil ser um livro e desatei a chorar. Estava eu nestes preparos, quando recebo uma mensagem do Paulo, nem cinco minutos depois de abrir o pacote e ler a dedicatória super-generosa que me escreveu. Contei-lhe da minha emoção e do significado daquele correio e ele também ficou emocionado, pois aquele pacote foi o primeiro que enviou para os EUA. Que coincidência...

Fui agradecer à minha amiga por me ter presenteado uma coisa com tanto significado. Ela é para mim uma pessoa muito especial, pois passámos muito tempo juntas depois de me mudar para Memphis. Foi tão bom ter alguém com quem falar português após ter saído de Houston e de ter deixado os primeiros amigos portugueses que fiz nos EUA. Foi com ela que fui a Nova Iorque pela primeira vez e, na verdade, foi por causa dela que lá fui, pois sempre achei que talvez não gostasse por ser um pouco impessoal dado haver tanta gente. Não sou boa no meio de muitas pessoas, faz-me confusão e tenho tendência para me retrair, logo evito sítios assim. Mas, surprendentemente, e talvez por apenas lá ter estado com amigos, acho Nova Iorque bastante íntima e agradável.

Nesse aspecto, sou bastante sortuda porque há sempre alguém que conheço em quase todos os sítios que visito. Às vezes, nem me lembro que as pessoas estão em certo local, mas como tenho o hábito de meter fotos nas redes sociais sempre que viajo, os amigos apanham-me: "Ah, estás em Minneapolis, queres ir jantar?" Outras vezes, estou em casa e não me apetece ir a lado nenhum, mas alguém me pergunta "Quando é que vens?" e marco uma viagem só para poder estar com aquela pessoa. E mais umas ouras, claro.

No Natal de 2019, uma amiga russa visitou-me e aproveitámos e fomos visitar um museu, a seis horas daqui, em que estava interessada. Aproveitei e marquei dois jantares com grupos de amigos, o que surpreendeu muito essa minha amiga. Achei engraçado. Ela anda sempre a fazer actividades em que conhece muitas pessoas, mas acha que não tem amigos. Depois da pandemia, estou curiosa para ver como iremos reagir a poder estar com desconhecidos outra vez, especialmente os que se tornarão nossos amigos.

sábado, 30 de janeiro de 2021

Version 2.270

No museu Frist, em Nashville, vai abrir uma exposição de Picasso. Estou a planear ir, mas parece que os bilhetes estão a ser reservados muito depressa. Telefonei a uma amiga para ver se estava interessada e calhou o filho dela ter ido às urgências porque estava com palpitações. Ainda nem tem 30 anos, mas é claro que nas condições actuais, episódios destes são muito assustadores. Ainda hoje de manhã, numa reunião, um colega meu disse que o vizinho, um rapaz de 31 anos, com uma filha pequena, tinha morrido de Covid-19. Infelizemente, era uma pessoa obesa e isso deve ter complicado a sua situação.

Quando ouvi dizer que eram palpitações, pensei que a causa pudesse ser ansiedade, pois aconteceu-me uma situação parecida em Maio. Acertei no prognóstico: fizeram um electrocardiograma e não encontraram nada de mal, apenas aconselharam tomar Prilosec, que serve para controlar o refluxo de ácido do estômago. Quando a minha vizinha me contou, informei-a de que o governo americano tem uma app para gestão de stress e que se chama Covid Coach.

A app tem muita informação acerca de sugestões de como podemos gerir ansiedade e até tem ferramentas para podermos apontar o que sentimos no dia-a-dia, depois faz um cálculo do nosso nível de stress e dá-nos recomendações baseadas no resultado. Esta app foi-me apresentada nas sessões de aconselhamento psicológico durante o Verão. Normalmente, não é bem ansiedade o que sinto, é mais uma necessidade de controlar as coisas e de saber o que está para vir, mas naquela altura andava mesmo ansiosa.

O engraçado é que a minha vizinha está sempre a dizer como o governo americano é disfuncional e deperdiça muito dinheiro. Mais ou menos o que os meus amigos portugueses me dizem: os americanos, aquele povo que não faz nada de jeito, até elegeu o Trump, prova mais do que suficiente de que não presta. A minha vizinha perguntou como é que um governo disfucional não usa a app que criou? Era piada, mas eu aproveitei para lhe contar que em Portugal tinham aprovado a eutanásia hoje, numa altura em que o número de mortos por Covid-19 parece que anda pelas ruas da amargura. Ficou horrorizada...

Se estudarmos a estratégia do Partido Socialista, faz todo o sentido a aprovação agora: sempre que as coisas estão mal, os socialistas viram-se para uma causa de progresso social para dinamizar a claque de apoio. Talvez isto da eutanásia até seja bom, pois gastarem este trunfo agora pode indicar que estamos perto do fim do caos no sistema de saúde.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Version 2.269

Hoje saíram os dados da economia americana: contraiu 3.5% em 2020, o que é o pior desempenho desde a segunda grande guerra mundial. Podia ser bem pior. As pessoas não parecem estar muito deprimidas, pelo menos não andamos cabisbaixos como quando da crise subprime. O acesso a cuidados médicos está a ser facilitado com recuperação do Affordable Care Act. Muitas pessoas achavam que tinha sido repelido e já não podiam comprar seguro de saúde, mas não acabou, apenas ficou um pouco enfraquecido. Foi mesmo falta de informação ou confusão acerca de como as coisas funcionam. Como em todo o lado, a vida de muita gente seria bem melhor se se informassem ou se houvesse bom senso.

Por falar em bom senso, aconteceu uma coisa engraçada há uns dias. No Nextdoor apareceu uma rapariga muito chateada porque lhe tinham assaltado o carro e levaram a carteira, logo ela achava que a Home Owners Association tinha de contratar uns seguranças. Eu achei uma parvoíce e perguentei qual a razão de ela ter deixado coisas de valor no carro. Afinal, não perderia a carteira se a levasse consigo quando saía do carro. Duh... Mas é mesmo americano pensar que podem fazer o que lhes dá na telha sem sofrer consequências, apesar de, quando são os outros, querem que haja consequências.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Version 2.268

Comecei o dia a ler uma peça na Bloomberg acerca do esforço de vacinação na Europa, que não está a correr muito bem. Explicaram-me ontem que, pelo menos em Portugal, as coisas não eram feitas à balda, mas seria muito mais reconfortante se fossem: coisas correrem mal porque foram feitas à balda é preferível a coisas correrem mal porque foram feitas intencionalmente. Ao menos com a balda nínguém nos cria expectativas falsas e sabemos que temos de ser proactivos na gestão do risco.

Em tempos normais, leia-se tempos em que os portugueses não andam a morrer feito tordos, é mais fácil tolerar noticias acerca de rankings favoráveis, vídeos acerca de Portugal ser o país mais belo do mundo, e outras patetices enaltecedoras da pátria. Agora não consigo, nem acho que seja saudável. Muitos de nós têm parentes doentes, outros estão ou estiveram eles próprios enfermos, alguns perderam amigos e entes queridos, logo não sei se temos o espírito de claque em boa forma.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Version 2.268

Ultrapassámos os 11 mil mortos devido a Covid-19 e como é improvável que todas as mortes tenham sido identificadas, devem ter morrido ainda mais pessoas. Este número de 11 mil era perto do limite máximo esperado pelo modelo do Institute for Health Metrics and Evaluation há umas semanas, se se observassem todas as medidas preventivas, mas com o agravamento do número de casos, a nova previsão é de 18 mil mortos até meados de Fevereiro e depois um plateau de cerca de 22 mil mortos após meados de Março. Ou seja, duplicou-se a tragédia, mas ainda pode ser pior porque o cenário mais pessimista é que quase 30 mil pessoas morram se se relaxarem as restrições de prevenção.

Só que depois de um ano nisto, penso que muita gente já está por tudo. Há uns dois dias disse a um amigo meu que estou a trabalhar de casa desde Março do ano passado. Lembram-se daquele dia em que o mundo inteiro decidiu ficar em casa? Pois, eu estava no escritório às 8 da manhã e por volta das 9, o meu chefe disse para irmos todos para casa. Ainda tentei ficar mais algum tempo para terminar algumas coisas, mas ele insistiu que o escritório tinha de ser evacuado. Ficaram apenas algumas pessoas que não conseguiam trabalhar de casa por causa de equipamento.

Então dizia eu que desde Março que passo quase todo o meu tempo em casa, e o meu amigo ficou chocado, como se fosse inconcebível. Mas até fiz uma viagem em Setembro, mas foi tudo muito cuidadoso. E depois ia fazer outra, mas foi cancelada por um furacão. Não me senti bem em voltar a marcar essas férias durante o Outono/Inverno. Antes do Dia de Acção de Graças, o meu chefe perguntou-me se me sentia confortável em regressar ao escritório, que estava aberto com uma equipa reduzida e o resto a trabalhar de casa, mas disse-lhe que não sabia porque tinha medo dos feriados que se aproximavam. Depois dos feriados, o escritório fechou outra vez e não parece que vá reabrir antes de termos tomado as vacinas.

Hoje o Presidente Biden anunciou que os EUA iam comprar mais vacinas para tentar acelerar o processo de imunização. Tendo eu a possibilidade de trabalhar de casa e controlar a minha exposição ao virus, não tenho grande pressa em ser vacinada, pois há pessoas que precisam mais do que eu. Quando houver mais folga no sistema podem me chamar.

Fico muito triste que Portugal esteja com uns números tão maus. Foi claramente um falhanço das autoridades. Criou-se uma sensação de segurança durante o verão para dinamizar o turismo pela qual estamos agora a pagar. Em breve o tempo aquecerá e as pessoas irão começar outra vez a fazer férias, a andar em restaurantes, etc. Quanto mais atrasado Portugal fica no controle do vírus, mais o turismo sofre no longo prazo. As pessoas deviam ser sensibilizadas para serem mais cuidadosas, mesmo no verão.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Version 2.267

Uma jornalista perguntou à Ministra da Saúde se o país estava a planear transferir doentes Covid para o estrangeiro e a Ministra diz que é difícil porque Portugal é periférico. Depois acrescenta que Portugal tem camas para os doentes, o que não tem é recursos humanos. No entanto, garantia a Ministra: "O Governo português está a acionar todos os mecanismos de que dispõe, designadamente no quadro internacional, para garantir que presta a melhor assistência aos utentes."

Ontem falava com um amigo meu em Portugal cuja irmã é médica e que se reformou durante a pandemia. Não he pediram para ficar a trabalhar, nem a ela nem a outros que se reformaram. Tenho uma amiga minha em Portugal que é enfermeira e trabalha numa área não ligada à saúde, também ninguém lhe pediu para ajudar. Eu acho estranho que ela não ajude, mas compreendo que não o faça porque não há como, se as autoridades não iniciam o pedido, para além de que ficaria sem o emprego normal, logo precisaria de certas protecções.

Bem, mas nem tudo é mau, pois isto de muitos casos e mortes dá jeito porque consegue-se uma bazuca maior. Estou curiosa para ver quando é que António Costa vai andar eufórico a falar na nova bazuca.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Version 2.266

Acompanhei os discursos desta noite e parece que o grande vencedor foi André Ventura e, ainda por cima, estas eleições clarificaram uma estratégia de crescimento para o Chega no Alentejo, à custa dos comunistas. Falou-se muito em preservação da democracia, mas numa democracia tem de haver oposição e, em Portugal, neste momento, o único partido que faz oposição é o Chega, logo não me surpreende que muita gente vote apesar de não concordarem com tudo o que ele diz. Muitas pessoas estavam curiosas acerca da demissão de Ventura e se isso o iria arrumar de vez, mas parece-me que ao demitir-se e voltar a concorrer, a sua reeleição apenas o enfortalecerá, ou seja, ficar em terceiro até é capaz de ter sido melhor do que ter ficado em segundo, pois força os seus eleitores a comprometerem-se com o projecto com mais afinco.

Achei o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa absolutamente patético. Deu uma lista de coisas que há a fazer, muitas delas que podiam ter sido feitas durante os últimos cinco anos. Resumindo, o discurso de vitória foi um discurso de falhanço, um rol de razões pelas quais ele não merecia os votos que teve. E teve esses votos apenas porque é o candidato mais popular, as pessoas habituarem-se a vêlo na TV há anos. Se Marcelo não tivesse concorrido, para onde iria a maioria dos seus votos? Penso que o mais provável seria André Ventura.

Perante o resultado das eleições, António Costa pede a Marcelo "profícula cooperação institucional", o que é um pedido incompreensível. Na CRP, a figura de PR serve para fiscalizar o governo, não serve para cooperar com o governo. Mas, pronto, a minha ideia de António Costa é que teve sorte, não me parece ser particularmente inteligente, mas também não é burro o suficiente para não aproveitar a sorte que tem. Para além disso, em terra de cegos, quem tem um olho é rei, e os outros políticos são bastante medíocres.

O PS irá ganhar as próximas eleições e os próximos cinco anos de MRS irão continuar a ser de empobrecimento para o país. Para além de não ter estratégia de crescimento para a economia, o PS depende de uma estratégia de distribuição bifurcada: em Portugal, retira recursos dos mais pobres para manter o eleitorado com as cativações; a nível da UE, conta com transferências dos países ricos para desacelerar o empobrecimento do país. Só que desde a crise da dívida soberana, essas transferências da UE têm um preço que é a desgraça. O país consegue mais dinheiro quando vai à bancarrota, quando há incêndios, quando os números da pandemia pioram... E irá continuar a ser assim, até porque quem morre não vota, mas quem morre ajuda a conseguir mais dinheiro para os que sobrevivem, que são os que votam.

domingo, 24 de janeiro de 2021

Version 2.265

No outro dia explicaram-me que os americanos são muito burros, com uma cultura geral muito má. Mais do que uma pessoa já me tentou explicar isto, então depois do Presidente Trump aparecer é bastante frequente. Quem tem mais tacto, diz também que é um povo muito capaz, com muita investigação e desenvolvimento tecnológico, coisas assim, mas que isso não invalida ser um povo burro ou ignorante, como preferirem.

Por minha vez, como tenho uma certa atração por coisas simétricas, gosto de virar a coisa ao contrário e expressar que os portugueses não são lá muito inteligentes. É obviamente uma generalização. Sou frequentemente acusada de usar muitas generalizações, o que é sempre péssimo quando dão mau aspecto aos portugueses, mas muito bem apontadas quando é a propósito dos americanos.

Eu acho os americanos muito malucos, varridos mesmo, basta ver o circo que foi o Trump. Para mim não é muito mau ser maluco; tento ser pelo menos um bocadinho chanfrada, o que até abona a favor de eu ser americana. As minhas generalizações não são tão diferentes das generalizações dos meus conterrâneos portugueses, o que, a meu ver, evidencia que ainda sou muito portuguesa.

Uma das formas de refutar um argumento em Portugal é dizer que generalizações são inválidas, o que por si só é uma generalização e até invalida certas figuras de estilo, como a sinédoque e a hipérbole. Mas nós portugueses contemporâneos estamos em boa companhia porque a questão já era problemática para o Camões, que também cometia o pecado de ser português, de generalizar e exagerar. Aliás, os Lusíadas começam logo mal: "As armas e os barões assinalados, que da ocidental praia lusitana..."

Estas questões são muito divertidas porque imaginemos que Portugal e EUA têm a mesma prevalência de pessoas menos dotadas ou malucas. Dado que há 328 milhões de americanos e 10,2 milhões de portugueses, cada português que encontramos representa mais de 30 americanos. Ora, se eu encontro um programa de TV em que 30 americanos mais um português são ridicularizados, é natural que eu pense que o problema é mais comum nos EUA do que em Portugal, mas não é. E não conseguir discernir o cerne da questão é parte do problema.

sábado, 23 de janeiro de 2021

Version 2.264

Para a cerimónia de tomada de posse, diz o NYT que Joe Biden decidiu usar um relógio Rolex, daqueles que custa $7000, o que é de muito mau gosto dada a crise que atravessamos. A primeira gaffe do Obama, em 2009, foi em Julho, quando ele disse que a polícia de Harvard tinha "agido estupidamente" ao abordar um professor negro, que estava a tentar entrar na sua própria casa. O caso só acalmou depois do Obama convidar polícia e professor para irem tomar umas cervejas à Casa Branca. Estou curiosa para ver que tropeção dará o Biden, mas parece que a lua de mel irá ser curta.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Version 2.263

Parece que há em Portugal uma variante inglesa do coronavirus que apareceu no Natal, tipo menino Jesus ou fava do Bolo Rei. Não deve ter nada a ver com o bacanal que foi o verão e a abertura das fronteiras aos turistas ingleses. Mas, pronto, foi-se a Fátima encomendar o milagre que supostamente protegeu o país da desgraça em 2020. Como ainda não se foi à peregrinação de 2021, as coisas estão a ir para o torto. Proponho que, como parte da campanha presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa rectifique a situação e se ponha a caminho -- de joelhos para ser mais sentido.

Estou curiosa para ver quantas pessoas irão votar no Domingo e se haverá muitas filas. Vai ser divertido ver muita gente a elogiar a democracia portuguesa nas celebrações do 25 de Abril, depois de se ter impedido milhares de pessoas de votar. Irá ficar na história como um ponto baixo da democracia portuguesa; mas será um pico de hipocrisia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Version 2.262

A sucessão de notícias de Portugal é, no minímo, intrigante. É como se estivessemos no ínicio da pandemia, quando estamos a celebrar o primeiro aniversário que chegou à Europa. Depois de todos estes meses, descobrimos que não há qualquer tipo de preparação. Já se sabia que o inverno ia ser difícil e era lógico prever que a época natalícia seria particularmente arriscada, logo alguém minimamente competente, faria uma campanha de sensibilização, controlaria o número de pessoas no espaço público, acompanharia os dados e delineava um plano de acção consistente com os mesmos em que tudo fosse guiado pela ciência, em vez de ser guiado por considerações políticas.

Na minha opinião devia-se ter permitido alargar o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e impor números máximos de entrada para assim reduzir o número de contactos entre as pessoas. E até faria sentido reduzir os horários de trabalho para 6 horas por dia e permitir às empresas ter vários turnos consecutivos. Para além de salvaguardar a saúde, também tinha de se defender a economia; era uma oportunidade de ser inovador, de aprender com os erros de outros países, e tentar fazer melhor para salvar a vida dos portugueses e poupar os poucos recursos do país.

Em vez disso, o governo tem medidas avulsas, inclusive reuniões extraordinárias para decidir se fecha escolas. Como é possível ser necessário uma reunião extraordinária? Não fizeram um plano de acção para preparar o país para contingências deste tipo? Se calhar esqueceram-se de encomendar o milagre, pois passaram meses a fio a vangloriar-se de como estavam preparados, eram competentes, estavam a fazer tudo o que era possível. Não fizeram nada.

Pela boca morre o peixe, e está mais do que visto que este peixe não só está morto, como já cheira muito mal.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Version 2.261

We are in the final hours of the Trump Presidency, finally! It feels like we packed a whole life in four years and I cannot fathom how time will feel once he is gone. This is a bittersweet time, as we are moving forward, but at a terrible expense, which I am praying will veer us toward the righteous path for many decades. We could use a long respite.

Of course, the American experience is not an easy one. It is full of painful episodes and, when we're lucky, mea culpas. Maybe because of that, Americans are so self-deprecating. In Washington, D.C., someone posted a sign on the side of the road with "Florida: He's all yours." And that's the thing in America, you can always find someone who is your kind of crazy, even when you're an asshole. Let's see how long the honeymoon will last.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Version 2.260

Não sei até quando a reputação do país aguentará, mas não parece que seja para sempre. Na imprensa internacional, já há um rol de notícias negativas sobre Portugal: a prestação de Mário Centeno no Eurogrupo; António Costa a chamar deplorável a membros de governos de outros países e até a sugerir a saída desses países da UE; o escândalo da falsificação de um currículo não uma, mas duas vezes, depois de se ignorar a sugestão da UE para o preenchimento da vaga; e, agora, a notícia de que o ministro das finanças português, infectado com coronavirus, teve contacto com representantes da UE.

A propósito deste último incidente, o Politico cita Ana Paula Zacarias a defender a importância de reuniões presenciais para planear a Presidência de Portugal da UE, como se não se pudessem conduzir as reuniões virtualmente. Estamos numa pandemia, em todos os países avançados, há pessoas a trabalhar de casa há meses e a colaborar com outras pessoas virtualmente, e eis que um membro do governo português anuncia ao mundo que os portugueses não sabem trabalhar assim. É imbecilidade a mais.

Se Portugal tivesse um governo competente, veria o trabalho à distância como uma enorme oportunidade para Portugal. Em vez disso, destroi a credibilidade do país. Iremos passar seis meses debaixo de uma lupa e o resultado final não irá ser bonito, para além de que, neste momento, os números de Portugal na pandemia são péssimos. Não é de todo mau, pois a UE premeia a mediocridade e paga bem quando as coisas correm mal: vem aí uma bazuca maior, o que decerto agradará ao nosso Primeiro Mercenário, perdão, Primeiro Ministro.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Version 2.259

Nos Estado Unidos, duas coisas dominam, uma real e outra fictícia. Na Quarta-feira, finalmente, os EUA irão fazer a transição para um novo Presidente. Sente-se no ar um certo nervosismo, como se suspendessemos a respiração para anular a expectativa colectiva de que mais alguma má pode acontecer até então. A segunda coisa é a série Bridgerton, da Netflix, que estreou no Natal, e que anda nas bocas do mundo porque permite que, por umas horas, escapemos ao nosso pesadelo colectivo.

Parecem ser coisas completamente diferentes, mas são essencialmente o mesmo: escapismo da realidade actual e maior diversidade e inclusividade racial e étnica. Estamos todos cansados de ver notícias e filmes sobre actos de racismo, mas talvez a cura também passe por estarmos expostos a situações em que pessoas diferentes se comportam com naturalidade, sem que o peso da história paire no ar. Como se quisessemos ver o resultado final do que queremos atingir, em vez de continuarmos a debater o porquê da realidade que temos.

Não elimina o problema, mas a mundança de perspectiva talvez possa inspirar uma solução.

domingo, 17 de janeiro de 2021

Version 2.258

Diz o povo que a tua fama longe soa e mais depressa a má do que a boa. Acordei e tinha no meu email um excerto de uma entrevista de Marcelo Rebelo de Sousa em que lhe perguntaram que posição tinha acerca da eutanásia e ele disse que não respondia porque era uma "antevisão" da sua posição.

Portugal não é uma monarquia em que ele tem direito ao trono, e também nos dizem que não é uma ditadura. Se ele quer representar os portugueses, tem obrigação de esclarecer a sua posição para que os eleitores saibam se lhes interessa ter um Presidente da República que se posiciona como Marcelo Rebelo de Sousa. Uma campanha é uma entrevista de emprego, em que o patrão são os portugueses, e, em democracia, um jornalista quando entrevista um candidato a Presidente defende os interesses do povo; não defende os intereses do candidato.

Há alguma explicação para o fraco contributo da comunicação social na edificação da democracia portuguesa? É uma vergonha a parcialidade com que os jornalistas tratam as eleições e não questionam nada que seja proferido pelo seu candidato de escolha. Ainda por cima, fazem isto depois de terem passado meses a fazer análises sofisticadas das eleições americanas, decerto traduções do que viam escrito na imprensa americana, mas nas eleições portuguesas limitam-se a ser papagaios de Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois há aquelas falhas de lógica muito comuns em Portugal: se Marcelo Rebelo de Sousa acha que não deve dar satisfações a ninguém, porque é que decidiu dar uma entrevista? Fechava-se em casa, ajoelhado em frente a um santo, e rezava para que votassem nele. Seria uma campanha muito mais congruente do que andar a dar respostas como a que deu.

No meio disto tudo, a minha única consolação é que, com a Internet, tudo isto fica documentado para todo o sempre: os filhos, netos, etc. irão ver a bela figura que os portugueses de hoje andam a fazer.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Version 2.257

During one of today's morning meetings, I got a message from my family telling me that my father has tested positive for coronavirus. I carried on the meeting, which I was leading, with nary an emotion surfacing. I knew it would happen and I had thought about it often before. This moment has already been lived many times, so many that it has the flavor of memory, rather than the current reality. After my mother died, my father's mind slipped away slowly and now he exists in my memory only. Probably soon, is body will also go. To lose one's parents is to become lonely and that is what I felt today, that sense that one is really alone.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Versão 2.256

Durante todo o dia recebi notificações acerca de Portugal e da retoma. Qual retoma? Nem a meio da crise estamos e acham que já estamos na retoma. É impressionante a forma como deturpam o significado das palavras em Portugal. O Primeiro Ministro diz que a economia perdeu apenas três anos. Há três anos, em 2017, o PIB Português era de quase 196 mil milhões de euros e ele diz que já gastou 22,9 mil milhões apenas com as famílias para combater a crise.

Somemos assim de cabeça, 196 + 22,9 = 218,9 mil milhões. Sabem quando é que o PIB português teve esse valor? Nunca. Em 2019, antes da pandemia, o PIB português era de 212.3 mil milhões de euros, de acordo com os dados da Eurostat/INE que consultei na Pordata. Agora adicionem quanto Portugal já gastou a apoiar as empresas e forçosamente terão de concluir que a matemática não é o forte deste génio político. Nem dele, nem do dos jornalistas que não se prepararam para fazer perguntas pertinentes ao PM Costa.

Mas isto do confinamento cheio de medidas malucas como proibirem os hipermercados de vender roupa, livros, etc., serve para quê exactamente? Não tiveram quase um ano para aprender a viver com o vírus? Matar a pouca actividade que existe não parece ser no melhor interesse de ninguém. Se há pessoas com dinheiro, que querem gastar dinheiro, então arranje-se maneira de o poderem fazer de forma segura.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Version 2.255

And on hump day, January 13, 2021, Mr. Trump was impeached for a second time by the House of Representatives. We shall wait until after the inauguration for his trial in the Senate, but I very much doubt that he will escape this time. I have seen quite a few people saying "too little, too late," that he is DOA, thus why bother now torturing the man? He is about to be DOA because people are fighting back, the Am4erican people never stopped fighting him. It is not enough that he lost the election, for he can still wreak havoc, as he has so aptly proven. In fact, his plans for after the Presidency were to create a TV channel, which does not seem harmless at all.

The amount of anti-American sentiment is a bit mindboggling; but, certainly, there will come a time when the western world will be begging for America to lead yet again. America is not perfect, but the world with a weak America is a bit unsafer than the alternative. Anyway, the country is broken, so it must be mended and steered back in the right direction. If other countries feel like that is an opportunity to make fun of Americans, so be it.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Version 2.254

Besides finishing listening to Alain de Botton's Essays in Love during our dog walks today, I also watched the last episode of Bridgerton on Netflix. I quite enjoyed the show and felt comforted that the cast was very diverse, but race was not presented as a source of conflict. They all got along, just like I do everyday where I live. That was so refreshing that I even thought I should buy Netflix stock, as I like the innovations that the company is bringing to TV.

The House of Representatives is moving along with impeachment, as, in a letter to the Speaker of the House, VP Pence does not want to invoke the 25th ammendment and says the country needs to heal, rather that be subjected to political games. The news have been peppered with cancellations of activities at Trump's properties, like the PGA 2022 championship. I will heal when I see him bankrupt again and without credit.

Slowly, this big charade in which we have been living is sorting itself out. It's about time.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Version 2.253

In the middle of my afternoon, a friend wrote me to let me know that MRS has tested positive for coronavirus. How on God's green earth did he get infected? And how convenient, in the middle of the campaign, to pull off a Trump and get Covid-19. I am sure that all the media will be talking about it, as if they were not devoting enough attention to our prima donna excuse of a President. I pity the other candidates who cannot even pretend in their wildest dreams that they stand a chance, although they could start behaving even more crazy to get people's attention.

What excuse have the people now, the voters? If you love your country, do you vote for an elderly man infected with a virus that can induce mental disorders or even death? I would not, but then again, we, the emigrants, are not able to vote because of the pandemic. But I am quite certain that as long as ugly pretentious men are able to participate in celebrations of the 1974 revolution, Democracy is alive and well in Portugal. If only decency and decorum were that easily safeguarded.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Version 2.252

Alas, it is Sunday evening and I kind of wish I had a little bit more time in the weekend, as last week was so intense that I ended up working until 9 PM last Friday and also worked a bit today. I did not study any for my driver's license exam and my friends are already after me, asking when I will get it done. To be honest, if I were still in Houston, I think I would've given up my car and just used Uber/Lyft, plus public transportation. In Memphis, such proposition is infeasible.

But I had a very good day. I woke up and remembered that I had not picked up the mail yesterday, so I found the Home Owner's Association newsletter and, low and behold, one of the neighbors had nominated me for the "Kindness Korner" for being so thoughtful and caring for his mother-in-law, who is 86.

I baked a couple of things, both from the Sweet Laurel cookbook/blog. I have been making their grain-free popovers for several weeks and it has become one of my favorite breakfasts. Today, I also tried some almond butter cookies, which turned out quite good -- the original recipe actually calls for sunflower seed butter, but I did not have that. It's funny, but I like almond butter just fine, although I am not a big fan of peanut butter; I think the only way I like it is in Thai cooking.

I was quite social today and entertained a few video calls and chats with friends. Who would've thought that little old me, who used to hide from the neighbors with anxiety attacks for being unable to greet them, would have so many friends and acquaintances all over the world?

domingo, 10 de janeiro de 2021

Version 2.251

The reckoning has begun! Yesterday, Google announced that it would remove Parler from its store, and today Apple followed suit. This evening, Amazon announced that it would stop hosting Parler. Twitter and Facebook both blocked Donald Trump several days ago. The QAnnon supporters are also being blocked.

One cannot forget the lawsuits. Dominion, the voting machine company that the President and his team said had rigged the election filed a defamation lawsuit against Sidney Powell, the former Trump lawer, for over $1.3 billion dollars. I am certain that Mr. Trump will be added to that suit, once he leaves the White House. But there are many more lawsuits that will happen.

It's like dominoes, they are all falling one by one.

sábado, 9 de janeiro de 2021

Version 2.250

Unless the President resigns, he will be impeached. McConnell has already circulated a memo regarding how to conduct the impeachment trial in the Senate, which would take place after the new administration is inaugurated. At this point, the most advantageous thing for Trump to do is to resign, which would allow him to still hold political office.

It is very unlikely that he is done scheming and misbehaving. Tomorrow is Saturday and neither Ivanka, nor Jared, will be available to control him: since they are Jewish, they observe the Sabbath. That leaves the rest of the cabinet, which is shrinking due to resignations. We will see what damage, if any, he does tomorrow.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Version 2.249

Mr. Trump is still in office and has attempted to recant, but nobody believes him. The staffers that are still in the White House are worried that they will be unemployable after this. You play with fire, you get burned. Americans appreciate the crazies only until a point. If you go too far, they will tear your life with no mercy. And that is one of the greatest frustrations about Trump because a big chunk of the population believed that he had gone to far and needed to be held accountable, while the rest were under the impression that all of his behavior was in good fun. This week, he clarified his position and for that I am thankful.

Nevertheless, he still has support from some folks, just like he said he would, even if he shot someone on fifth avenue. I do not have a problem with that: we do not all have to agree to live in the same country, but one does feel reassured that, when confronted with reality, most of the people choose the side of common decency. I do not take that for granted.

Speaking of common decency, the Portuguese Prime Minister has shown, yet again, that he fails to grasp the concept. He is under the impression that criticizing the government is being against the country. It is the exact opposite, as those who want what is best for the country will criticize when confronted with an opportunity to do so. And there are lots of opportunities because the Prime Minister and his cabinet are incompetent people, not to mention corrupt. You can justify making a mistake once, but the second time around, when you're at the national government level, it is not so easily justifiable, nor can something wrong be offered as something above scrutiny.

It seems clear to me that he is already trying to justify his future failures, should there be any. When he fails, it was because of others; when he succeeds, it was because of himself. After being around the same block several times, we get the gist.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Version 2.248

I started the week by reading and thinking about Joan Didion's Vogue piece "On Self-Respect." Perhaps the most striking passage is
"However long we post-pone it, we eventually lie down alone in that notoriously un-comfortable bed, the one we make ourselves. Whether or not we sleep in it depends, of course, on whether or not we respect ourselves."
~ Joan Didion, Vogue, 1961

The time has come for Republicans to sleep in the bed that they have made and many are walking away. It is utterly naïve to think that you'd rile up the crowd, the same one that lives and breathes by the Second Ammendment right to bear arms, and not think that it would lead to today's fatal confrontation at the Capitol, in Washington, D.C., while Congress attempted to certify the Electoral College count of the election. A woman died a senseless death and these people that incite violence don't even have the courage to assume the consequences of their actions. Now they walk their rhetoric back in cowardice and lack of conviction.

The President's Twitter account has been blocked temporarily and a ban threat is pending, if he does not retract some of his tweets. Trump's political career seems to be over. The chances of him running for office again are nil; he may also have cost his daughter her political career. It is doubtful that he will be able to make a living in the United States after this debacle. He has destroyed his brand. I do not see it possible for him to start a news channel, as some people have mentioned: he has no money, anyone that sponsors him will be doomed, and anyone who works for such an outfit will be turned into an outcast.

We have 13 days until inauguration, but people want him gone before then, mostly as a way of giving closure to the country. In that time, he will likely either be impeached or resign, but we can rule out the latter as he is not smart enough to realize that resigning would be the most advantageous for him. Using the 25th Ammendment would be too time-consuming and require two-thirds majority of House and Senate. Republicans have lost the Senate majority, as the two Georgia seats went to Democrats, but Pence still breaks a tie; however, impeaching Trump requires a two-thirds majority in the Senate. McConnell, the Senate majority leader, seems to be amenable to holding most of the Senate against Trump. Maybe Pence will be President for a few days.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Version 2.247

Saiu o relatório de 2021 do Banco Mundial acerca das perspectivas de crescimento. Que grande falhanço da União Europeia, com uma quebra esperada de 7,3% para a Zona Euro em 2020 e 3.6% e 4% em 2021-2022, respectivamente. Estes resultados, a par com o número de casos e mortes na Europa devido à pandemia, são uma completa aberração, que desafia todos os princípios básicos da Europa Social.

Os europeus pagam muito mais em impostos para estarem mais protegidos em situações de doença e de desemprego, ou seja, exactamente para se protegerem dos efeitos que esta pandemia gerou. Sendo assim, não faz sentido que a Europa se tenha saído tão mal e apenas demonstra que as autoridades da União Europeia não estavam à altura do desafio. É óbvio que mais podia e pode ser feito.

Portugal costuma estar na cauda da Europa, logo é natural que tenha resultados abaixo da média. É difícil de acreditar que, caso estas previsões se concretizem, não haja um êxodo em massa de portugueses para o estrangeiro. Os países com pior desempenho desaceleram ainda mais; os países com melhor desempenho recuperam mais depressa: esta é a implicação de se fazer parte de um bloco económico com livre circulação de pessoas.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Version 2.246

The next two days will be very exciting in the U.S.: tomorrow, Georgia will have its runoff for the two U.S. Senate seats, which will determine which party will have the majority, and, on Wednesday, the Senate will certify the results of the Electoral College vote. In the meantime, President Trump and his allies continue their effort to overturn his loss on the election.

I have a feeling that he does not realize the implications of losing, meaning that he will have to move out of the White House. He probably thinks that this is like a bankrupcy, where you have meetings with the creditors and still get to carry on with life as usual. Well, I hope someone packs his bags before he leaves for Florida.

Of course, in about three years, we will likely be entertaining Ivanka Trump on her bid to get elected to something. Could it be the Senate, could it be the White House? I'm kind of curious to see how all of that will unfold. Of course, there is a chance that she will face legal action against her in the meantime. She can still run for office if she is indicted on criminal charges, but if she is convicted, things start to get complicated at the state-level, even though a convicted fellon is allowed to be President. It should be interesting.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Version 2.245

Since the Portuguese Presidential election is going on, why don't the media do a profile on each candidate. I'd like to see their history, how much money they have, where it came from, where it is. What activities they had in their youth that shaped them as individuals, etc. What stains do they have? What mistakes have they made? It would be nice to know if they had a history of cheating on their partners, maybe a saucy little recording. I don't know, the kind of weird things that Americans care about.

After all, it is only fair that after spending almost 5 years hearing Portuguese people complaining about the disgrace that Donald Trump is, his loose morals, corruption, etc., the Portuguese candidates should be subjected to the same level of scrutiny. Let's see if they hold up. Let's see if the Portuguese people are that much better than Americans. Let's see if the Portuguese media are as competent as American media. To be competent you don't just make deals with The New York Times; competency is doing investigative reporting like The New York Times.

domingo, 3 de janeiro de 2021

Version 2.244

What is a country? Is a country the people or the place? People, individually at least, are too insignificant to be a country and, yet, we often define the country by its people. One way or another, the place will survive the people, leaving us with little incentive to concern ourselves with well-being and prosperity; after all, misery is temporary, not permanent. It is not pleasant, but we as a species have endured unpleasant lives for millenia.

The idea that things will turn out OK is completely false. There is nothing that compells the universe to treat us more kindly than it has treated our ancestors. Thus, it is up to each of us to fend for ourselves and when we collectively fail to do so, it is us who harvest the bad crops we sow. So many times history has taught us this and so many times we have chosen to no heed the lesson.

sábado, 2 de janeiro de 2021

Version 2.243

I have been daydreaming about all the innovations that will happen due to the extreme current state of affairs. It seems to me that working in an office will be forever changed, thus houses will likely have to get bigger to accomodated at-home offices, thus more people will be moving to the suburbs where housing is cheaper.

But, if you work remotely, why settle for living in the U.S.? You'll be able to work anywhere in the world remotely, as long as you have an Internet connection. That means that many services can be set up remotely, so maybe your kids can attend remote classes from another location and have in-person activities at some other institution where you are. That would be the ultimate flexibility. And maybe moving will be easier and you can move your family around often, not because you need to, but because you enjoy knowing and being in different places.

Hotels aren't particularly suited for this kind of innovation, so one will likely see a greater shift toward people renting houses and apartments and maybe efficiency units, but the latter would not provide very good quality of living in terms of experience. People will value experiences because they will be reeling from the lockdown. For a while, sensory activities will be highly sought after.

We have been on this quest for more freedom since the industrial revolution. Until then, the vast majority of the population shared the same life project as their parents: the child of a farmer would be a farmer, the child of shoemaker would be a shoemaker. Industrialization allowed people to fully understand time: it is a concept in which you can observe change, rather than ensure constancy. And so "The Time Machine" was written and the concept of time travel was created.

This pandemic will allow to effect more change. Those who insist on remaining the same will be left behind and will not partake on the gains of the new order.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Version 2.242

The evening that we have longed for has arrived: we enter 2021 tonight and never was there a stronger feeling that what awaits us has to be better than what we are leaving behind. Nothing has changed; but, in a way, everything is different, as there is a new collective awareness that we have to work hard to make this year better than the last. We must overcome adversity and we must do so together, supporting each other, taking our turn carrying one another as each of us endures the difficulties that lie ahead.

Happy New Year to us! May we find a way to build a better future.