Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Trump discursa no Congresso
Um atirador à solta
Ainda no outro dia pensei que não sabia muito bem as áreas que devia evitar aqui na cidade; no entanto, aqui em Houston, até gajos com Porsche Boxster andam aos tiros no meio da rua, logo não é só nas vizinhanças pobres que há problemas. Os tipos de dinheiro também são avariados...
Ajustes
"O problema com as pessoas com offshores é que elas agem dentro do que permite a lei pagando menos impostos enquanto os tótós que não podem fugir pagam o couro e o cabelo para sustentar um Estado gordo que nem faz o seu trabalho de escrutínio numa coisa tão simples como a publicação da lista. Estou convencido que somos capazes de estar perante uma nova lista vip num orgão de bem chamado Estado."
~ Bartolomeu num comentário anterior
Tenho muita dificuldade com este argumento. As off shores são controladas fora de Portugal, ou seja, o governo português não controla as condições que outros países dão ao capital que entra nesses países, logo é uma variável exógena a Portugal. O que é se pode ser controlado por Portugal? Portugal pode decidir a forma como organiza a economia, a despesa pública, os incentivos que dá em termos de impostos, o funcionamento dos tribunais, o enquadramento legal da actividade económica, a previsibilidade que dá aos agentes económicos (um país que está sempre a mudar de impostos e leis, por exemplo, não dá previsibilidade nenhuma porque tudo muda ao sabor de quem entra no governo), etc. Isto são variáveis endógenas controladas pelos governos e parlamentos que os portugueses elegem.
Há algumas em que se teria de negociar com a União Europeia, mas se Portugal decidisse apresentar um plano razoável, é natural que tivesse algum poder de negociação. Portugal poderia ainda decidir dar condições mais competitivas com as off shores, se bem que teria pouco poder de negociação com a União Europeia para instituir uma economia desse tipo, mas teria algum se o plano fosse minimamente aceitável; afinal, a Irlanda é uma off shore, o Luxemburgo, etc.
O dinheiro que sai para off shores depois de pagar impostos em Portugal não deve nada a Portugal; é dinheiro de quem o ganhou e quem o ganha decide o que fazer com ele. Se sai muito dinheiro para off shores é porque os donos desse dinheiro não têm confiança no país ou não vêem como o investir em Portugal de forma a obter um retorno desejado. Se o dinheiro que vai para off shores se aproveita de benefícios fiscais generosos e consegue escapar sem pagar impostos, isso é uma consequência da fiscalidade do país que resulta da legislação do parlamento e do governo. Foram os portugueses que escolheram a Assembleia da República e desta saem os governantes. Se os portugueses estão insatisfeitos têm várias opções: saem para a rua e protestam, organizam-se em partidos políticos novos e concorrem a eleições, votam em partidos diferentes, etc.
Há algum partido político que ofereça grandes reformas do país de forma a o país ficar auto-sustentável, atrair poupanças, e ter menos dependência do exterior? Não há. Todos os governos eleitos fazem manutenção do sistema que existe e que sabemos não ser sustentável no longo prazo. Já tivemos quantas intervenções do FMI? Mas em vez de se exigir mudar as coisas que podemos controlar, andamos a queixar-nos das off shores que não controlamos, da União Europeia que é uma mázinha, etc.
É muito fácil olhar para os outros e achar que eles são responsáveis pelos nossos problemas, mas isso só funciona durante um tempo limitado. O mundo não tem de se ajustar a Portugal porque Portugal é um país pequeno; é Portugal e são os portugueses que têm de se ajustar ao mundo.
Marcella and Her Lovers
P.S. Vale a pena ir a Memphis em Maio por causa de todas as actividades culturais, mas a minha altura preferida para visitar é Abril, quando os cornizos -- uma espécie de abrunheiros -- estão em flor. As azáleas também florescem nesta altura, apesar de não ser uma arbusto que eu aprecie muito por ser tóxico; o mel produzido do pólen da azálea pode causar mal-estar em quem o consome.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Então e a corrupção?
É o Kansas, pois!
Se fosse um tipo escurinho, cairia o Carmo e a Trindade, como de costume. Ah, este fulaninho branco não é terrorista, apenas bêbado, mas notem que não é alcoólico. Daqui a nada, até é bom rapaz, já disse a avó... Para quem foi atropelado, deve fazer uma diferença enorme, estilo "Ah, que bom! Se tivesse sido atropelado por um muçulmano, que provavelmente estaria sóbrio, doer-me-ia mais o corpo!!! Ainda bem que o gajo era branco -- bêbado, mas branco."
No Kansas, outro fulaninho branco decidiu armar-se em defensor da América e desatou aos tiros num bar porque estavam lá dois indianos que ele achou serem pessoas do Médio Oriente, em particular do Irão. Matou um dos indianos, feriu o outro rapaz cuja esposa está grávida. Por sorte, um rapaz branco de 24 anos estava no bar e intercedeu, neutralizando o atirador e evitando mais mortes, mas pelo caminho apanhou um tiro que lhe passou pela mão e atingiu o peito.
A esposa do senhor que morreu, um engenheiro -- imigrante legal -- que trabalha para a Garmin, uma empresa que faz aparelhos de GPS, está à espera de o governo americano criticar este crime de ódio. Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, acha que não tem nada a ver, diz que é lamentável que tenha morrido uma pessoa, mas é absurdo sugerir que o discurso de ódio do Presidente Trump tenha contribuído para este acto.
A ironia é que os indianos, que andavam tão entusiasmados com a eleição de Donald Trump por causa das oportunidades de negócio, agora reconsideram. Já repararam que, se forem ao Kansas em viagem de negócios, é natural que por lá fiquem. Hollywood enganou-se n'O Feiticeiro de Oz: "Toto, I've a feeling we're not in Kansas anymore."
Continuem, sff...
As primeiras discrepâncias foram identificadas no ano passado perante indícios de que um conjunto de transferências efectuadas em 2014 através de uma instituição financeira “não tinham sido devidamente tratadas pela AT”, como o Ministério das Finanças já confirmou.
Quando, mais tarde, o assunto foi remetido à IGF, o gabinete do actual Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, pediu uma auditoria ao sistema de processamento da AT das declarações e “à sua articulação com a componente analítica da inspecção tributária desde 2011”. Os desvios encontrados – e que levaram à revisão das estatísticas – dizem respeito a quatro anos: 2011, 2012, 2013 e 2014 (ano das transferências).
Fonte: Público
O Rocha Andrade devia ter inteligência suficiente para não dar nas vistas quando quer entalar o PSD/CDS. Porque é que a investigação terminou em 2014? O pedido de investigação foi feito em 30/12/2016, logo 2015 e 2016 também seriam de interesse. E que provas temos de que 2010 não era problemático?
Gostaria que alguém me explicasse por miúdos porque é que o país é governado de forma a entalar governos anteriores da oposição e não de forma a construir um país melhor. Quando está lá o PSD, entala o PS; quando está o PS, entala o PSD, e não passamos das idiotices do costume. Mas a culpa também é dos eleitores que põem os interesses do partido à frente dos interesses do país.
Agora o PSD acha relevante que se publique as transferências off-shore, independentemente do governo que está no poder. É das ideias mais idiotas que tiveram. Em primeiro, é uma admissão que são idiotas. Porque é que não passaram legislação nesse sentido quando estiveram no governo -- não tinham maioria absoluta, ó génios?
Em segundo, a publicação desta informação é uma violação da privacidade dos indivíduos, um direito constitucional, e é basicamente uma prova de que o país não funciona e o estado não é uma pessoa de bem. Se estas pessoas que transferiram dinheiro fizeram alguma coisa de mal, a AT devia recolher provas para as levar a tribunal e a Justiça devia lidar com elas. Agora publicar informação de pessoas que agem dentro do que permite a lei porque há algumas que fogem à lei é uma violação da presunção de inocência de todos. Leiam a Constituição, se fazem favor.
Não me venham com ideias parvas de que transferir dinheiro para off-shores é imoral. O que as pessoas fazem com o dinheiro que ganham legalmente é uma decisão dessas pessoas e não está sujeita a escrutínio público. Por exemplo, eu ganho dinheiro nos EUA e transfiro parte dele para Portugal. Alguém tem alguma coisa a ver com isso?
Portugal é uma parvónia! Mas dá jeito serem mal governados porque o país é barato e dá para nos reformarmos em estilo. Continuem com as idiotices, que me dá jeito...
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Ó pá, a sério?
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
Destruição criativa
Quando o Affordable Care Act, vulgo Obamacare, foi introduzido, os críticos especulavam que o número de aderentes seria baixo, mas acabou por exceder as expectativas. O número de pessoas afectadas não inclui apenas os que compram seguro através de Obamacare, mas também, por exemplo, aqueles que estavam excluídos do mercado de seguro de saúde pelas seguradoras e que, após o Obamacare, deixaram de poder ser discriminados. O Obamacare também permite que jovens até 26 anos de idade possam fazer parte do plano de saúde dos pais.
Dan Gaba, um especialista em seguros de saúde, construiu uma folha de cálculo no Google onde estima o número de pessoas que perderão seguro de saúde se o Obamacare for repelido; neste momento, a estimativa dele é de 23,902,871, ou seja, cerca de 7,4% da população americana. (A folha de cálculo discrimina o número de afectados por representante do Congresso.)
Uma das medidas que Paul Ryan quer introduzir é limitar os benefícios fiscais das pessoas que obtêm seguro de saúde através de emprego. Neste momento, o prémio do seguro de saúde via emprego stá 100% isento de impostos tanto para a porção que cabe ao empregado, como ao patrão. Note-se que o prémio do seguro de saúde para quem compra via Obamacare não é 100% isento de impostos; mas dependendo do rendimento da pessoa, pode ser parcialmente deduzido do rendimento tributável. Quem tem baixo rendimento, pode ainda receber subsídios para comprar um plano de saúde via Obamacare. Muitos patrões também oferecem aos empregados Flexible Spending Accounts, onde se pode alocar uma porção do rendimento pré-imposto para despesas de saúde.
Paul Ryan também quer modificar o Medicare, o plano de saúde dos reformados, de forma a que se torne mais como um mercado de planos de saúde (que é o que é o Obamacare). Muitos reformados estão apreensivos acerca de modificações e já se exprimiram no Twitter.
Ou seja, o plano do GOP para repelir o Obamacare e modificar o actual sistema de saúde americano irá tirar benefícios e acesso a muita gente. Stephen Mihn acha que será tão destrutivo, que não seria surpreendente que os EUA acabassem por criar um sistema de saúde universal.
Hã?!?
Mas, nem tudo é mau: pelo menos para mim, não ouvir bem também é uma grande conveniência. Estar num sítio e não conseguir distinguir certos registos de som permite-me divagar mais facilmente. Num dos voos de regresso da minha viagem de Washington, D.C., incomodou-me o barulho do motor do avião e pensei que chato seria ter de ouvir aquilo melhor, se fizesse a tal operação e fosse um sucesso. Encostei a minha cabeça à mão esquerda e tapei o ouvido mais competente. O som do motor ficou mais manso e eu mergulhei no meu mundo. Talvez tenha sido nessa altura que decidi que não fazia sentido esta operação.
FLouçã no Banco de Portugal
Do mundo português
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Um terrorista, sff!
"One of the ways the White House hopes to make its case is by using a more expansive definition of terrorist activity than has been used by other government agencies in the past. The senior White House official said he expects the report about the threat from individuals the seven countries to include not just those terrorist attacks that have been carried out causing loss of innocent American life, but also those that have resulted in injuries, as well as investigations into and convictions for the crimes of a host of terrorism-related actions, including attempting to join or provide support for a terrorist organization."
Ou seja, se não há terrorismo dada a definição actual de terrorismo, muda-se a definição até haver terrorismo.
"First, some intelligence officials disagree with the conclusion that immigration from these countries should be temporarily banned in the name of making the US safer. CNN has learned that the Department of Homeland Security's in-house intelligence agency, the Office of Intelligence and Analysis -- called I&A within the department -- offered a report that is at odds with the Trump administration's view that blocking immigration from these seven countries strategically makes sense.
It's not clear if this was the conclusion of the I&A report but many DHS officials have said they do not think nationality is the best indicator of potential terrorist inclinations."
Bom, bom, seria a nova definição dizer que quem é nacional daqueles sete países é, por definição, terrorista. Problema resolvido!
Antonomásia
"PIB da maior economia ibérica cresceu em 2016 mais do que era antecipado por toda a gente, incluindo o Governo."
Porque dizer "PIB de Espanha" dá muito trabalho, "PIB espanhol" ainda é pior, e ele há tantas economias ibéricas, que ninguém sabe os seus tamanhos relativos assim de cor e salteado, logo o uso da antonomásia é mais do que justificado. E viva a perífrase, caramba!
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Momentos WTF à la Texas
Sorte, informação, e retorno
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Um profeta
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Sinais dos tempos
Século XXI no mundo ocidental
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
Desobedecer
Na véspera de Donald Trump instituir o controle de imigração a que alguns chamam de "Muslim Ban", fui ao Museu do Holocausto, em Houston, assistir à exibição do filme "Désobéir -- Aristides de Sousa Mendes", que os americanos traduziram como "Disobedience". Tratava-se de um programa patrocinado pelo Museu do Holocausto e pelo American Jewish Committee.
A assistir ao filme estavam presentes duas pessoas da família de Aristides de Sousa Mendes: eram ambos netos, Louis-Philippe Mendes, que conta 56 anos de idade e apresentou o filme, vive no Canadá e o outro mais jovem, vive mesmo em Houston; foi a primeira vez que se encontraram. Também lá estava um outro rapaz descendente de judeus que tinham recebido vistos. Lembrei-me, mais uma vez, de que todos nós somos frutos do acaso: os nossos antepassados tiveram de sobreviver a muitos eventos para nós existirmos e o mesmo acontecerá com os nossos descendentes.
Nessa famigerada Sexta-feira, em que se celebrava o "International Holocaust Remembrance Day", Aristides de Sousa Mendes foi homenageado em Houston, mas não tive oportunidade de comparecer -- o Consul Honorário de Portugal também não compareceu, aliás, Portugal não teve presença oficial na cerimónia.
Tinham passados seis dias desde a tomada de posse de Donald Trump e ver aquele filme naquela altura foi uma experiência muito emotiva para mim. Senti orgulho de um português ter salvo tanta gente -- estima-se que tenha emitido cerca de 30.000 vistos, não se sabendo ao certo quantas pessoas foram salvas --, mas vergonha de ter sido apenas um consulado português. Deviam ter sido muitos mais porque é essa a génese de Portugal e de ser português: Portugal é um país que existe porque um tal de Afonso Henriques se lembrou de desobedecer ao Papa.
No final do filme, não fui apenas eu a ficar emocionada, pois uma senhora americana sentiu necessidade de comentar a agradecer e dizer que o filme era muito actual e que servia de inspiração para os tempos que se viviam. Mal sabia ela que, no dia a seguir, os tempos que se viviam iriam tornar-se ainda mais estranhos e parecidos com um enredo de filme.
Donald Trump acha que por ter sido eleito tem o poder de fazer tudo aquilo a que se propôs sem que ninguém o questione. Já vi várias pessoas a achar que deixá-lo fazer tudo é um sinal de Democracia: foi eleito, temos de aguentar. Isto não é Democracia! Um governante que faz tudo é um ditador; em Democracia quem governa nunca pode fazer tudo porque tem uma oposição com quem tem de negociar e um enquadramento legal a que está sujeito. Pareceu-me uma ideia evidente depois de ter pensado nela, mas não é assim tão evidente porque só pensei nela claramente no outro dia.
Há três dias saiu a decisão de um dos processos contra Trump iniciados após o suposto "Muslim Ban". Dizia a Juíza Leonie Brinkema, da Virgínia, que "maximum power does not mean absolute power." O Presidente não tem poder absoluto; tem de trabalhar dentro do que lhe permite a lei e o Parlamento. Obedecer ao Presidente não é obrigatório.
Vassourada
Assim é a economia de Centeno: no papel conseguiu "controlar" o défice; mas reduziu a taxa de crescimento do PIB de 1,6% para 1,4%. Diz o Eco que a dívida pública em 2016 estima-se em 130,5% do PIB, um máximo histórico se acabar por ser confirmado, e acima dos 129% de 2015.
Não se preocupem: a vassoura tem potencial; a competência de Mário Centeno para a usar é que não. Deve-lhe faltar uma vassourada...
"A concorrência no mercado de trabalho"
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
ROTFLOL
"In office for less than a month, Trump's team has been plagued by near-constant security mishaps, ranging from the comical to the chilling. His press secretary seems to chronically tweet out his authentication codes. Senior staffers were reportedly using a private e-mail server that had been targeted by Russian hackers. At an Oval Office ceremony about factory jobs, the key was left in a classified lock-bag in view of visitors and photographers.
More worryingly, Trump is apparently still using an unsecured smartphone, to the distress of everyone from security experts to members of Congress. This is no small thing: Foreign intelligence agencies could steal data from the device, log its keystrokes, track its location, or even commandeer its camera and microphone, turning it into a roving wiretap.
Making matters worse, the cybersecurity bureaucracy that attends to this kind of thing is in flux. Gregory Touhill, the federal chief information security officer, stepped down in January just four months into the job. Cory Louie, the staffer responsible for securing devices and data for top White House staff -- including the president -- was escorted from his office earlier this month for reasons the administration hasn't explained."
Fonte: Bloomberg
Mas a melhor parte de todas é que isto está a acontecer sob um homem branco de 70 anos, que tem muito sucesso, e até dizem ser bilionário! Não é um negro, nem uma mulher que está ao leme.
prostituição intelectual altamente profissional
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Interesse Nacional com ou sem Ideologia
Dados simpáticos e bem conseguidos!
Já Marisa Matias acha que ninguém pode provar que Mário Centeno mentiu no Parlamento e o problema de Mário Centeno é mesmo os indicadores económicos conseguidos, nomeadamente os bons resultados do défice.
Crescimento de 1,5% (depois revisto para 1,6%), em 2015, era uma calamidade; agora crescimento de 1,4% entra na esfera do simpático e conseguido. Já sei, já sei, não é do crescimento que elas falam porque, para estas duas moças, é o défice que conta para o bem-estar dos portugueses; não é a dívida que aumentou, nem o crescimento do PIB que é inferior ao de 2015.
E depois admiram-se de tanta gente dizer que as mulheres não são boas com números...
A/C Mário Centeno
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Estações e estacionamentos
Trumspotting é o novo hobby de ficar a ver atropelar os factos.
A ter em conta na política educativa
Floricultura 20
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Demitam-se o PM e o PR!
E já agora, caro Presidente da República, diga adeus também. Se não serve para evitar crises deste tipo, então o que é que anda a fazer exactamente?
O Teu Perfume Patchouly
Dedicado ao nosso comentador NG.
domingo, 12 de fevereiro de 2017
Se não é crime, devia ser
10 anos depois
Just say "No!"
Lembro-me do dia em que dizer "não" se tornou mais fácil para mim. Foi uma vez quando a minha sogra andava em arrumações lá em casa e me perguntou se eu queria uma camisola de Natal, como usam as avózinhas. E era uma camisola tão feia, tão feia, que, por muito que me custasse dizer "não" à minha sogra, tive de o fazer. É que era tão feia, tão feia, aquela camisola, que eu nem a queria levar para casa e dar a alguém e também me custava meter no lixo uma coisa que a minha sogra me tinha dado. Esse "não" soube-me pela vida e pensei: "Rita, tens de dizer 'não' mais vezes -- muitas mais!"
Como já não vou a tempo de oferecer a Mário Centeno uma camisola de Natal muito feia para ele aprender a dizer "não", decidi encontrar uma canção para ele treinar. Assim, pode ser que ele deixe de passar por estas situações que decerto o envergonham. Se não o envergonham a ele, envergonham-me a mim e eu já não aguento vê-lo sujeito a esta tortura.
Aqui está a letra:
"Just Say No" ~ No For An Answer
Why should I join a breed
That brings one another down?
Group behavior, group as the savior
A circus filled with clowns
Who are these men? Why are they here?
What do they want?
Ruling class, ruling by fear,
Something I am not!
All my life I've felt the push
It's caused me pain
Dilute my system, just to be with them
Why numb my brain?
A pint of fear, a quart of heart,
Is all they've got
Ruling class, ruling by fear,
Something I am not!
JUST SAY NO!!!
NO !
JUST SAY NO!!!
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Demitir-se para quê?
Não acho que Mário Centeno se deva demitir. Não adianta nada e apenas abre uma vaga para o PS arranjar alguém com credibilidade para o lugar, dando a impressão de que as coisas mudaram para melhor. Sabemos que não mudaram: estão exactamente na mesma como sempre estiveram, mas com uma pessoa nova o que não sabemos é quando é que a pessoa sucumbe ao sistema; até lá temos de presumir que essa pessoa não irá fazer nada, que é inocente -- é esse o nosso ponto fraco que os partidos exploram.
Já sabemos que Mário Centeno é corruptível, logo ele que fique e nós assim temos razão e autoridade moral para o vigiar e questionar à vontade. Não precisamos de lhe dar o benefício da dúvida. E tem outra vantagem: enquanto Mário Centeno é Ministro protegemos a reputação de outra pessoa.
E já agora, o Presidente da República e o Primeiro Ministro também não merecem a nossa confiança -- temos de os manter debaixo de olho.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
Vã glória...
Para eu vos dar uma boa ideia do que é estar nos EUA, tenho de falar nas contas poupança-reforma porque faz parte do que é viver nos EUA e é uma parte muito importante. É lógico que eu podia falar de tudo isto do ponto de vista teórico, mas julgo que falando do ponto de vista pessoal posso dar-vos a ideia do que é ser emigrante, das coisas que eu aprecio no país que me acolheu, e do que me atraiu aos EUA, pois quando eu vim para aqui da primeira vez, e até da segunda, não foi com intenção de ficar.
Sempre gostei bastante da forma como os americanos falam do planeamento da reforma e foi logo uma das primeiras coisas que notei. Ainda no outro dia pensei que tenho de vos falar nos livros e nos programas de rádio sobre este tema. Aqui, falar deste tópico é sinal de responsabilidade, não é sinal de arrogância. Para além disso, ter opções de investimento combina muito comigo porque, não sei se já repararam, mas tenho uma certa fobia de gerir mal o dinheiro e de acabar na pobreza. Não acho que seja suficientemente grave para eu ir ao psi, mas é uma pequena loucura minha que está perfeitamente controlada, por enquanto. [Não acham que tenho imenso medo de doenças psiquiátricas? Há quem tenha medo de cancro; eu tenho medo de ficar maluca -- é perfeitamente razoável.]
Por falar em maluquices, em Portugal, há uma certa esquizofrenia relativamente ao dinheiro: as pessoas julgam os outros pelas roupas, carros, férias, etc.; fugir a impostos é bem-visto; enganar quando se pode é quase um desporto nacional; mas falar da forma como nós fazemos o planeamento das nossas poupanças é vangloriarmo-nos e um sinal de sermos de "classe média baixa". Porque é que devemos ter vergonha do que planeamos fazer com o produto do nosso trabalho? Notem que um dos grandes problemas da macroeconomia portuguesa é mesmo o país ter poupanças tão fracas, que precisa de se endividar junto ao exterior -- mas essa lição é do FAlex e do LA-C.
Suponho que, para o nosso leitor, quem tem dinheiro não precisa de planear nada porque já o tem; quem planeia é quem não tem. Tente-se explicar isso ao Warren Buffett de forma a ele não nos achar uns idiotas completos -- acho impossível!
Não percebo a necessidade de classificar alguém numa classe, a não ser que se esteja a dizer que há classes de pessoas que deviam estar caladas ou ter vergonha de não pertencerem a outra classe. Mas quem acha isso não tem grande classe.
Às escondidas
Unnamed congressional leaders have been consulted on the blueprint, the official said. It’s separate from Trump’s proposed budget, the official said, requesting anonymity because the plan is still under development.
Fonte: Bloomberg
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
Mr. Trump 0 - The People 1
A federal appeals court ruled that the U.S. will remain open to refugees and visa holders from seven Muslim-majority countries, rejecting a bid by the Trump administration to reinstate a travel ban in the name of national security.
The San Francisco-based appeals court on Thursday spurned the government’s request to close the doors after days of public debate over President Donald Trump’s attacks on the judicial system and a rush of fearful immigrants. The ruling increases the likelihood that the administration will ask the Supreme Court to step into a case that’s the biggest test of Trump’s executive power yet.
Fonte: Bloomberg
SEE YOU IN COURT, THE SECURITY OF OUR NATION IS AT STAKE!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 9, 2017
See you in court, Mr. Trump!
Uma pouca vergonha
O Ministério das Finanças negociou ponto a ponto com a sociedade de advogados Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados, que assessorava António Domingues ainda sem contrato assinado, a alteração à lei que isentava os administradores da CGD das obrigações impostas pelo Estatuto de Gestores Públicos (EGP). A intenção era também que a futura administração do banco público fosse dispensada da entrega das declarações ao Tribunal Constitucional (TC), confirmam vários emails entregues por Domingues ao Parlamento, consultados pelo PÚBLICO.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Eu alinho no desalinho
Ah, e tal, não é intelectualmente estimulante, dizem vocês. Nem o Trump, mas é ver o número de pessoas que votou nele. E o número de pessoas em Portugal que acham que é um bom líder?
Dewey Finn: [on sticking it to "The Man"] Yes! But, you can't just say it, man. You've gotta feel it in your blood and guts! If you wanna rock, you gotta break the rules. You gotta get mad at the man! And right now, I'm the man. That's right, I'm the man, and who's got the guts to tell me off? Huh? Who's gonna tell me off?
Freddy: Shut the hell up, Schneebly!
Dewey Finn: That's it Freddy, that's it! Who can top him?
Alicia: Get outta here, stupidass.
Dewey Finn: Yes, Alicia!
Summer Hathaway: You're a joke, you're the worst teacher I've ever had!
Dewey Finn: Summer, that is great! I like the delivery because I felt your anger!
Summer Hathaway: Thank you.
Lawrence: You're a fat loser and you have body odor.
Dewey Finn: ...All right, all right! Now, is everybody nice and pissed off?
Moralmente repreensível
Quando vi a sucessão dos resultados das previsões de crescimento dos modelos de Mário Centeno, sabendo que ele tinha passado por Harvard, questionei-me se era uma pessoa séria e de princípios ou se também era facilmente corruptível -- para mim, aqueles resultados não eram defensáveis. Hoje tenho a certeza de que é um indivíduo moralmente corrupto; diz qualquer coisa para segurar o PS e enganar os cidadãos: manipula informação, mente, responsabiliza outros pelas suas decisões porque não tem como as defender.
Assistimos agora à novela de António Domingues na CGD, na qual veio à luz um acordo explícito que o governo fez com António Domingues; mas quando Centeno se tornou Ministro das Finanças, a novela era a do Banif, que envolvia questões como a de quem tinha sido a decisão de intervir no banco em 2015.
Mário Centeno formou-se em Harvard antes da crise financeira, na altura em que a escola não ligava muito a questões de ética porque pensava que as pessoas que chegavam a uma universidade daquele calibre tinham o mínimo de fibra moral. Infelizmente, não têm todas, como se vê pela actuação de Mário Centeno.