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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Quase a encerrar

Se estão de férias, aproveitem e vão visitar esta exposição super-original da Constança Cabral, que está aberta ao público até ao dia 8 de Agosto no Espaço Museológico Olhar o Mar, na Lourinhã. Um projecto super-giro com reproduções em papel de flores da flora portuguesa. Se tiverem crianças, também é um bom programa.

domingo, 28 de julho de 2024

Apreciação e anulação

"The appreciation of art is a true marriage of minds. And in art as in marriage, lack of consummation is grounds for annulment."

~ Mark Rothko

domingo, 17 de setembro de 2023

Mandem para mim!

Se vocês não querem a estátua do Camilo a abraçar a Ana nua, podem enviar para minha casa. A sala de jantar está cheia de mulheres nuas porque faço colecção e é uma ideia bastante divertida ter mulheres nuas onde se come. E para bom entendedor, meia palavra basta...

Notas:
Bem sei que alguma da arte tem vidro que reflecte, mas foi porque as peças foram compradas assim. Os que comprei sem moldura e mandei arranjar estão com vidro anti-reflexo. Só em molduras para as três peças inferiores na parede da La Femme Nue gastei quase $1500 -- bem sei que é mais do que muitos portugueses ganham num mês, mas quem vos manda eleger governos incompetentes?

Ah, a escultura de alabastro comprei na Etsy e veio da Grécia. Encontro muito pouca coisa portuguesa por lá, mas já comprei uns tapetes.

Pois é, ensanduíchado entre os dois livros de fotografia do Richard Avedon estão dois livros do Tito Mouraz, fotógrafo português que eu adoro!

Sim, sim, a escultura por cima dos livros é parecida com uma gata, mas também é uma mulher nua porque cada um vê o que quer.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Interrupção

Um dos meus Instagrams preferido -- talvez mesmo o meu preferido -- é o Paleio da Ana Rodrigues. Não tenho dúvida que é um dos melhores de Portugal. Já o acompanho há bastantes anos, tantos que numa das minhas visitas a Portugal até cheguei a passar uma tarde com a Ana no Porto. Acho-a uma mulher incrível e das pessoas mais criativas que conheço. Todos os anos, faz um ou vários projectos artísticos, um deles costuma ser enviar um postal por semana a uma pessoa. Recolhe a morada de pessoas que estejam interessadas, pessoas que ela não conhece, mas que pelo milagre da Internet seguem o seu trabalho e querem participar. Os postais são em si obras de arte, que ela dispersa pelo mundo, como se fossem sementes.

Também implementa projectos anuais publicados no Instagram, em que todos os dias há uma publicação. Já houve fotos a preto e branco, outro projecto era em filme fotográfico, há uns anos as fotos foram tiradas com a Fuji Instamax Mini, etc. O deste ano é fazer 10 segundos de filme por dia e é simplesmente magnífico, vale mesmo a pena ir espreitar. Só que tudo está em suspenso porque a Ana anunciou que vai fazer uma interrumpção para poder lidar com alguns problemas de saúde. Estou triste, mas também feliz por ela ter decidido cuidar de si. As melhoras a ela.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Art Basel Miami

Entre as vendas de bananas coladas à parede com duck tape (é a fita cola do MacGyver) e pseudo-orgias da Desigual, em que uma das participante era a filha da Madonna, já toda a gente em Portugal deve conhecer a Art Basel Miami. Eu também conheci, mas foi porque fui lá, mas não vi a banana. Deixo-vos as minhas impressões do que vi. (A sério que achavam que a DdD não iria estar presente? Nós não somos bananas...)

domingo, 10 de novembro de 2019

O Ídolo Eterno

Como está frio em Memphis, vim dar um pulo a Boston/Cambridge onde a coisa é mais suportável. É a segunda vez que visito. A primeira vez que cá vim foi em 2000, pois queria ir a Portugal mas os voos de Oklahoma para Lisboa custavam mais de $1200, o que excedia um mês da minha bolsa de estudo. Então tive a brilhante ideia de vir de carro até Boston e apanhar um avião para Lisboa, via Londres por cerca de $600.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

O Douro em Memphis

No Sábado fui às Dixon Galleries and Gardens e, por acaso, encontrei lá o Douro pelas mãos da Elizabeth Alley.










terça-feira, 16 de abril de 2019

Contra-ciclo

Ontem fiquei um bocado preocupada com Notre-Dame. Acreditei -- ou talvez fosse um acto de fé -- que os bombeiros conseguissem salvar a estrutura e, apesar de algumas perdas, que alguns mais pessimistas dizem ser incalculáveis, não sucumbiu totalmente.

A minha atitude pessoal é ser pessimista quando as coisas estão bem, isto é, preocupo-me com o que pode correr mal, e optimista quando as coisas correm mal, pois quase sempre se pode fazer alguma coisa para melhorar quando estamos perante o pior. Por isso, se ao longo de 800 anos tinha de arder, arder agora, quando a tecnologia de combate aos fogos está avançada, os bombeiros estão bem treinados, os conservadores de arte também, etc., não é o pior que podia ter acontecido.

Notre-Dame não só irá ser recuperada, como iremos descobrir bastantes coisas acerca da sua construção. Os franceses irão ser confrontados com escolhas difíceis, mas é um povo que está habituado a fazê-las. Entre 1844 e 1864, Notre-Dame foi sujeita a uma restauração que na altura foi bastante controversa.

Em 2014, o Museum of Fine Arts Houston, fez um exposição com as fotografias de Charles Marville, que tive oportunidade de visitar. No início dos anos 1860s, Marville foi nomeado fotógrafo oficial de Paris e documentou o projecto de reconstrução da cidade, quando a cidade medieval foi arrasada para dar lugar a uma urbe planeada e modernizada.

Aqui vos deixo uma foto do pináculo de Notre-Dame tirada por Charles Marville, que está disponível no espólio da Biblioteca do Congresso americano. Ontem o pináculo caiu, mas brevemente irá ser re-erguido.



domingo, 23 de setembro de 2018

Outono

Como é Outono e época de escola, estamos numa altura propícia à aprendizagem. É com prazer que verifico que, em Portugal, se valoriza a arte. Depois dos portugueses se tornarem especialistas em Miró, um surrealista espanhol, chegou a vez de se versarem em Robert Maplethorpe, americano, conhecido pela sua fotografia homoerótica. E ainda ficam a saber que há um sítio chamado Serralves, que tem uma vaga para Director Artístico, onde podem ir para serem instruídos em arte.

Sou completamente a favor deste esforço e gostaria de dar o meu contributo: sugiro o Man Ray, americano, que foi um pioneiro em fotografia, uma área em que obteve grande sucesso, mas também trabalhou em outros media. Tal como Miró pertenceu aos movimentos Surrealista e Dada. Se tiverem umas horas, podem ver algumas das peças dele online.

Por motivos de copyright, não me deixam publicar aqui fotos, mas o Man Ray tem uma série de fotos de 1929 da qual gosto muito -- há um Outono que deviam ver, mas também há um Inverno que não vos deixará descontentes; se sim, há sempre a Primavera, e o Verão. E, pronto, podem ver o Maplethorpe à vontade...

domingo, 22 de julho de 2018

Arte longa, vida breve

Não é diferente do que aconteceu em Houston de, no início, não ter pessoas com quem ir a museus. Talvez essa seja a situação ideal -- não ter pessoas -- porque todos nós temos um ritmo diferente de ver as coisas e acho intrusivo que tenhamos de convergir para um ritmo comum. Quer dizer, não julgo intrusivo da parte dos outros, mais da minha parte porque sou bastante lenta e deambulo bastante, mas também sou bastante acomodatícia, logo adapto-me bem ao ritmo dos outros.

Uma amiga perguntou-me, na Sexta-feira, o que ia fazer no fim-de-semana e respondi-lhe que ia ao Brooks, um dos museus de Memphis, o qual apenas visitei uma vez, quando houve uma exposição de gravuras do Salvador Dalí; interessava-me ver as de "Alice no País das Maravilhas". Da colecção permanente, apenas me recordava de um quadro de William-Adolphe Bouguereau. Gosto do trabalho dele, especialmente de "O Primeiro Beijo", em que Cupido beija Psique, versão infantil. Esse quadro se fosse feito hoje, seria um escândalo. A mitologia é um escândalo, como a escultura de "O Rapto de Proserpina", de Bernini, que à primeira vista parece deslumbrante -- como é possível a um pedaço de mármore parecer mais vivo do que a maioria das pessoas que se encontra na rua? Mas depois há os que, quando sabem do que se trata, acham uma desgraça, como se fosse um elogio à violência contra as mulheres.

É uma visão um bocado optimista que apenas as mulheres fossem alvo de violência. A mitologia é, acima de tudo, muito democrática e o que não falta é violência contra homens, mulheres, e crianças. Se calhar estas histórias revertem de um tempo em que o mundo era extraordinariamente violento e talvez a história oral não servisse de ode à violência, mas de alerta contra a violência: se não te portas bem, os deuses castigam-te; se és muito atraente, os deuses cobiçam-te... Conclusão, não dês nas vistas e talvez te safes.

A arte serve de memória colectiva, de reflexão. Nem tudo o que parece é e, por vezes, há coisas que são umas coisas agora e tornam-se coisas diferentes mais tarde. Ou talvez o que as coisas são não tenha nada a ver com as coisas em si, mas sim connosco. Fui ao Dixon depois do Brooks e no jardim há uma escultura de Rodin: os três homens que estão no topo de "As Portas do Inferno". São figuras de homens fisicamente fortes, mas contorcidos em dor. O que me cativa são as suas mãos: seis mãos e quase todas têm os dedos como que a formar uma mudra. A procura da paz interior, mesmo quando tudo em redor os oprime.

Mas talvez seja só eu que veja isto e quando Hipócrates disse que a arte é longa e a vida curta, não estava a falar do tempo que dura uma versus a outra, mas sim da multitude de experiências de uma e de outra: a nossa vida está reduzida a ser vista à luz da nossa experiência; já a arte é vista pela experiência de cada um, e qualquer uma peça inspira algo muito mais longo do que qualquer uma vida.




domingo, 15 de julho de 2018

Geografia da alma

Depois de anos a mudar de sítio, de casa, já aprendi a não deixar que o sítio onde estou seja uma grande restrição. Só que esta última mudança tem um travo diferente. Há vezes, como ontem, em que penso que tenho de ir à livraria e na minha cabeça a livraria que aparece é a que fica a 10 horas de carro, não é a que fica a minutos. E depois penso que não estou ao pé de Rothkos, Magrittes, Twomblys, nem de instalações de James Turrell...

Esta semana um colega meu levou uma maçã verde para o gabinete e eu pensei em Le fils de l'homme e deu-me uma nostalgia enorme. No gabinete de Houston, tinha uma maçã verde de esponja (um brinquedo anti-stress) que encontrei no parque de estacionamento na mesma altura em que havia um programa de exposições sobre o Magritte no Menil. À noite, as nuvens eram claras e as árvores negras contrastavam contra o céu, como em L'Empire des lumières.

Nada é o que parece e talvez seja essa a minha realidade: o corpo está num sítio, a alma em outro, como se a minha vida fosse um quadro surrealista...

segunda-feira, 2 de julho de 2018

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Azul

Yves Klein: Anthropométrie de l'époque bleue (1960)


Érika Circé-Perrault: Bleu (2012)

domingo, 3 de dezembro de 2017

Quinta-feira

Ao final da tarde de Quinta-feira, encontrei-me com amigas para ir visitar uma exposição de arte na Nos Cave Vin, um local de armazenagem de colecções pessoais de vinho, que oferece serviço de concierge. Em exibição estava o trabalho de J. Antonio Farfan, um artista plástico de Houston. 

Gostei de algumas peças, quanto mais não seja por o artista rabiscar, em algumas delas, uma flor em forma de margarida, que é o que eu faço quando me apetece rabiscar, mas achei que a exposição tinha sido mal organizada: alguns dos quadros maiores estavam num corredor e não havia espaço para vermos as peças de várias distâncias; já as peças mais pequenas encontravam-se numa sala mais ampla. Acho que teria feito sentido ter sido ao contrário.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Um apontamento

Ultimamente, tenho ido a palestras sobre arte. Depois da palestra sobre Alexander Calder, as minhas duas amigas com quem fui, uma artista, outra que trabalha em conservação de papel num museu, brincaram comigo e disseram que eu devia saber mais sobre história da arte do que elas, ambas com mestrados no assunto. Na área, apenas sou uma amadora, quase auto-didacta. 


O comentário seguiu-se a eu dizer que elas teriam ficado muito orgulhosas de mim porque um amigo meu postou uma foto no Instagram de uma escultura em Nova Iorque, com LOVE, em que o O está inclinado, e eu comentei "Robert Indiana?" O meu amigo não fazia ideia de quem era o Robert Indiana, mas, por acaso, uns dias antes, eu tinha andado a pesquisar as esculturas do Robert Manzano para mostrar à amiga que trabalha no museu e nas minhas buscas tinham aparecido fotos com esculturas do LOVE de Robert Indiana e estava fresco na minha memória. 


Ontem, fui à palestra sobre Helen Frankenthaler, onde se falava de Robert O'Hara e de James Schuyler, ambos poetas, mas o O'Hara também trabalhava num museu e organizava exposições de arte em galerias. Depois da palestra, disse às amigas com quem fui que conhecia o trabalho dos dois, até tenho as antologias poéticas de ambos aqui em casa, e perguntei se conheciam o poema "Having a Coke with You" de O'Hara. Nenhuma delas conhecia, mas é um poema muito giro, especialmente quando ouvido da boca de O'Hara: o vídeo está no YouTube.


Nestas palestras costumo tirar notas. Nem sempre é fácil, pois é costume a plateia ficar quase no escuro e eu já não vejo muito bem ao perto para escrever nestas condições. Notei que ontem, as minhas notas ficaram um bocado mais desarrumadas, mas paciência, foi o que se pode fazer. Para a próxima, a ver se me lembro de levar óculos. Mostrei as minhas notas às minhas amigas e disse-lhes: "I was born to take notes!" Adoro ir a aulas e tirar apontamentos...


Notas sobre Alexander Calder e Helen Frankenthaler

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Alberto Giacometti



O Geoffrey Rush vai representar o papel de Alberto Giacometti num filme biográfico do artista. O Giacometti é famoso pelas esculturas elongadas e, pode parecer estranho, mas entrar numa sala com esculturas dele, causa-me uma grande emoção. Quando entrei nesta galeria, na National Gallery of Art, em Washington, D.C., até fiquei sem palavras. No The Guardian podem ler mais sobre o filme.

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Eu ia para vos escrever o que escrevi acima, mas achei uma merda, como se estivesse a trair algo sagrado e não consegui publicar. Meti em rascunho, fiz o jantar e fui passear o cão.

terça-feira, 20 de junho de 2017

As tragédias

Um dos quadros que vi no Dallas Museum of Art, na exposição "Mexico and Me", foi "As Duas Fridas" de Frida Kahlo, que ilustra a tragédia pessoal que a pintora sentiu ao separar-se de Diego Rivera. Na Frida vestida de trajes tradicionais mexicanos, temos um coração saudável, com veias que a unem à Frida vestida com roupas europeias. O coração da Frida europeia está destroçado, com uma veia cortada, que precisa de uma pinça para estancar o sangue. Neste quadro, acho interessante que seja a Frida europeia, a mais sofisticada, que esteja destroçada e em risco.

Depois de uma tragédia há uma parte de nós que morre e o resto tem de encontrar forma de continuar a viver apesar de tudo o que sucedeu. Ninguém se torna forte sem passar por tragédias: é esse o preço que se paga para ser forte. Às vezes, as pessoas ficam chateadas quando alguém é forte demais, dizem que é preciso ser mais sensível, mas não é a sensibilidade que permite que alguém sobreviva. É preciso ter cabeça fria, ser calculista, e não hesitar, coisas feias que, em tempos normais, as pessoas tentam suprimir.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

The Art Life

Em Março de 2012, ajudei a financiar um documentário sobre David Lynch, no Kickstarter. O filme, que se chama David Lynch: The Art Life, estava para ser terminado em Maio de 2013, mas depois de adiamentos sucessivos, ficou concluído este ano. Tive oportunidade de ver o filme no Museu de Belas Artes, em Houston, no mês passado e fiquei bastante contente com o produto final e de ter feito parte deste projecto.

Surpreendeu-me que tanta gente fosse ver o filme; não sei se tanto interesse se deva à nova série do Twin Peaks. Pensando bem, talvez não seja de todo surpreendente, pois o objectivo dos produtores do documentário era angariar $30.000 em 2012 e acabaram por conseguir quase $180.000: só pessoas que contribuíram $1.000 foram 36, 6 pessoas deram $5000 cada, e alguém deu $10.000.

Eu apenas dei $50 e em troca recebo um DVD com o filme mais conteúdo exclusivo, o meu nome nos créditos do filme (em letra pequenina), e uma imagem digital de alta resolução de uma foto de David Lynch. Foi um óptimo investimento e hoje preenchi o inquérito, que enviaram ontem, com a minha informação para me enviarem o prometido.

Se estiverem interessados no documentário, sigam a página no Facebook para ver se está em exibição perto de vocês. Também podem ver no iTunes.


segunda-feira, 6 de março de 2017

David Aylsworth

No Sábado foi a abertura de uma retrospectiva do trabalho de David Aylsworth, um artista de Houston, no Galveston Arts Center, em Galveston, TX. Durante a palestra, o artista explicou como trabalha e tenta exprimir na tela o que lhe vai na alma. Muitas vezes pinta enquanto ouve bandas sonoras da Broadway e os títulos que dá aos quadros são versos de canções que ouve enquanto trabalha. Não sabe se no espectador surgirá a mesma ideia, mas talvez com algumas pessoas haja uma intersecção de ideias-- o nome da exposição é Either/And. A forma como fala do processo quase que evoca uma súplica de que o espectador o veja, de que veja no seu trabalho aquilo que ele viu.