quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Nem tudo está perdido, especialmente na rua

Eis que mês e meio depois de uma grávida em final de gestação ser atendida por cinco hospitais devido a dores e a bebé ter falecido pouco tempo depois de nascer, temos um outro caso em que uma grávida não conseguiu ir ao hospital por falha humana no algoritmo informático, mas teve um parto com sucesso no meio da rua. Concluo que é mais seguro dar à luz na rua, do que ir a cinco hospitais. Isto é uma excelente notícia porque permite ao governo continuar a exploração do surrealismo governativo que se instalou em território lusitano. Por este caminho, se terminar o mandato é sorte porque duvido que consiga ser reeleito.

Claro que estou a ser injusta porque há coisas bastante importantes que tem tratado, como a preocupação do executivo em limitar o tempo que as mães têm acesso a um horário laboral reduzido para que possam amamentar os filhos. Não basta Portugal ter pouquíssimas grávidas, ainda tem a infelicidade de haver umas que têm o hábito de abusar dos seus direitos pós-parto. A Ministra do Trabalho, Solidariedade, e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, acha que se deve mudar a lei para que não haja abusos porque "acha" difícil de conceber que uma criança seja amamentada depois dos dois anos porque deve comer sopa e outras coisas e não viver só de leite materno. Normalmente, há um processo de fiscalização para encontrar abusos, em vez de se mudar leis para os evitar, mas agora sabemos que não há fiscalização, logo abusem à vontade dos vossos direitos em todas as leis e não se acanhem.

Agora, vocês que me lêem se calhar pensam, espera lá, o governo não tem acesso aos dados de desenvolvimento das crianças e não podia fazer um estudo a ver se realmente vale a pena amamentar depois dos dois anos? Ou podiam arranjar um investigador que fizesse uma revisão de literatura médica ou um estudo de práticas noutros países e depois, mediante os resultados, propunha uma modificação da lei, se necessária? E até podia fazer um estudo a ver se o ter um horário reduzido de trabalho tem efeitos na carreira das mulheres, na sua satisfação laboral, etc.?

Não, a Ministra "acha" que há abuso, não tem provas de que haja abuso, nem tem uma contagem dos casos de abuso--apenas acha. Ora, eu também acho que pelo seu discurso há provas suficientes que esta senhora não tem capacidade intelectual para ser ministra de coisa alguma. Ela nem do meu cão tomava conta. Por mim, na rua é que estava bem, como as grávidas.

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