Há uma semana, os membros da OPEC decidiram cortar a produção de petróleo em dois milhões de barris por dia, como forma de dar suporte ao preço do barril de petróleo. Os EUA têm contribuído para a pressão de baixa do preço, pois desde o início do Verão a Administração Biden tem retirado petróleo da Reserva Estratégica de Petróleo americana, como forma de contrariar a subida no preço de gasolina, que entretanto já começou a subir.
Para além disso, os americanos têm exportado mais petróleo do que importam, o que também contribui para o controle do preço mundial de crude. Neste momento, o volume de petróleo na Reserva Estratégica está a níveis de 1985. Brevemente, é provável que o governo americano tenha de comprar petróleo para a Reserva, o que, combinado com os cortes da OPEC, poderá contribuir para o aumento do preço de energia. Por sorte, a procura tem estado bastante deprimida.
Depois de anos a tentar conseguir apoio para indústrias ditas verdes, que supostamente baixam as emissões de carbono para a atmosfera, os americano lá, passaram há coisa de dois meses, a legislação IRA (Inflation Reduction Act), camuflada de lei para controle da inflação. Esta lei é consistente com o que as diferentes administrações americanas, tanto de esquerda como de direita, têm andado a fazer desde os anos 70: a tentar isolar-se de choques nos preços da energia, pois consideram a política energética uma questão de segurança nacional.
Só que as novas tecnologias têm o potencial de perturbar as indústrias exportadoras de países como a Alemanha, Suécia, Japão, Reino Unido, etc., todos aliados dos EUA, e que estão furiosos com a nova lei. É irónico que a Alemanha, que frequentemente faz campanha em prol do ambiente, agora não queira mudar. Talvez a Greta venha em socorro do Biden...