segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Os exportados

Hoje fui almoçar com uma exportação portuguesa: um investigador. Neste caso um Pedro, pós-doc, que faz investigação em Oncologia e que está em Houston há três anos. Não sei o que aconteceu em Portugal, mas de repente farto-me de conhecer Pedros e Nunos. Às vezes fico com a cabeça em água, só a tentar destrinçar os meus P&Ns. Continuando com o meu Pedro du jour, perguntei-lhe se conhecia muitos portugueses aqui e ele disse que conhecia vários, até trabalhava com um, mas que nenhum tinha feito o curso nos EUA. Aí senti-me triunfante porque os americanos é que pagaram quase todo o meu mestrado e todo o meu doutoramento. 

Uma parte da cidade de Houston é o Centro Médico, que até tem a sua própria skyline, como se fosse uma cidade dentro da cidade. Vêm pessoas de todo o país para ser tratadas aqui. No outro dia descobri que algumas das "cobaias" humanas usadas para investigar certos tratamentos são imigrantes ilegais. É uma troca interessante, mas não estou a fazer nenhuma avaliação moral, apenas acho curioso que se tenha desenvolvido. Os imigrantes nunca teriam acesso a este tipo de tratamento nos seus países de origem. 

À distância, a skyline do Centro Médico de Houston

1 comentário:

  1. Eu não sabia que alguns procedimentos usados em África já tinham entrado no continente americano e, indo procurar, lamento referir que está a acontecer algo muito errado em algumas "trial", por causa do sistema de financiamento, mais nos EUA que na Europa, e pelas mesmas razões. Só que os exportados portugueses são os bons da história, não os maus!

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