terça-feira, 20 de setembro de 2011

Breaking Bad

Recentemente, o Pedro Lomba escreveu no Público "Uma lista" de conselhos para os jovens que vão este ano ingressar no ensino superior. Um deles, e talvez o mais sábio, é "aprender um ofício, uma experiência, de preferência prática, que nada tenha a ver com o curso." Refere a propósito um livro de 2009 de Matthew Crawford que após ter terminado um doutoramento em filosofia política decide mudar de vida. A insatisfação não abandonava o homem e este decide montar uma oficina de motas, aproveitando aquilo que aprendera de mecãnica enquanto jovem. E Matthew descobriu finalmente a sua vocação.
Lembrei-me disto ao ver recentemente Breaking Bad ( Ruptura Total), que já vai na quarta série nos EUA. Walt White, um professor de química frustado do secundário (onde é que já vimos este filme?), descobre aos 50 anos que tem um cancro. Com casa por pagar, um filho deficiente e a mulher grávida, decide fazer a tal ruptura. Dedica-se a produzir uma droga da moda (os cristais azuis) em parceria com um ex-aluno medíocre, que encontra por acaso. Farta-se de ganhar dinheiro e, de caminho, muda de personalidade, para poder sobreviver naquele mercado tão competitivo. Desaparece o Walt inseguro e nasce o Mr. White duro e astuto.
Moral da história? É sempre possível mudar de vida, mesmo sendo um professor com 50 anos. Convém é estarmos preparados para isso.

9 comentários:

  1. Emprestaram-me a 1ª série à coisa de duas semanas.

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  2. Quando gostamos de uma série ou de um filme ou de um livro isso não significa obviamente que nos identifiquemos com as escolhas ou modo de vida das personagens. Algumas das questões mais interessantes do Breaking Bad são precisamente os dilemas morais com a personagem principal se vai debatendo ao longo da série - no que tem muitas semelhanças com uma das minhas personagens favoritas: o Raskolnikov do Crime e Castigo de Dostoievski.

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  3. Alguns dos episódios desta série são do smelhores filmes que eu já vi. Há um episódio completo em que o Walt e o companheiro de manufactura tentam matar uma mosca e quase se matam um ao outro - e ficamos agarrados ao ecrã até ao fim.

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  4. Mas na linha do que escreve JC Alexandre, o que mais fascina na série é a possibilidade/capacidade de mudar de vida de forma radical - sobretudo quando se está insatisfeito.

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  5. já muitas vezes tenho pensado que em Portugal, para financiar a descida da TSU bastava legalizar as drogas e cobrar os impostos correspondentes sobre esta actividade. Aumentava-se a receita e, simultaneamente, descia-se a despesa, já que se gastam mundos e fundos no combate ao tráfico de droga. Tinha também, a vantagem de, provavelmente, de deixarmos de estar associados à Grécia, para passarmos a estar associados à Holanda.

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  6. O pessoal do FCP também usa os "cristais azuis"?

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  7. Pois... isto e tudo uma questao de vontade individual.
    O contexto nao tem aqui papel nenhum... Se um tipo sem bracos ou pernas e atirado a agua e morreu afogado.
    Evidentemente porque nao teve forca de vontade para mudar... possivelmente nao teve forca mental suficiente ou nao estava mentalmente preparado ou nao teve os incentivos economicos adequados para aprender a nadar ou transformar-se em peixe.
    Um tipo de rir a forca para nao desesperar com estas perolas de pensamento economico neo-liberal.

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