Imaginando que
haja muita gente à procura do perfil do Fernando Alexandre, deixo aqui um breve
resumo. Pode conter algumas pequenas imprecisões, dado que estou a fazer isto a correr antes de ir para a minha aula.
Conheci-o em
1993, durante uma prova oral de Macroeconomia, com o Professor Pedro Ramos, na
Universidade de Coimbra. Assisti ao seu exame. Entrou com 13 e saiu com 17
valores, após uma prova brilhante. Éramos de anos diferentes e a nossa amizade
nasceu nesse dia.
Licenciou-se
antes de mim (1995, salvo erro) e veio para a Universidade do Minho dar aulas em 1996. Fez
mestrado em Economia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Dedicou a tese à influência da repartição do rendimento no crescimento económico, que defendeu, com nota máxima, em 1998. Em 1999, foi para a
Universidade de Londres fazer doutoramento em Economia sob supervisão de John
Driffill. Especializou-se em Economia Monetária em tempos de incerteza.
Regressa à Universidade
do Minho após terminar o doutoramento em 2003. Desde então a sua actividade
profissional divide-se por três áreas: docência, investigação e gestão
universitária. Enquanto docente, é quase unanimemente considerado pelos seus
antigos alunos como um dos melhores professores que já tiveram, senão mesmo o
melhor. Em termos científicos, deve ter cerca de dezena e meia de artigos
publicados (e a publicar) em revistas internacionais, salientando-se os seus trabalhos sobre política monetária internacional, sobre Bolonha e a qualidade do ensino superior e competitividade externa. Já em 2009, escreveu um dos melhores livros no mercado sobre "A Crise Financeira Internacional".
Correndo sérios riscos
para a sua carreira académica, dedicou os últimos anos a estudar a economia
portuguesa. Organizou e liderou o projecto “A Economia Portuguesa na União Europeia”, do qual sairá um livro sobre a Economia
Portuguesa. Escreveu vários artigos, alguns já publicados e outros a publicar,
sobre competitividade externa. Liderou o estudo sobre a Poupança em Portugal, encomendado pela Associação Portuguesa
de Seguradores, esteve na equipa que fez o estudo sobre o Emprego e TSU.
No que toca a
gestão universitária, desde que regressou a Portugal, já foi director do Departamento
de Economia, director da Licenciatura em Economia e Vice-Presidente da Escola
de Economia Gestão, sendo também o Presidente do Conselho Pedagógico da mesma
escola. Em todos estes cargos deixou a sua marca de qualidade. Elevando o Departamento de Economia, primeiro, e a Escola de Economia e Gestão, depois, a patamares de exigência que muito dificilmente teriam sido alcançados sem a sua liderança.
Enfim, a
experiência política do Fernando Alexandre é diminuta. Mas, se se considerar que
um governo fica enriquecido por incluir "gente de fora da política",
então é importante que esses outsiders
sejam os melhores nas suas áreas de actividade.
Ao irem buscar o Fernando à academia, foram buscar o que de melhor a
academia tem para oferecer. Não tenho qualquer dúvida a esse respeito. Da parte que
me toca, desejo-lhe um bom trabalho.
Adenda: um aspecto da carreira de Fernando Alexandre que me esqueci de referir nestas notas apressadas tem a ver com o seu trabalho de consultoria. Também neste item, o Fernando Alexandre sempre foi um académico muito activo, tendo feito trabalhos para a Associação Portuguesa de Seguradores, para o Tribunal de Contas, para a Capital Europeia da Cultura, para a Microsoft, entre vários outros.