terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Postal de Natal tradicional

Caros leitores,
Como não queremos que vos falte nada, não podíamos deixar de vos desejar um Santo Natal, à maneira vitoriana. Durante Dezembro, a Ópera de Memphis realizou um especial de Natal na Dixon Gallery and Gardens, em que o elenco se vestiu à moda de finais do século XIX e, durante 3 horas, houve histórias de fantasmas, ópera, cantigas de Natal, valsas, etc.

Merry Christmas,
Rita

View this post on Instagram

Christmas caroling...

A post shared by Rita (@stellathepug) on



View this post on Instagram

Learning to waltz...

A post shared by Rita (@stellathepug) on



View this post on Instagram

Bizet’s Carmen...

A post shared by Rita (@stellathepug) on


Postal de Natal rockeiro

Caros leitores,
Desejo-vos um óptimo Natal. Este ano, o Hanukkah começou ao pôr do sol do dia 22, logo um bom terceiro dia de Hanukkah também. Para encetar as festividades, fui ver a Trans-Siberian Orchestra na Quinta-feira. Que decadência de guitarras, lasers, cabedal negro, cabelos compridos... Fica aqui uma pequena amostra.

E deixo-vos também as decorações de Natal de uma família em Memphis, que ligou as luzes a uma estação de rádio e, por acaso, quando por lá passei, estava mesmo a tocar a TSO.

Happy Holidays!
Rita

View this post on Instagram

Trans-Siberian Orchestra In #Memphis

A post shared by Rita (@stellathepug) on




View this post on Instagram

Christmas in #Memphis

A post shared by Rita (@stellathepug) on


segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Sol na eira e chuva no nabal.

Vejo muita gente, geralmente à direita, a dar importância máxima à carga fiscal e ao facto de ela ter aumentado. O problema é que se olharmos para a carga fiscal como o alfa e o ómega disto tudo, então a conclusão de uma comparação internacional é que pode aumentar ainda mais, pois muitos países têm uma carga maior do que a nossa.
Por outro lado, vejo muita gente, geralmente à esquerda, a dizer que não temos nada que baixar impostos porque a nossa carga fiscal até nem é muito alta pelo que é uma falácia dizer que não somos competitivos por causa dela. O problema disso é que a nossa carga fiscal é mais baixa precisamente porque o nosso rendimento é mais baixo. Por isso não faz sentido comparar com a carga fiscal de países mais desenvolvidos. Devemos antes tentar apurar o nosso nível de esforço fiscal.
Olhando para o esforço fiscal, o que vemos é que Portugal tem um nível de esforço fiscal muito alto (basicamente, para o mesmo rendimento pagamos mais impostos que lá fora). mas, por outro lado, nos últimos anos, incluíndo o que está previsto para 2020, o esforço fiscal tem descido ligeiiramente.
Portanto, nesta discussão, ninguém tem um argumento win-win. Para terminar, acrescento que actualizar os escalões de IRS abaixo da inflação prevista é uma forma de aumentar quer a carga fiscal quer o esforço fiscal. Neste caso, quer para quem argumenta à esquerda quer à direita é uma situação de lose-lose.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Ciências da Educação?


FNAC Colombo, repleta de potenciais compradores nesta época natalícia – sendo eu um deles.  Deambulo na livraria, avaliando as ofertas que me são feitas nos expositores. A dada altura, deparo com o sector das “Ciências da Educação”. Isto interessa-me. Vejo os livros expostos. Atente-se nos títulos de apenas alguns (omito deliberadamente nomes de autores). Livro de Reclamações das Crianças, Educar com um Sorriso, Deixe-o Crescer ou o seu Filho será um Bonsai em vez de uma Árvore Forte, Adolescer é Fácil 3 # Só que não, Porque (sic) não Largas o Telemóvel e Aprendes Qualquer Coisa para Variar? No expositor ao lado encontrava-se, como por acaso, o livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman, numa edição da Bertrand de 2010.

Nada tenho contra os livros que referi – apenas me confrange que eles apareçam como sendo livros que caibam no sector reservado para as ciências da educação. Será que pessoas responsáveis pensam mesmo que as ciências da educação dão cobertura a tudo o que se escreve sobre educação? E mais não digo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Impugnação

Nestas últimas semanas, tem-se desenrolado o processo de impugnação contra o Presidente Trump. A velocidade dos acontecimentos tem sido bastante acelerada e durante a audiência pública, tem havido acompanhamento e comentário em directo na rádio (NPR) e alguns canais televisão (as primeiras audiências foram à porta fechada para não haver contaminação de testemunhas, nem possibilidade de informação em segredo de estado ser tornada pública). É esperado que a Câmara dos Representantes, mais propriamente o Judiciary Committee, vote em pelo menos dois artigos de impugnação -- os artigos ainda não foram produzidos, mas é provável que sejam da autoria de vários comités e contemplem abuso de poder e obstrução de justiça.

Dado que os Democratas controlam a Câmara dos Representantes, é esperado um voto a favor de pelo menos um dos artigos de impugnação. Os artigos de impugnação são apenas uma acusação formal, mas um voto a favor tem bastantes consequências, pois Trump não terá o benefício de um perdão futuro, pois a Constituição o proíbe. Talvez se recordem que Richard Nixon demitiu-se antes da Câmara dos Representantes votar; Gerry Ford, que era Vice-Presidente, assumiu a presidência e perdoou Nixon, ou seja, Nixon não chegou a sofrer um voto de impugnação. O perdão é relevante porque o Presidente pode ser levado a tribunal pelos crimes que suscitaram o processo de impugnação.

Após a votação na Câmara de Representantes, o caso passa para o Senado onde haverá inicialmente um processo de delineação das regras do julgamento e depois o próprio julgamento, que será presidido pelo Chief Justice John Roberts do Supremo Tribunal do EUA. Note-se que este processo é civil e, como tal, não exige um ónus da prova tão pesado como um processo criminal. Como os Republicanos controlam o Senado, não é esperado que Trump seja retirado da Presidência pelo Senado, mas se o Senado decidir fazer uma votação anónima, em vez de uma votação pública, tudo é possível.

Se o Senado votar a favor de Trump ser retirado da Presidência, ninguém sabe o que irá acontecer porque nunca houve um caso de impugnação que tenha chegado a esse ponto. Depois de impugnados na Câmara dos Representantes, tanto Andrew Johnson, como Bill Clinton, foram absolvidos pelo Senado.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Para além do PISA 2018


A divulgação dos resultados do PISA 2018 proporcionou, como tem sido habitual nas anteriores apresentações, reacções diversas. Não dou grande importância aos resultados, porque num projecto desta envergadura, envolvendo alunos de 79 países muito diferentes entre si (cerca de 600 000 num universo de 32 000 000, ou seja, uma amostra de cerca de 2%), as probabilidades de ocorrerem erros são grandes (aliás isso é assumido no estudo). Contudo, atendendo a que o PISA tem já uma história e é possível detectarmos tendências nos resultados (subidas, descidas, estagnações), vale a pena determo-nos na sua análise.

Se é patético vermos ministro e ex-ministro quererem ser “vencedores” face aos resultados, é razoável que responsáveis pela educação no país assinalem as curvas que no gráfico mostram uma melhoria.

Art Basel Miami

Entre as vendas de bananas coladas à parede com duck tape (é a fita cola do MacGyver) e pseudo-orgias da Desigual, em que uma das participante era a filha da Madonna, já toda a gente em Portugal deve conhecer a Art Basel Miami. Eu também conheci, mas foi porque fui lá, mas não vi a banana. Deixo-vos as minhas impressões do que vi. (A sério que achavam que a DdD não iria estar presente? Nós não somos bananas...)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Lógica à americana

“Article II, section 2 of the Constitution gives a president the power to pardon anyone who has been convicted of offenses against the United States, with one exception: "In Cases of Impeachment."

If Trump is impeached by the House, he can never be pardoned for these crimes. He cannot pardon himself (it's dubious that a president has this self-pardoning power in any event), and he cannot be pardoned by a future president.”

~ Robert Reich, Newsweek, 2/12/2019