Andava eu pelo Instagram a tentar relaxar antes de ir para a cama quando aparece o Carlos Moedas a tentar explicar o Jacarandágate. Dizia ele que as árvores em questão estavam demasiado danificadas para serem transplantadas. Ora antes do parque de estacionamento abortar, a justificação para o projecto era que as árvores não estavam em risco porque iam ser transplantadas -- em Março e Abril.
- Ninguém transplanta árvores caducifólias em Março e Abril. Se é para haver transplante, este teria de ser feito no outono ou inverno, quando as árvores estão em dormência. Quero ver estas árvores que transplantaram agora a sobreviver o calor sufocante de verão, quando não tiveram tempo nenhum para desenvolver raízes no novo local de plantio. Espero bem que haja um plano de irrigação para as coitadas. Ou seja, este projecto não envolveu ninguém com competências técnicas em agronomia ou paisagismo.
- Os jacarandás são uma das imagens mais populares de Lisboa e é comum encontrarem-se fotos nas redes sociais. Eu não me admiraria que um dia Lisboa desenvolvesse um turismo sazonal de reconhecimento mundial só para visitar a cidade quando as árvores estão em flor. Turismo desse tipo é comum noutros países: as tulipas na Holanda, as cerejeiras em flor no Japão e em Washington D.C., a folhagem de outono na Nova Inglaterra, etc. Ou seja, quem é a alma que achou que isto ia ser uma boa ideia?
- O país vai a eleições em breve. Quem é que decide ir para a frente com um projecto que é óbvio que não vai ser popular meses antes de eleições? Ainda por cima cortar árvores vistosas para enfiar mais outro parque de estacionamento, como se esse parque fosse fazer uma enorme diferença.
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