quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Taco Tuesday

Hoje foi Taco Tuesday no Skeeter's, que é um restaurantezinho engraçado mesmo ao pé de West University, o quarto código postal mais caro dos EUA. A clientela do Skeeter's é, na sua grande parte, residentes de West U. É um sítio relaxado, onde se podem levar as crianças porque o menu é variado e tem opções saudáveis; no entanto, não há brinquedos para os miúdos. 

À terça-feira para comemorar o dia, fazem o especial Taco Tuesday em que se pode comprar uma refeição com dois tacos e pagar um preço mais baixo. Por exemplo, eu gosto de fish tacos (uma invenção da Califórnia) e cada um custa $4.50 normalmente, mas à terça-feira dois custam apenas $7. Até é muita comida para mim, mas a rapariga perguntou se eu queria o especial e eu não pensei bem no assunto e disse que sim. Para acompanhar, bebi um copo de Pinot Grigio; o Chardonnay, que é o mais vendido, dá-me dores de cabeça muitas vezes. 

Então, o meu jantar foi isto: dois tacos de peixe grelhado, servidos com chips de tortilha e salsa (molho de tomate fresco mexicano). E paguei por tudo isto $16.08, que equivale a pouco mais de duas horas de salário mínimo em Houston, o que inclui já $2 de gorjeta. (O Skeeter's não é um restaurante "full service", logo não é preciso pagar uma gorjeta muito alta porque os empregados não passam muito tempo a atender-nos; só vêm à mesa entregar a comida e levantar a loiça.) Neste caso, a gorjeta corresponde a 15,4%, pois a percentagem da gorjeta não deve incidir sob o imposto. 

Como podem ver pela conta abaixo, o normal é o restaurante dar ao cliente a opção de adicionar a gorjeta ao recibo. Como curiosidade, notem que paguei $1.08 em imposto. Nos EUA, o imposto vem sempre discriminado na conta e quando vamos comprar alguma coisa, os preços são sempre indicados sem imposto. O imposto só é adicionado quando  estamos a efectuar o pagamento na caixa. Como os americanos não gostam de pagar impostos, preferem que seja claro para o cliente exactamente quanto leva o estado. 

A conta

Os meus dois fish tacos: duas tortilhas com molho, peixe grelhado, uma slaw de couves branca e roxa e cenoura, abacate, e coentros. 


9 comentários:

  1. Ironia os americanos não gostam de pagar impostos mas gostam de fazer a guerra claro nos países dos outros.

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    1. Ironia os europeus pagarem tanto em impostos mas gostarem que os americanos os defendam.

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  2. "o Chardonnay, que é o mais vendido, dá-me dores de cabeça muitas vezes".

    Ainda não descobri nenhum vinho produzido na Califórnia cuja bebida não provoque dôr de cabeça (exceptuando o orgânico, "biológico"). Não é por acaso que as vendas de vinho português crescem 20% ao ano nos EUA.

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  3. NG,

    Diga-me sff, o que é para si um vinho orgânico (biológico)?

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  4. https://en.wikipedia.org/wiki/Organic_wine

    Colocam menos aditivos. É parecido com o da produção convencional tradicional da minha aldeia :)

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  5. Obrigado, NG, mas fiquei mais ou menos na mesma.
    Na sua aldeia, "a produção convencional" dispensa a "cura" com calda bordalesa, flor de enxofre, sulfato de cobre?

    Já alguma vez bebeu vinho de uma garrafa que não tivesse a mensagem "contem sulfitos"
    mesmo quando o vinho se reclama "biológico" ou "orgânico"?

    Eu nunca vi uma garrafa sem essa mensagem.
    E gostava muito de saber como é possível produzir vinho (se for vinho com alguma qualidade) sem proteger os vinhedos do ataque do míldio, e outras ameaças do estilo.

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    1. "Já alguma vez bebeu vinho de uma garrafa que não tivesse a mensagem "contem sulfitos"
      mesmo quando o vinho se reclama "biológico" ou "orgânico"?"

      Sim, já, conforme lhe disse.

      Este aqui, por exemplo

      http://www.luekensliquors.com/wine/pacific-redwood-organic-cabernet-sauvignon-750ml?gclid=CjwKEAiAk7O0BRD9_Ka2w_PhwSkSJAAmKswxwZd7lxjmNkVK1dSO70pVqMZ8lFyfLhfvMWsFd4txGhoCZ0fw_wcB

      Não sei se o problema é dos sulfitos (comum em vinhos de todo o mundo, até na extraordinária pinga que o meu sogro faz), do tipo utilizado, da quantidade ou de outra coisa qualquer. A diferença no efeito é facto. Investigue-se.

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  6. Sinceramente, não gosto do modelo americano de colocar os impostos apenas no preço final (assim como não gosto do modelo de colocar o preço das gorgetas fora do menu), e a razão é a mesma: transfere um custo para o cliente, o custo cognitivo de "fazer a conta" para saber quanto vai realmente ter de pagar pelo serviço.

    Esse custo existe, e acredito que será socialmente regressivo (quem tem mais posses será menos incomodado por esse custo do que quem tem menos posses)... Pode ser minimizado pelo hábito, mas com os estudos que mostram que geralmente os mais pobres são de facto os que "menos tempo/capacidade de atenção" tem para despender, acredito que leva a um resultado socialmente injusto.

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  7. Que composição tem esse vinho martelão da Califórnia, a ponto de provocar as referidas dores de cabeça? Excesso de álcool? Álcool de má qualidade? Tralhas específicas com o objectivo de atingir certos parâmetros legais?

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