sábado, 22 de setembro de 2012

Investigação e avaliação de políticas


A propósito da discussão dos impactos no emprego das propostas para a alteração da TSU, recordo o que escrevi, em Junho de 2008, aqui na Destreza:

“(…) a inexistência de "think tanks" que analisem a economia portuguesa é uma lacuna para o conhecimento da sua dinâmica e para um escrutínio independente das decisões de política económica dos Governos. Ou seja, a ausência daquelas instituições não públicas é uma debilidade da nossa economia e da nossa democracia. Neste contexto, Teodora Cardoso (então no Banco de Portugal) lamentou recentemente, num programa da televisão do Estado, a pouca atenção que as universidades portuguesas dedicam à investigação da nossa economia.”

A situação melhorou desde essa altura, em parte por causa do interesse suscitado pela crise, mas ainda temos um longo caminho pela frente.

6 comentários:

  1. Enviaram-me este comentário:

    "Nós por cá, vamos fazendo contas à vida e, encurralados, já nos vamos habituando à alternativa cozinhada pelos nossos políticos: retirar um salário por inteiro a todos os trabalhadores.
    Já agora, pergunto aos académicos que fizeram o estudo sobre o impacto das alterações da TSU no emprego: qual será o impacto no emprego de retirar um salário por inteiro aos trabalhadores, sem qualquer benefício para as empresas?"


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  2. Caro anónimo,
    é uma boa questão? vou responder-lhe mais acima, assinando, como sempre.

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  3. Por acaso a mim parece-me uma pergunta bastante parva. O que analisámos no nosso estudo foi uma política económica com impacto orçamental nulo.
    Da forma como está formulada a pergunta, a analogia é um disparate. Retirar um salário, imagino que via impostos, aos trabalhadores, sem qualquer outra contrapartida, é tudo menos uma medida orçamental neutra. Pelo que a comparação é disparatada.

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  4. mas essa é uma das questões que está em cima da mesa. faz sentido colocá-la. mas esse é outro estudo. espero que se for essa a opção, desta vez o Governo sustente devidamente a sua medida.

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    1. Eu sei. O que me chateia é a forma capciosa como a pergunta é formulada, reflectindo apenas a parte má, esquecendo a contrapartida, ou seja a eventual redução do corte da FP e reformados. Pode-se concordar ou não com a política.
      O que não é razoável é formular perguntas em que parece que se compara uma medida com impacto orçamental nulo com outra que tem um impacto orçamental de qualquer coisa como mil milhões de euros.

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  5. Por muito que vos custe (e eu não defendo a medida da TSU), a medida não tinha impacto orçamental nulo porque:

    1. Transferia 7% do rendimento dos trabalhadores para o patrão em 5,75% e para o Estado no remanescente. (Diretamente não tinha efeito nulo)

    2. Quando o Estado é o patrão este recebia os 7%. (Reduzia os custos com os trabalhadores do Estado em 7%).

    3. A prazo as novas reformas eram calculadas com a base de partida em 82% do salário e não com a base de partida de 89%.

    Sendo assim a medida da TSU não era orçamentalmente neutra nem no presente nem nos compromisso assumidos.

    Quanto à pergunta acima, retirar um salário aos trabalhadores todos vai permitir ao Estado na fórmula receita-despesa ter igual variação que a medida da TSU: melhoria orçamental em 2000 mil milhões de Euros.

    E utilizando o vosso estudo, Tabela A.1 distinguido o momento do impacto (variação) do Longo Prazo (lag). Uma variação no rácio dos impostos (aumento destes) tem um efeito positivo no emprego e negativo no desemprego no momento de impacto. A Longo Prazo o rácio dos impostos (o desfasamento) reduz o emprego mas não altera o desemprego (não é significativa).
    Já agora na tabela A2 o efeito dos desfasamento não é significativo, portanto de forma robusta o aumento do rácio dos impostos aumenta o emprego e reduz o desemprego, no momento do impacto, não parecendo ter efeitos no Longo Prazo (BASEADO NO VOSSO ESTUDO).

    Mas isso sou eu...

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