domingo, 8 de março de 2020

A ler/ver

Neste momento em que vos escrevo, há mais de 105 mil casos identificados em todo o mundo de coronavírus. Este número irá aumentar bastante durante as próximas semanas, à medida que mais pessoas são testadas. Os EUA estão bastante atrasados nos testes e, dado os 21 mortos já identificados, é quase certo que em vez dos 424 casos presumidos, haja vários milhares.

A Coreia do Sul testa 10 mil pessoas por dia e parece ser o país que tem mais controle sob a situação, mas o vírus está tão espalhado pelo planeta que as coisas estão bastante feias. Por exemplo, o SARS, por ser um vírus que provocava sintomas mais violentos e não era contagioso logo no início, foi controlado mais rapidamente e só causou pouco mais de 8 mil casos. O MERS desde 2012 apenas causou cerca de 2500 casos em todo o mundo.

Há quem ache que se está a exagerar porque nas pandemias anteriores mais recentes não acabou por morrer muita gente. Nos últimos 100 anos, os humanos têm sido bastante eficazes a aumentar a sua sobrevivência e a desenvolver tratamentos que reduzem a mortalidade. Mas não pensem que isto dura para sempre.

Uma população envelhecida não é tão resistente e, para além disso, haver muita gente que sobrevive não quer dizer que todos são fortes. Os virus e bactérias evoluem muito mais rapidamente do que nós; para além disso, sabemos da história, que é muito mais longa do que uma vida humans, que o normal é haver pandemias de vez em quando. Como diz o povo, tantas vezes o cântaro vai à fonte, que um dia lá fica a asa.

Aqui ficam algumas fontes que são bastante informativas:
  1. Uma entrevista do Fresh Air, emitida em 5 de Fevereiro, acerca de onde vêm estes vírus e da sua maior frequência.
  2. Uma app da Johns Hopkins que acompanha a contagem de vítimas
  3. Uma peça da revista Time sobre a estratégia falhada dos EUA
  4. Uma lição de história acerca da gripe de 1918 e de como a corrupção na cidade de Philadelphia contribuiu para piorar a situação
  5. Uma entrevista no programa Science Friday a dois investigadores de virus
  6. Uma entrevista a um epidemiologista de Harvard, que tem projecções bastante assustadoras
  7. Uma entrevista do NYT sobre a matemática de contágio
  8. A peça de opinião do Ricardo Reis sobre os erros que as pessoas cometem ao interpretar probabilidades



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