sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Franhol

Desde há uns meses para cá que me tem apetecido praticar o meu francês que anda pelas ruas da amargura. Ainda não me resignei a ler, mas cheguei a comprar um livro audio da Marguerite Duras, que ainda não terminei. No outro dia, lembrei-me de perguntar à minha antiga professora de francês, que também é bastante minha amiga, se seria aconselhável arranjar uma explicadora online, pois encontrei uma plataforma que oferece esse serviço e tem vários preços, mas por $40/hora já se faz a festa. Sugeriu-me que usasse o Duolingo e também podia ver uma série francesa na Netflix, que era parecida com o Twin Peaks, que ela sabe que eu adoro.

Comecei a ver a dita série e mal conseguia entender uma palavra. Aquele pessoal parece que engole as palavras--dava jeito uma personagem tipo o Gordon do Twin Peaks, que gritava e falava devagar para toda a gente o compreender. O pior era a história, pois aquilo é bastante assustador e eu já não tenho 18 ou 19 anos. Além disso, o Twin Peaks tinha bastante sentido de humor e a estética era mesmo do outro mundo. A série francesa peca em ambas essas frentes. Desisti.

Ataquei a série Valéria, que tinha começado a ver há alguns meses, mas não me tinha entusiasmado no primeiro episódio. Desta vez persisti e acabei por gostar muito. Para além de ter muita graça, até  tem o benefício de se ouvir calão. E depois passa-se em Madrid, o que acho uma mais-valia porque gostaria muito de voltar a visitar, desde que vi algumas gravuras do Goya quando estive em Miami, FL, em Dezembro de 2019.

O espanhol até nem é uma língua muito feia e percebi mais dos diálogos da Valéria do que dos da Zone Blanche, a tal série francesa. Já me disseram que se passarmos um mês em Espanha, saímos de lá a falar espanhol, o que também me alicia muito. Andava assim um bocado indecisa entre o espanhol e o francês, mas não me impediu de começar a ver outra série espanhola, La Cocinera de Castamar, de que também estou a gostar muito. E a Netflix já me deu mais recomendações de coisas espanholas.

Hoje voltei a atacar o francês: decidi ouvir o podcast "Change Ma Vie". Não é que me interesse muito sobre o tema de mudar de vida -- eu, que me farto de mudar! -- mas a Clotilde Dusoulier foi das primeiras bloguers que segui por causa do seu Chocolate &  Zucchini, logo tenho um fraquinho por ela.

No podcast, que compreendi para aí 85% ou mais, ela fala da importância de sonhar e de nos darmos permissão de desejar mais e melhor para podermos ter uma vida auto-realizada. Nos dias de hoje é muito difícil pensar e querer uma vida plena e, para além disso, muitas vezes quando se planeia tudo, acabamos por não valorizar outras oportunidades que vão surgindo. Ou seja, compreendi o que foi dito, mas não compreendi de todo ser tão detalhado na forma como se planeia a vida. 

Ainda não consegui decidir-me entre o francês e o espanhol, mas se calhar o melhor é enveredar por podcasts em francês e séries em espanhol.


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