sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Nem com capa se escapa

Ainda não completámos o terceiro dia da segunda administração Trump, mas já se nota que é diferente da primeira. Em vez de oposição, há uma certa resignação de que temos de aguentar com a peça até ao final do termo. Como ele tem o Congresso, a maior oposição irá vir dos estados e das cidades. Se ele conseguir passar cortes de impostos e despesa, os mais afectados, negativamente, diga-se, serão os estados que votam no Partido Republicano porque são os que crescem menos e recebem mais transferências do governo federal. Mas por vontade da fortuna, Los Angeles, devido aos incêndios, terá de pedir ajuda ao governo federal para a reconstrução e decerto que Trump se rogará.

Os incêndios de Los Angeles poderão dominar esta presidência dada a escala da tragédia e o facto de as perdas para as seguradoras serem bastante significativas, logo haverá transferências da indústria seguradora [os hubs da indústria seguradora nos EUA são Des Moines (Iowa), Hartford (Connecticut), e Phoenix (Arizona), mas indirectamente gente de todo o sítio porque há instrumentos financeiros ligados a estas apólices cujo objectivo é mesmo esse: dispersar o risco] para as vítimas na Califórnia. O mais provável é que, depois de receberem as indemnizações, muitas das vítimas irão aproveitar e sair da Califórnia. Algumas ficarão nos EUA, mas outras poderão sair do país. E isto a juntar aos que sairão porque não querem viver nos EUA de Trump.

A juntar a isto, Trump parece estar interessado em promover as indústrias da inteligência artificial e a das criptomoedas, logo podemos contar com uma ou duas bolhas que devido ao efeito acelerador de Trump ainda devem estourar durante o seu mandato. Pessoalmente, não sou fã de nenhuma destas duas indústrias, mas não há como escapar.

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