segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Continuem, sff...

As primeiras discrepâncias foram identificadas no ano passado perante indícios de que um conjunto de transferências efectuadas em 2014 através de uma instituição financeira “não tinham sido devidamente tratadas pela AT”, como o Ministério das Finanças já confirmou.

Quando, mais tarde, o assunto foi remetido à IGF, o gabinete do actual Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, pediu uma auditoria ao sistema de processamento da AT das declarações e “à sua articulação com a componente analítica da inspecção tributária desde 2011”. Os desvios encontrados – e que levaram à revisão das estatísticas – dizem respeito a quatro anos: 2011, 2012, 2013 e 2014 (ano das transferências).

Fonte: Público

O Rocha Andrade devia ter inteligência suficiente para não dar nas vistas quando quer entalar o PSD/CDS. Porque é que a investigação terminou em 2014? O pedido de investigação foi feito em 30/12/2016, logo 2015 e 2016 também seriam de interesse. E que provas temos de que 2010 não era problemático?

Gostaria que alguém me explicasse por miúdos porque é que o país é governado de forma a entalar governos anteriores da oposição e não de forma a construir um país melhor. Quando está lá o PSD, entala o PS; quando está o PS, entala o PSD, e não passamos das idiotices do costume. Mas a culpa também é dos eleitores que põem os interesses do partido à frente dos interesses do país.

Agora o PSD acha relevante que se publique as transferências off-shore, independentemente do governo que está no poder. É das ideias mais idiotas que tiveram. Em primeiro, é uma admissão que são idiotas. Porque é que não passaram legislação nesse sentido quando estiveram no governo -- não tinham maioria absoluta, ó génios?

Em segundo, a publicação desta informação é uma violação da privacidade dos indivíduos, um direito constitucional, e é basicamente uma prova de que o país não funciona e o estado não é uma pessoa de bem. Se estas pessoas que transferiram dinheiro fizeram alguma coisa de mal, a AT devia recolher provas para as levar a tribunal e a Justiça devia lidar com elas. Agora publicar informação de pessoas que agem dentro do que permite a lei porque há algumas que fogem à lei é uma violação da presunção de inocência de todos. Leiam a Constituição, se fazem favor.

Não me venham com ideias parvas de que transferir dinheiro para off-shores é imoral. O que as pessoas fazem com o dinheiro que ganham legalmente é uma decisão dessas pessoas e não está sujeita a escrutínio público. Por exemplo, eu ganho dinheiro nos EUA e transfiro parte dele para Portugal. Alguém tem alguma coisa a ver com isso?

Portugal é uma parvónia! Mas dá jeito serem mal governados porque o país é barato e dá para nos reformarmos em estilo. Continuem com as idiotices, que me dá jeito...

3 comentários:

  1. Se bem entendi - e penso que entendi bem -, o PSD defende, agora, que acha relevante que se publiquem as ESTATÍSTICAS das transferências off-shore, bem diferente do que a Rita escreveu.

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    1. Aceito a correcção, mas continua a não fazer sentido eles não o terem feito quando eram governo.

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  2. O problema com as pessoas com offshores é que elas agem dentro do que permite a lei pagando menos impostos enquanto os tótós que não podem fugir pagam o couro e o cabelo para sustentar um Estado gordo que nem faz o seu trabalho de escrutínio numa coisa tão simples como a publicação da lista. Estou convencido que somos capazes de estar perante uma nova lista vip num orgão de bem chamado Estado.

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