terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O motor de crescimento

A Bloomberg BusinessWeek tem uma colecção de histórias sobre desemprego: cinco pessoas, cinco histórias.
  1. Logo na primeira, um jovem que, apesar de bem-parecido, não sabe falar bem, nem sequer fazer contas. É homossexual num sítio onde sê-lo não é bem-visto. Teve empregos, mas teve azares: meteu-se em drogas, morreu-lhe a mãe. Depois de desempregado, acabou na prisão e eventualmente fez um programa de reabilitação.

  2. Um ex-militar que foi condenado e passou tempo na prisão por dar nome e número de segurança social falsos para obter analgésicos na farmácia. Como as leis americanas têm ficado mais duras, o homem ficou com cadastro criminal o que lhe dificulta obter emprego.

  3. Um senhor que tem paralisia cerebral, mas que completou a faculdade.

  4. Um CEO que tem dificuldade em encontrar pessoas qualificadas: muitos dos candidatos falham no teste de uso de drogas.

  5. Um senhor com um CV excelente, mas que tem 55 anos e possivelmente é rejeitado por causa da sua idade e aparência física, apesar dos potenciais empregadores não o discriminarem activamente por ser ilegal.

Apresento-vos o exército de desempregados que irá produzir crescimento de 4% a 6% para Trump. Diz quem votou em Trump que a culpa deste pessoal estar assim é do governo federal. Ora quem é que passa leis restritivas de uso de drogas? Quem é que promove políticas que aumentam as taxas de encarceramento para crimes leves? Quem é que corta o financiamento à educação? Quem é que reduz os benefícios para pessoas com deficiências e inválidas? Quem é que discrimina homossexuais?

Estas políticas são seguidas em estados governados por Republicanos e não há qualquer indicação de que não sejam continuadas.

Hoje, espera-se que Betsy DeVos seja confirmada para a pasta de educação pelo Senado, possivelmente com o voto de desempate do Vice-Presidente Mike Pence. DeVos é milionária porque é filha de um milionário. Pelas respostas que deu durante o processo de confirmação no Congresso, não parece ser uma pessoa de grande intelecto, apesar de ter formação universitária. Se ela for uma má escolha, como suspeitam os especialistas da educação, quem será mais prejudicado: os filhos de pessoas com bons empregos e boas carreiras ou os filhos de desempregados e empregados precários?

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