terça-feira, 15 de setembro de 2015

Actualização do site: Are we Going Greek?

Em Outubro de 2012, discutia-se se Portugal seguiria o caminho da Grécia. A pergunta era: será que podemos olhar para a Grécia para sabermos como será Portugal daqui a 1 ano? Eu e o Pedro Bação decidimos então criar um site, com dados das economias que receberam alguma forma de resgate (o Chipre na altura não pertencia a esse grupo), para avaliarmos se Portugal estaria de facto a aproximar-se da situação grega. Os dados mostram, com alguma segurança, que não somos a Grécia, nem que para lá caminhamos. Nesta actualização adicionámos a taxa de emprego, que, tal como o desemprego, está em recuperação desde o primeiro trimestre de 2013. Esta variável vem reforçar a convicção de que Portugal não é a Grécia.
A recuperação da economia irlandesa destaca-se por ter começado mais cedo e pela sua intensidade. No entanto, é preciso não esquecer que a crise irlandesa, apesar de ser também uma crise de endividamento excessivo, é diferente das crises espanhola, grega e portuguesa (e todas estas têm entre si importantes diferenças), e também que a Irlanda tomou as primeiras medidas duras de correcção do ajustamento (por exemplo, o corte de salários) logo em 2009. A Espanha fá-lo-ia em 2010. E Portugal, em 2011, ainda no Governo liderado por José Sócrates.
Este site permite também ver que os desequilíbrios que estiveram na origem destes resgates estão ainda longe de estar corrigidos, o que torna estas economias muito vulneráveis a mudanças no ciclo económico internacional.

1 comentário:

  1. Bom trabalho! Estes dados mostram que há ainda muito por fazer e que vai demorar provavelmente ainda mais do que uma legislatura para que possamos dizer que estamos definitivamente livres da crise. Mas há um quadro que continua arrepiante, e que é a dívida privada em Portugal. Está bem acima da dívida pública e pouco se fala disso. Isto significa que se o custo de financiamento da República se degradar de novo, a economia vai dar outro estoiro, não sendo só um novo resgate que temos de temer, mas Portugal voltará inevitavelmente à recessão.

    A dívida privada é um peso enorme na economia nacional. É por isso que o investimento é escasso e só pode vir por via do investimento estrangeiro. Mas este não é inteiramente bem visto em Portugal e como somos um país em que muita coisa muda no Estado cada vez que há eleições, é difícil vencer o cepticismo dos grandes investidores internacionais...

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