terça-feira, 22 de setembro de 2015

Esperteza não-saloia

Às vezes, a imaginação dos americanos é mesmo gira. Com certeza, recordam-se de o MacDonald's ter sido apanhado aqui há uns anos a dar instruções aos seus empregados de como ir pedir subsídios de "food stamps" ao estado porque os empregados não tinham salários decentes. Uma empresa pró-lucro a viver à custa dos contribuintes--não há nada novo debaixo do sol...

O que foi novo foi a reacção da Califórnia. Ora vejam lá:

In 2016, California will start publishing the names of employers that have more than 100 employees on Medicaid and how much these companies cost the state in public aid.

Fonte: The New York Times

As empresas não pagam salários em condições? Então que se informe o público dos subsídios que os empregados dessas companhias recebem do estado e, assim, cada pessoa pode fazer uma decisão mais educada acerca das empresas às quais quer dar o seu dinheiro como consumidor.

Quem estuda economia sabe que uma das causas de mercados não-eficientes é assimetria na informação que os agentes económicos têm. Ou seja, a solução da Califórnia é: dê-se a informação ao mercado e ele que decida.

6 comentários:

  1. Ò Rita, desculpe lá mas agora fiquei estupefacto. Pensava eu - lendo muitos dos blogs nacionais de inclinação mais "germânico-orientais" que os mercados eram omniscientes. Desculpe, mas tenho que recuperar do choque...

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    1. Carlos, mas eu fiz um doutoramento em problemas ambientais, i.e., externalidades negativas. Eu sou da escola que acredita em falhas de mercado--e acredito tanto que decidi ir estudá-las pessoalmente.

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    2. Conselho de amigo: não vá comentar em alguns dos blogs ali à esquerda que ainda lhe batem (blogosfericamente, entenda-se). A não ser que diga que as tais falhas são intervenções do Estado, aí ainda aceitam.

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    3. As falhas de mercado são uma das justificações para o estado intervir no mercado e criar soluções mais eficientes. O problema é que as pessoas em Portugal pensam que tudo é falha de mercado, quando na realidade não é o mercado que falha. Em Portugal, quase nem há mercados--só os mercados de agricultores. De resto existem deturpações do mercado, com a bênção do estado. E depois há o problema da corrupção.

      Não podem existir mercados eficientes sem bons direitos de propriedade e uma justiça funcional, que os defende. Portugal não tem uma justiça que funciona, logo não é muito fácil haver boas soluções de mercado.

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