segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Maus perdedores

Com a vitória da Argentina, muitos portugueses foram para as redes sociais mostrar o quanto ainda estão perturbados, a ponto de achar que a taça pertencia a Portugal. Não me recordo de Camões ter mencionado que os deuses deveriam assegurar vitórias futebolísticas à lusa pátria. Decerto foi um equívoco do autor, que escreveu o poema entre os 32 e 47 anos, logo devia estar à beira de uma crise de idade e achava que o que era devido ao nobre povo era uma ilha dedicada ao sexo, em vez da bola. 

É uma pena que se gaste tanta energia a odiar o Messi, em vez de se celebrar os valores da quadra natalícia, como a gula, a luxúria, e a preguiça. Felizmente, com a tolerância de ponto da função pública, haverá tempo suficiente para colmatar esta falha e afogar as mágoas em rabanadas, sonhos, belhós, brinhóis, filhós, coscorões, formigos, broinhas, bolo rei, e bolo rainha, que em Portugal não se discrimina.



  

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