terça-feira, 1 de novembro de 2016

Eleições surreais

Os últimos dias têm sido dominados pelos e-mails de Huma Abedin, esposa de Anthony Weiner, o antigo congressista e candidato a Mayor de Nova Iorque que tem o hábito de enviar fotos de índole sexual a mulheres pelo telemóvel. A Sra. Abedin é desde há muitos anos uma das pessoas mais próximas de Hillary Clinton -- ela começou como sua estagiária há 20 anos e é a Vice-Chairwoman da campanha de Hillary Clinton, que a considera como uma filha.

Ao procurar no computador do Sr. Weiner por mensagens sexuais supostamente enviadas a uma menor de 15 anos, o FBI encontrou mensagens da Sra. Abedin que estão relacionadas com a campanha e a Fundação Clinton. Supostamente alguns desses emails eram os que tinham sido apagados do servidor privado de Hillary Clinton.

Esta Segunda-feira, a Slate, publicou uma peça em que relata que um servidor de uma organização de Donald Trump comporta-se de forma "estranha" quando é contactado por um banco russo.

Em resposta à decisão do FBI anunciar que estava a investigar os emails de Hillary Clinton outra vez, Harry Reid, o líder dos Democratas no Senado, acusou o director do FBI, James B. Comey de não divulgar as ligações de Donald Trump à Rússia, mas Harry Reid tem um historial de fazer acusações explosivas a propósito de eleições.

Mas não ficamos por aqui: uma fuga de e-mails divulgada pela Wikileaks indica que Hillary Clinton recebeu perguntas dos debates presidenciais antecipadamente através de Donna Brazile, que entretanto já se demitiu.

Entretanto, no lado de Donald Trump, este recusa-se a pagar quase 767 mil dólares a um pollster, que contratou.

Há escândalos para todos os gostos: estas eleições, apesar de surreais, são muito democráticas. E ainda temos mais uma semana disto!

2 comentários:

  1. Moral da história: quando nos queixamos do baixo nível do debate político em Portugal, por vezes esquecemo-nos de que se trata de um padrão demasiado generalizado no mundo.
    Nos EUA é o que relata, na mãe-pátria da Democracia - a Inglaterra - basta ver os tablóides e o seu papel junto das pessoas no que respeita ao debate político.
    Que ao menos nós, os que, como eu e, certamente, muitos outros que por aqui circulam (no DdD), não alimentemos esta maneira de discutir as coisas, de fazer política, pois tanto a criticamos.
    Independentemente das muito legítimas opiniões de cada um sobre o que quer que seja, ou da simpatias e antipatias pessoais em relação aos protagonistas políticos, que até podem ser completamente antagónicas, uma coisa deverá sempre resistir à apresentação de assuntos e à troca de argumentos: a honestidade intelectual com que tal se faz.

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    1. Acho que não é muito claro se isto é bom ou mau, a meu ver. Não é que eu goste de escândalos, mas uma das consequências é que o nível de apatia do povo está a diminuir. Estas eleições irão ser as mais votadas de sempre, segundo as estimativas e vimos que os debates foram dos mais vistos, apesar de não terem sido de muito boa qualidade. No Reino Unido também se verificou um nível de participação alto durante o referendo do Brexit, apesar do grande circo mediático. E por isso digo que não sei se é bom ou mau. Pessoalmente, prefiro saber dos escândalos antes de eleições e avaliar a gravidade do que foi feito antes de votar num candidato.

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