terça-feira, 22 de novembro de 2016

Um Presidente em part-time...

Melania Trump não se irá mudar para a Casa Branca em Janeiro, preferindo ficar em Nova Iorque para que Barron Trump não tenha de mudar de escola. Irá a Washington, D.C., se for precisa. Em vez de uma Primeira Dama, os EUA terão uma Primeira Mãe, que parece não saber fazer multi-tasking. Já Donald Trump passará a semana na Casa Branca, mas aos fins-de-semana irá para o apartamento de Nova Iorque ou para Mar-a-Largo ou para o seu campo de golfe. Os EUA elegeram um Presidente que quer respeitar as 40 horas de trabalho semanais, o que é mais ou menos um Presidente em regime part-time.

Na semana passada, Trump encontrou-se com representantes do Japão, mas levou a filha Ivanka para a reunião. Ivanka Trump continuará a administrar os negócios de Trump juntamente com os seus dois irmãos mais velhos, logo a sua presença coloca em causa a separação dos negócios dos interesses do estado americano, pois o normal é o Presidente dos EUA colocar os seus negócios pessoais sob administração alheia num blind trust. Sendo a família que gere e tendo ele contacto com a família, a noção de blind trust sai porta fora.

Se pensam que não, enganam-se, pois Trump também se encontrou com pessoas do mundo de negócios da Índia e estes disseram que a candidatura de Trump abriria oportunidades.

Sabem aquelas pessoas que andavam todas excitadas porque diziam que Hillary Clinton tinha-se servido da posição de Secretária de Estado para promover os "negócios" da Fundação Clinton? São as mesma que agora assobiam para o lado e fingem não ver. O mais engraçado nisto tudo é que a Fundação Clinton está sujeita a auditorias de entidades independentes, pois tem o estatuto de fundação pública. Essas auditorias dão-lhe uma nota mais alta do que a da Cruz Vermelha americana. Já os negócios de Trump e a Fundação Trump não prestam contas porque são entidades privadas, mas a fundação está sob investigação. Aliás, Trump nem sequer mostrou os seus impostos e duvida-se que mostrará enquanto presidente.

Ao juntar todas estas peças, acho que é muito provável que Trump pense que ser Presidente é equivalente ao franchising que ele faz do seu nome: ele dá a cara, mas é outra pessoa que gere a coisa. Se correr bem, ele fica com os louros; se correr mal, os outros é que vão à falência e ele diz que não teve nada a ver com a gestão.

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