segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Um novo Correia de Campos?

Sétima pessoa a morrer nas urgências em apenas um mês. Isto é extraordinário. Nos anos anteriores, ninguém morria nas urgências. O que também era extraordinário. Isto é tudo tão extraordinário que nem sei o que é mais extraordinário.

Faz lembrar os últimos tempos de Correia de Campos como Ministro da Saúde. Se bem me lembro, de um momento para o outro, as mulheres começaram a parir em barda nas ambulâncias. Penso que até houve um bebé que nasceu num helicóptero a caminho de uma maternidade. O mais fantástico deste fenómeno foi que mal o ministro caiu as mulheres deixaram de ter filhos nas ambulâncias. Uma explicação possível é a queda de natalidade.

Adenda: Um dia depois desta entrada, foi notícia de abertura no Jornal da Tarde da SIC o caso de um idoso de 96 anos que morreu nas urgências. De acordo com um comentário do "Tiro ao Alvo" sabe-se agora que "o falecido foi atendido 9 minutos depois de chegar ao hospital e que padecia, como é compreensível, de várias doenças crónicas."

6 comentários:

  1. Eu continuo a insistir na minha teoria: o problema é um de gestão de recursos. Quase nada mudou desde o ano passado, logo há os mesmos recursos fixos e financeiros. A única coisa que muda assim tão depressa é a performance humana. E repare-se que é muito mais fácil esta mudar para pior do que mudar para melhor.

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  2. Acredito que se estejam a sentir alguns efeitos dos cortes na saúde, mas também é cada vez mais evidente que há uma tentativa de desacreditar o ministro, que até há bem pouco tempo aparecia em primeiro lugar nos barómetros da popularidade ministerial. Estão a fazer a cama ao ministro. A insistência neste tipo de notícias não é inocente. Convinha sabermos quais eram os números em anos anteriores para percebermos melhor a gravidade da actual situação.

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  3. Estou com o LA-C e o JCA. Parece-me "normal" que as pessoas morram nas urgências. E existe, de facto, uma certa insistência nestes casos. E percebo que os familiares estejam revoltados e acho bem que se promova um inquérito a estes casos.

    A verdade é que tem existido uma sobrecarga das urgências e falta de pessoal, tudo pelo mesmo factor: gripe. Aqui no Porto, um dos hospitais ficou com blocos de uma especialidade fechados porque adoeceram a semana passada mais de uma dúzia de profissionais, entre médicos e enfermeiros. E não, ao contrário da ideia que às vezes passa, não se pode andar a arranjar "tarefeiros" para tapar falhas para certo tipos de coisas.

    Existe muita descoordenação, mas é interesante verificar que a zona norte tem consitentemente melhores "scores" em termos de "outcomes" clínicos (mortalidade e morbilidade), a custos mais baixos por paciente que na região de Lisboa. Seria de saber porquê.

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  4. Também começo a pensar que montaram uma campanha para atrapalhar o ministro. E também notei que estes casos estão a acontecer muito mais na região sul onde, como já disseram, o custo por utente é muito mais elevado do que no norte e no resto do País.
    Muito em especial a notícia de hoje, na SIC, de que tinha morrido uma pessoa de 96 anos na urgência de um hospital de Lisboa, dramatizando e dizendo que o caso era muito grave, dá que pensar. Ademais, sabendo-se, agora, que o falecido foi atendido 9 minutos depois de chegar ao hospital e que padecia, como é compreensível, de várias doenças crónicas.
    Estes lóbis são uma vergonha e, na minha opinião, devem ser desmascarados.

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  5. Mas tem havido uma forte migração para Lisboa, logo até que ponto os recursos na área de Lisboa têm acompanhado a demografia?

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  6. Cara Rita Carreira, os custos, nos hospitais de Lisboa e de uma maneira geral, são mais elevados do que no resto do País, quer por acto médico, quer por utente. E, nalguns casos, as diferenças são muito grandes.

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