Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
sábado, 30 de dezembro de 2017
O futuro a retalho
A forma como as pessoas estão a fazer compras está a mudar e não é apenas em termos de comprar online vs. comprar numa loja física. A experiência da compra também está a mudar. Há várias tendências que estão a aparecer. Uma delas é as compras por subscrição, em que o cliente recebe regularmente um pacote com vários produtos, desde produtos de beleza (Birchbox, Ipsy, Julep, Play! by Sephora, etc.) a artigos de papelaria (STICKII Club, Pipsticks, The Planner Addict Box, Creative Mercantile), passando pela comida (Blue Apron, HelloFresh, etc.)
Mesmo na roupa há serviços de "compras" através de subscrição, mas não é bem compras. A pessoa recebe uma caixa com itens, fica com os que lhe interessam e devolve os restantes (Stitch Fix, Fabletics, etc.). Este modelo não é universal, pois por vezes não é necessário comprar, é mais tipo um "aluguer" de roupa ou acessórios (Le Tote, Rent the Runway, etc.). Asvantagem de alguns destes serviços é o atendimento personalizado, em que há um "personal stylist" que faz a selecção para a pessoa. É claro que isto é um bocado exagerado, pois o atendimento não é tão pessoal como quando vamos a uma loja, mas quando vamos a uma loja, raramente nos pomos completamente nas mãos da vendedora.
É interessante que alguns destes serviços sejam oferecidos internacionalmente, desde que a natureza do produto o permita, o que dá acesso a uma gama mais alargada de escolhas para o cliente, mas também tem implicações em termos de impostos. Se uma empresa importa coisas para vender num país, o volume que importa é tal que estará sujeito a taxas de alfândega; mas se cada indivíduo importa uma pequena caixa mensalmente, por exemplo, então poderá não ser o suficiente para ter de pagar taxas alfandegárias.
Há uma outra modalidade de comércio de roupa que poderá ganhar popularidade e que é um híbrido entre comprar numa loja e comprar por catálogo ou online. Neste caso, há um local físico onde a pessoa vai experimentar roupa, escolhe o que quer, e depois os artigos escolhidos são enviados par casa. A vantagem deste método é que, ao contrário do que acontece quando se visita uma loja tradicional, a pessoa não está limitada aos itens disponíveis num local em particular, pois terá acesso a todos os tamanhos, modelos, cores, etc.
Quem acha que os correios estão condenados à morte precipita-se um bocado, pois estas coisas terão de ser entregues de alguma forma e não é impossível que os correios absorvam parte deste negócio. Excepto em Portugal, claro. A ver pelas notícias da semana passada relativas aos CTT, fica claro que os gestores da companhia não têm qualquer ideia acerca de oportunidades, tendências futuras, ou sequer do que andam a fazer. Os CTT são muito mal geridos, pois não têm controle de qualidade, nem sequer medem a produtividade dos seus empregados, pois ou (1) a empresa tem 800 empregados a mais, logo não deveria ter atrasos na distribuição de correio ou (2) a empresa tem empregados que trabalham bastante bem, mas, mesmo assim, tem atrasos, logo trabalhará pior com menos 800 almas.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Reportagem 17
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Já aprenderam?
Neste caso, o PS, um partido tecnicamente falido, puxa a brasa a sua sardinha, pois é o partido que tem mais a ganhar com esta lei -- não vos lembra aquela lei da repatriação de fundos a uma taxa de imposto reduzida? --, e ninguém do PSD se lembra de fazer a vida negra aos socialistas. Que habilidade política têm os deputados do PSD? Ser assim tão "clueless" dá dó. E lembram-se do Passos Coelho ter dito aos Socialistas que não contassem com os Sociais-Democratas para os ajudar? Se isto é o PSD a dificultar o PS, então nem consigo imaginar como seria se tivessem decidido facilitar.
Mas o que me deliciou bastante foi a indignação colectiva acerca do caso. A sério que pensavam que a Geringonça ia ser virtuosa liderada pelo mesmo partido que levou o país à bancarrota e com muitas das mesmas pessoas sentadas no Parlamento? Não é assim que funcionam as coisas: esta malta safou-se à primeira e continua a achar-se invencível. Nada mudou em Portugal, continua tudo na mesma.
domingo, 24 de dezembro de 2017
Feliz Natal
Os biscotti são deliciosos, talvez os melhores que alguma vez provei, e muito fáceis de fazer. Namorei a Libby vários anos para me dar a receita, mas ela recusava-se. Uma outra amiga explicou-me: a Libby costumava fazer uma outra receita, pizzelle -- uma bolacha italiana, que requer uma máquina especial --, que ela oferecia às pessoas pelo Natal. Uma vez partilhou a receita e, no Natal seguinte, aconteceu tanto ela como a pessoa com quem a partilhou levarem pizzelle para o mesmo evento. A partir daí ela começou a guardar as receitas com mais cuidado.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Teorias da irrelevância
António Costa atirou-se à líder centrista. Acusou-a de ser “irrelevante politicamente”, porque apesar de ter tido um bom resultado nas autárquicas em Lisboa, o CDS “vale apenas 12% na sociedade portuguesa” e é “à boleia do PPD-PSD” — “é essa a dimensão da sua relevância”
Fonte: Observador
Tenho alguma dificuldade em entender a lógica do Primeiro Ministro. Um partido que, pelos cálculos dele, representa 12% da sociedade não é irrelevante; se o é, então que se poderá dizer do PCP e do Bloco de Esquerda aos quais António Costa pediu boleia para governar. Deduzimos, então, que aproximadamente um terço dos eleitores, os que votam em partidos mais pequenos do que o PSD ou o PS, deve ser ignorado. Então como é que o Primeiro Ministro governa: governa para o país ou governa para os eleitores socialistas, que são uma minoria?
Quanto ao mérito da discussão, depois do que sabemos acerca da forma como o PS gere o orçamento, através de cativações, não é suficiente o Primeiro Ministro destacar os números do orçamento, porque é irrelevante dizer o que se tinha comprometido a gastar. Tem de apresentar os gastos concretos. Se se recusa a fazê-lo, é porque o real é irrelevante para o PS. A única coisa relevante são as intenções. Como dizem os anglosaxónicos, o caminho para o Inferno é pavimentado com boas intenções.
domingo, 17 de dezembro de 2017
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Cheira a mofo!
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
Guia de Natal
Chegámos ao Natal, a época de fazer compras. Como sou vossa amiguinha, vou-vos dar um conselho: não comprem porcaria. O mundo já está cheio de lixo, logo não sejam parte do problema; sejam parte da solução. Sejam selectivos nos materiais das coisas que compram e não comprem coisas que se acumulam em casa das pessoas. Eu gosto de dar livros, roupa, ou comida e tento limitar as minhas compras de coisas em plástico.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Carisma ou caramba
O grande ponto fraco de Pedro Santana Lopes é o facto de já ter sido líder do PSD e Primeiro-Ministro e durante essa prestação ao partido e ao país não exibiu capacidade de liderança que unificasse o partido ou o país; muito pelo contrário: abriu caminho para José Sócrates se tornar Primeiro-Ministro. Conclui-se que ideia de que defender Pedro Santana Lopes é defender o que é melhor para o partido e o país não é suportada por factos; é apenas mais uma manifestação do sebastianismo. Seria importante que o próximo líder do PSD conseguisse, pelo menos unir o partido, mas pela estratégia seguida -- especialmente nas redes sociais --, é duvidoso que tal aconteça.
Os adeptos de Pedro Santana Lopes comportam-se como se Rui Rio pertencesse ao PS, mas não pertence e não é comportável sequer pensar que podem continuar a dizer mal de Rui Rio se este ganhar a liderança, ou seja, ignoram que correm o risco de ter de comer do prato onde cuspiram, se querem que o PSD ganhe eleições. Isto não deveria ser novidade no PSD, porque a forma como Pedro Passos Coelho subiu ao poder foi semelhante. Por ser um underdog mesmo dentro do seu partido, a única maneira que o PSD chegou ao governo foi com a destruição das finanças do país. É um lugar comum dizer que a história se repete, mas normalmente não se repete tão rapidamente.
Tentar vender o carisma de Pedro Santana Lopes também não faz sentido, pois o líder político mais carismático que Portugal teve nos últimos tempos foi José Sócrates. Nesta altura, os portugueses deviam estar reticentes de líderes carismáticos, mas tradicionalmente o eleitorado do PSD não alinha muito com carisma: basta ver o trajecto de Marcelo Rebelo de Sousa ou de Pedro Santana Lopes. Apesar de carismáticos, ambos conseguiram melhores resultados depois de se afastarem do PSD. Já Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho conseguiram navegar tanto o partido, como a vida política do país, apesar de serem pouco carismáticos.
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
Reportagem 56
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
Est modus in rebus
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
Commonplace books
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
Spots in the sun
~ Richard Duppa, “Maxims, Reflections, etc.”, p. 35, 1830
P.S. Este livro está disponível no Google Books e, para além de ser fácil de ler, vale a pena...
Excedente de conhecimento
A modos que não estou a 100% e talvez isto explique por que, quando li a citação do PM Costa no Observador, tenha entendido que ele teria dito que o país era composto por pessoas ignorantes, sem formação, nem educação. Disse ele: "O maior défice que temos não é o défice das finanças, é o que acumulamos de ignorância, de desconhecimento, de ausência de educação, de ausência de formação, de ausência de preparação."
Algumas horas mais tarde, o meu cérebro voltou a ruminar o assunto e ocorreu-me que percebi ao contrário: uma pessoa que tem défice acumulado de ignorância tem um excedente de conhecimento, logo fiquei mais descansada, pois o país tem um povo que está muito bom e se recomenda. Talvez o PM Costa quisesse explicar futuros cortes na educação. Não vale a pena investir mais, dado o excedente de conhecimento, até porque diz ele que esta situação tem de ser corrigida o mais brevemente possível.