quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Um bicho do mato

A meio da minha manhã, recebi uma mensagem muito simpática, de uma colega que conheci quando visitei a sede da companhia onde trabalho, há três anos. Não comunicamos muitas vezes, nem o nosso caminho se cruza, mas ela, que agora está prestes a reformar-se após uma carreira de 44 anos na nossa empresa, escreveu-me para me dizer que tinha gostado muito de me conhecer e de me contar as histórias da companhia e da cidade. Enviou-me também a morada de email pessoal para que pudessemos manter o contacto. Emocionou-me bastante que me tenha escrito e que ainda se lembrasse de mim. Convidei-a para vir a Memphis, que tem onde ficar.

Dizia ela que, da empresa, guardava as pessoas que tinha conhecido ao longo dos anos: são as pessoas que fazem a empresa memorável. É verdade e aplica-se a tudo, pois a nossa vida reduz-me a pessoas. Foram as pessoas que vieram antes de nós que ajudaram a construir a sociedade onde vivemos e algumas delas até ajudaram a construir a pessoa que somos. Depois são as pessoas que ficam após nós já não sermos, algumas delas nós até teremos a oportunidade de influenciar ou talvez a nossa presença nas suas vidas faça a diferença para melhor.

Muitas vezes, quando conheço portugueses que vivem nos EUA, contam-me que os americanos são muito superficiais, que é muito difícil entrar na sociedade. Nunca tive essa experiência. Tenho bastantes amigos, talvez mais do que o normal. Não faço ideia porque é que comigo as coisas são diferentes, eu até sou meia bicho do mato.

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