quarta-feira, 10 de julho de 2024

À segunda…

Em menos de dois meses, Houston está outra vez paralizada, desta vez por causa do furacão Beryl; antes foi por causa de tornados que passaram pelo centro da cidade, que é a quarta maior metrópole dos EUA e extremamente importante para o mercado energético. Se na primeira vez, em meados de Maio, alguns dos meus amigos ficaram sem electricidade, mas vários estavam bem, esta semana quase todos ficaram às escuras. Eles e mais de três milhões de pessoas na área metropolitana de Houston ficaram sem eletricidade e, 48 horas depois da tempestade, mais de um milhão ainda estão sem.

Num ano de eleições, é, no mínimo, mau sinal e a mensagem de Biden de que tudo está óptimo não corresponde à vivência das pessoas, ainda por cima porque ele não tem um plano de infraestrutura para lidar com desastres naturais. Passou legislação para agilizar a transição para energias alternativas, mas parece que isso foi mais uma forma de debilitar a China economicamente do que uma preocupação com o ambiente.

Quando vim estudar para os EUA, em várias cadeiras de economia e negócios, parte da matéria era sobre "case studies" industriais e uma das indústrias focadas era a automóvel, para tentar perceber como a política proteccionista seguida pelos americanos nos anos 70 e 80 não só não ajudou as empresas americanas, como acabou por criar oportunidades para as empresas japonesas. A politica industrial americana actual tem uma filosofia idêntica à anterior e não se pode dizer que seja da autoria de um só partido porque tanto Trump como Biden seguem políticas proteccionistas.

À primeira não aprenderam a licão, talvez à segunda.

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