sábado, 12 de novembro de 2016

Aviso de rastilho

O Luís Aguiar-Conraria admira-se com razão, lembrando bem o discurso contra o Politicamente Correcto da campanha Trump, que muita gente se indigna com os insultos aos apoiantes do Trump. Estou do mesmo lado, sou da escola de Mick Hume e do Feel Free to Insult Me. O apodo e o insulto devem ser livres.
A liberdade de expressão deve permitir que se possa chamar racistas, machistas, porcos, e trogloditas aos votantes em Trump, tal como foi possível chamar comunistas, anti-patriotas, e pretos aos eleitores de Obama. A isto acresce que poder expressar qualquer opinião não significa de imediato que ela seja verdadeira.

8 comentários:

  1. Chamar comunista a alguém é insulto? Mesmo que seja comunista de verdade?

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    1. Pode ser insulto, pode ser constatação de facto. A última se for realmente comunista, a primeira caso contrário.

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    2. Eu diria que é insulto em ambos os casos. Embora no segundo caso seja "to add insult to injury".

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  2. Muito bem. Apenas discordo de um e acrescento outro.
    1º Chamar pretos aos eleitores de Obama não é um insulto.
    2º Nos insultos aos eleitores de Obama falta acrescentar um que, pela simetria,é particularmente relevante. Também houve quem chamasse racistas aos pretos que votaram em Obama.

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    1. É verdade. Aliás, foi com isso na ideia que escrevi "pretos", no sentido que foram acusados de ter sido um voto racial. Mas se foi verdade que os pretos americanos votaram maciçamente em Obama, ele só foi eleito com muitos votos de brancos. Acredito que o mesmo se tenha passado com Trump. Mesmo que os racistas, machistas e trogloditas americanos tenham votado maciçamente em Trump, ele só ganhou porque também teve votos de quem não sendo nenhuma dessas coisas não se importou que ele fosse (como eu acho que ele é). E são os votos destas pessoas que me interesso por entender, mesmo que sejam (como me parecem ser) de uma esfera de racionalidade muito diferente da nossa.

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    2. "Mas se foi verdade que os pretos americanos votaram maciçamente em Obama,"

      É muito provável, sim. até porque 88% do eleitorado negro já tinha votado em John Kerry.

      "Mesmo que os racistas, machistas e trogloditas americanos tenham votado maciçamente em Trump, ele só ganhou porque também teve votos de quem não sendo nenhuma dessas coisas não se importou que ele fosse"

      Pois, aqui perco-me. Com uma eleição decidida por poucas dezeznas de milhares de votos (onde aliás a Clinton deverá ter 1,5 a 2 milhões de votos a mais do que Trump), parece-me absolutamente decisivo o voto maciço dos trogloditas. Basta que sejam 2% do eleitorado para serem decisivos.

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    3. Sim, não estou em desacordo contigo. Os trogloditas podem ter sido decisivos. Mas eu falava de outra coisa. Suponhamos que os trogloditas até são 50% do eleitorado Trump. Seriam 30 milhões de votos. Se os 30 milhões de não-trogloditas tivessem ficado em casa, o Trump não ganhava. O meu ponto é este: ou há 60 milhões de trogloditas nos EUA, ou então o Trump precisou de votos trogloditas e não-trogloditas para ganhar. E como disse antes, sociologicamente interessa-me muito perceber precisamente o eleitorado não-troglodita.

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