domingo, 10 de outubro de 2021

Doce

Passei os últimos dois dias a desenferrujar algum do meu português e tem sido bastante bom. Na Sexta-feira à noite, o convívio durou das 10 das noite até quase às 5 da manhã, noitadas destas eram normais durante a faculdade, mas agora já duvidava que aguentasse até à meia-noite. Parece que sim e bem bom, como cantavam as Doce.

A noite começou com uma digressão pela música portuguesa, com músicas e bandas clássicas, e eu a professar a minha eterna admiração pelos GNR, indiscutivelmente a melhor banda portuguesa. Também houve fado porque nós somos os portugueses a sério, aqueles que saíram e descobriram o mundo. Pelo meio, conversámos de Anna Akhmatova, uma poeta russa que descobri há pouco e que ando a digerir. Surpreendentemente, não foram os meus amigos russos e ucranianos que me falaram dela. Também veio à baila a Arooj Aftab, uma cantora paquistanesa, que tem uma voz de sonho. Estas tertúlias em que se fala de arte, filmes, música, literatura, política, história... são das coisas que mais aprecio. Mas é tão bom ter alguém com quem trocar ideias em português.

Prometeram-me um bacalhau à Brás que aguardo ansiosamente, pois nunca fiz. Recordo-me da minha mãe fazer isso e também bacalhau à Gomes de Sá, mas o único bacalhau que eu costumava cozinhar era o com natas. Sempre achei as outras receitas intimidantes. Os meus amigos portugueses falam frequentemente das comidas e bebidas que trazem de Portugal, mas eu quase que nunca trago coisas para comer. Invisto mais em artesanato e livros, logo rodeio-me de coisas portuguesas não-comestíveis. A maior parte do Portugal comestível que eu consumo é comprado nos EUA. Achei engraçada esta diferença.

1 comentário:

  1. O bacalhau à Brás é infinitamente mais fácil do que o bacalhau com natas. Fiquei surpreendida por dizer que se pode transportar comida de Portugal para os Estados Unidos; estava convencida de que não era permitido.

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