Na Quinta-feira, recebi uma carta da MLGW, a entidade que fornece electricidade, gás, e água, a informar-me que havia uma fuga de água na propriedade e que podia ir consultar os dados do contador inteligente na Internet. Fui ver do que se tratava e a fuga tinha começado por volta do dia 27 de Dezembro, logo a seguir às temperaturas baixas que tivemos. No Sábado, consegui perceber onde era o problema e é o cano que fornece água à casa. Armada em boa Samaritana, não telefonei a nenhum canalizador de emergência, em vez disso esperei por Segunda-feira, só que o primeiro a que liguei só tinha vaga para Quinta-feira. Entretanto, a perda de água tinha começado a acelerar e eu fechei a válvula principal (eu não sei os nomes técnicos destas coisas em português) com um alicate bomba d'água.
O segundo canalizador a que telefonei também não tinha vaga imediata, mas disponibilizaram-se a passar por minha casa logo na Segunda-feira para ver o que se passava. O veredicto é que tinha de chamar alguém de uma outra companhia que se especializa em detecção de fugas de água e que até já usei antes. Telefonei e só havia vaga para a próxima semana, na Quinta-feira, lá agendei e pedi para me contactarem se abrisse algo mais cedo, o que aconteceu esta tarde, logo já está identificada a zona do problema. Paguei $375 pelo diagnóstico porque ainda estão a fazer o desconto da pandemia; antes era $450. Parece que o problema pode ter sido o cano estar localizado ao pé de um arbusto que costuma ter umas raízes muito chatas, que partem canos ou então foi a tempestade, mas só saberemos quando forem arranjar o cano. O arbusto é uma lagerstroemia.
Entretanto, sai o relatório do WASDE na Quinta-feira (isto de tanta coisa estar ligada a Quinta-feira é uma coincidência do caraças) e uma pessoa passa uns dias cheios de ansiedade antes da coisa. O WASDE é o World Agricultural Supply and Demand Estimates, ou seja, as estimativas por país das tabelas de oferta e procura de uma catrefada de produtos agrícolas: quanto se produz e onde, quanto se consome e onde, e quanto se importa/exporta e onde. Só não informa da matriz de comércio mundial, que é a tabela que diz em que países importadores vão parar as exportações dos países produtores, mas isso eu faço sozinha, com base nos dados de alfândega de cada país. É um processo um bocado artístico porque os dados não são todos consistentes e há países que nem sequer os divulgam, logo têm de ser imputados.
Esta semana também assistimos a alguns brasileiros a invadir o Congresso e uma "amiga" minha americana dos tempos de faculdade enviou-me uma mensagem muito interessada no que se passava no Brasil, ela "precisava de entender", mas não entendia português. Nem lhe respondi pela simples razão de ela ser Trumpeta e crente nas teorias do QAnon, etc. Mas fiquei a saber que os tarados do QAnon ainda andam por aí muito interessados em revoluções.
No Congresso americano, o Kevin McCarthy lá passou o pacote de mudanças de regras da Câmara dos Representantes. O LA-C perguntava porque é que os Democratas não viabilizavam o McCarthy para neutralizarem a ala mais radical. Os Democratas queriam que o Hakeem Jeffries fosse Speaker. Ele até tinha mais votos do que o McCarthy, só que não tinha a maioria de votos necessária para ser eleito porque alguns dos republicanos votavam contra o McCarthy. Os representantes podem votar a favor ou contra, mas também podem votar presente e os que votam presente não contam para os cálculos da maioria. Ou seja, os republicanos também podiam ter viabilizado o Hakeem Jeffries, o que daria mais garantias de estabilidade do que o McCarthy. Ao não o fazerem demonstram que estabilidade não é algo que os preocupe, e muitos deles até devem estar interessados em que a "casa pegue fogo". Para os Democratas também calha melhor assim porque as próximas eleições são as Presidenciais e uma Câmara disfuncional dá-lhes argumentos para tentar convencer os eleitores que o GOP está um caos.