sexta-feira, 17 de abril de 2015

Então não havia nada a fazer...

Hoje vi uma foto de Coimbra (acima) com uma pequena inundação que resultou de uma chuva intensa de apenas meia hora. Podeis crer que não fiquei muito feliz. Então fui à procura de cartas hidrográficas de Portugal na Internet. Sabem, é que nos EUA há cartas que nos indicam onde são as flood plains (zonas de inundação) de 25 anos, de 100 anos, etc. Faz parte do sistema de gestão de risco do país. Por exemplo, quando nós compramos uma casa com um empréstimo bancário numa zona de cheias com certa frequência, somos obrigados a ter um seguro contra cheias. E claro, quando compramos a casa, quem vende é obrigado a informar-nos do risco que corremos. Grande inovação, não acham? A Federal Emergency Management Agency é que trata de avaliar e mitigar os riscos das emergências. Quer dizer, trata destas coisas quando os governos republicanos não destroem a agência com a mania do governo pequeno e as emergências acabam em fiascos como os furacões Katrina e Rita. Aqui está o mapa do sítio onde eu moro agora.

Dizia eu que fui à caça de mapas para Portugal e encontrei várias notícias recentes a dizer que Portugal tem 54 zonas de cheias. Não especificam o risco destas zonas (qual a frequência), mas ao fundo da notícia do Correio da Manhã diz que os mapas servem para respeitar uma directiva europeia "transposta para o direito nacional pelo decreto-lei n.º 115/2010, de 22 outubro". E depois de ler isto fiquei completamente confusa. É que eu ouvi alguém politicamente importante em Portugal dizer que não havia nada a fazer a respeito das inundações, e essa informação foi pronunciada cinco anos depois da lei portuguesa, que adoptava a europeia, obrigar Portugal a fazer qualquer coisa.

Então, em que ficamos? É para fazer qualquer coisa ou não? Ou o fazer qualquer coisa significa fazer os portugueses passar por parvos?

Ah, pois é, nós, aqui no outro lado do Atlântico, estamos sob os seguintes avisos para que tenhamos sempre o que fazer. Ele há avisos de inundações rápidas, inundações mais lentas, tornados... E estamos no meio de uma tempestade de relâmpagos. É uma maravilha!

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