domingo, 4 de dezembro de 2011

A eternidade cansa


Estava curioso por ver In Time, o último filme de Andrew Niccol, o realizador de Gattaca.

Em 1997, Gattaca passou despercebido em Portugal, não tendo tido sequer direito a ser exibido nas salas de cinema. Hoje, é um filme de culto. Num futuro não muito longínquo, num mundo asséptico, são concebidos, através de manipulações genéticas, seres humanos fisicamente perfeitos – o sonho dos nazis (e não só) tornado realidade. A perfeição, já se sabe, é um tédio que assusta.

In time está uns furos abaixo de Gattaca, mas vale o tempo. Desta vez, Andrew Niccol trata de outro mito: a juventude eterna. Num mundo, onde existe uma clara divisão de classes, os ricos podem comprar tempo e viver eternamente e os pobres, coitados, andam constantemente a contar o tempo que lhes resta. O tempo é literalmente dinheiro.
A eternidade cansa, diz dramaticamente um dos personagens. Acredito que sim. Como diz um velho ditado mexicano:
“Habitue-se a morrer
antes que a morte chegue
porque os mortos apenas podem viver
e os vivos apenas podem morrer.”

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