terça-feira, 20 de junho de 2017

As tragédias

Um dos quadros que vi no Dallas Museum of Art, na exposição "Mexico and Me", foi "As Duas Fridas" de Frida Kahlo, que ilustra a tragédia pessoal que a pintora sentiu ao separar-se de Diego Rivera. Na Frida vestida de trajes tradicionais mexicanos, temos um coração saudável, com veias que a unem à Frida vestida com roupas europeias. O coração da Frida europeia está destroçado, com uma veia cortada, que precisa de uma pinça para estancar o sangue. Neste quadro, acho interessante que seja a Frida europeia, a mais sofisticada, que esteja destroçada e em risco.

Depois de uma tragédia há uma parte de nós que morre e o resto tem de encontrar forma de continuar a viver apesar de tudo o que sucedeu. Ninguém se torna forte sem passar por tragédias: é esse o preço que se paga para ser forte. Às vezes, as pessoas ficam chateadas quando alguém é forte demais, dizem que é preciso ser mais sensível, mas não é a sensibilidade que permite que alguém sobreviva. É preciso ter cabeça fria, ser calculista, e não hesitar, coisas feias que, em tempos normais, as pessoas tentam suprimir.

1 comentário:

  1. A comparação dos perfis é muito interessante e, possivelmente, é intemporal.

    "Ninguém se torna forte sem passar por tragédias: é esse o preço que se paga para ser forte"

    - Por vezes diz-se também que, quando sábios, ora aprendemos com os erros dos outros ou com os nossos e que, ao contrário, alguns quase nunca aprendem.

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