sábado, 4 de dezembro de 2021

Nariz com mostarda

O plano para daqui a oito dias era ir a Nova Orleães. Era porque já não é. Por um lado, com a situação da minha vizinha não tenho andado com muita cabeça para pensar na viagem; por outro, porque fiquei chateada. Uma das minhas amigas que vai telefonou-me a perguntar se eu tinha ido levar o reforço da vacina ao que respondi negativamente. A minha intenção é esperar até Março porque isso maximiza a resposta do meu sistema imunitário segundo li na Bloomberg (era a opinião de um médico que citavam). Nesse caso, informou-me ela, não se sentia confortável em partilhar o quarto de hotel comigo. Mas eu nem tinha pedido para partilharmos o quarto de hotel.

Ela é mais velha do que eu, logo apanhou a vacina antes de mim -- eu fui das últimas pessoas do meu círculo de amigos mais próximos a levar a vacina por causa da minha idade e porque não estava em situação de risco, dado que trabalhava de casa e não ia a quase lado nenhum. Agora sou discriminada porque não quero tomar o reforço da vacina nesta altura. E nem sequer tem lógica que ela tenha medo de mim, dado que ela pode muito bem apanhar o vírus e dar-mo a mim. Depois também há o pormenor não insignificante que Nova Orleães no Natal fica com bastante gente, logo se não está confortável ao pé de mim que sou extremamente cuidadosa, como é que está confortável em ir para o meio dos malucos de NOLA?

Subiu-me a mostarda ao nariz e não estou em condições de ser boa companhia, então vou ficar em casa. Se me apetecer viajar, posso sempre ir sozinha, até porque eu gosto de hoteis mais giros do que aquele para onde vão.

1 comentário:

Não são permitidos comentários anónimos.