quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Pergunto-me...

Talvez estejam a acompanhar as notícias: houve mais um tiroteio nos EUA. Foi longe de mim, no Oregon, numa Community College, que é uma pequena universidade que apenas oferece dois anos de estudos. Muitos dos tiroteios têm sido em universidades ou escolas; eu não frequento nem trabalho em escolas, mas poderia trabalhar. Este ano já tem 274 dias e 294 tiroteios, diz o Washington Post.

Vivo em Houston, no Texas, e a piada é que toda a gente aqui tem uma arma, mesmo as pessoas de quem nunca se suspeitaria; mas eu não tenho. É normal entrar em estabelecimentos comerciais e ver avisos de que é proibido levar uma arma lá para dentro. Não sei muito bem como isso funciona porque também há licenças de porte de armas escondidas.


Antes de mudar para aqui, eu vivia em Memphis. Na minha última semana lá, fui jantar e/ou almoçar com muitas pessoas amigas. Numa dessas ocasiões, fui ter a casa de uma amiga com quem eu trabalhava e ela abriu a carteira e tirou de lá a arma. Não sabia se a havia de levar ou não para o nosso almoço. Eu olhei para a arma, que era uma pequena pistola de senhora, e não senti nada porque aquilo parecia inofensivo. Parecia...

Tento não sofrer de paranóia, mas nestas alturas, mesmo tentando, não se consegue evitar. Costumo ter a porta do meu gabinete aberta; se alguém desatar aos tiros, é muito provável que me vejam. Pergunto-me se deva fechar a porta. "A probabilidade de um tiroteio é tão pequena", pensa o meu lado racional; "o custo de fechar a porta é tão baixo", contrapõe o meu lado paranóico.

A porta fica aberta--por enquanto...

1 comentário:

  1. Quando chegou à Europa, o meu marido americano nunca se sentava de costas viradas para a porta num restaurante. Ao fim duns anos acho que lhe passou.

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